22 | Arrependimento.

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Meu semblante se contorceu imediatamente diante das palavras ininteligíveis de Damien, alegando que aquilo tinha a ver com ele de alguma forma. Meus olhos se desviaram em direção à caixa, e meus olhos se estreitaram ao encarar o objeto dentro dela.

Certamente aquilo não era algo que alguém daria como presente a outro. Sobre a caixa, em cima de uma pequena almofada fofa e vermelha, repousava um dedo humano, com suas raízes sujas com um líquido escarlate.

Aquilo não poderia ser real. Não podia ser verdade.

Mas eu estava tentando enganar minha mente da realidade em que me encontrava. Era real. Real o suficiente para exalar um odor podre. Há quantos dias aquele membro tinha sido arrancado de seu dono? E, o mais importante, de quem era aquele dedo?

Quando a realidade finalmente me atingiu, meus braços fraquejaram imediatamente, fazendo com que a caixa caísse no chão e ficasse de cabeça para baixo, ocultando o membro humano para que Liliya não visse.

Eu me senti sendo despejada no chão ao perceber cruelmente que, se o cartão pertencia a Damien, esse ato terrível também poderia ter sido cometido por ele.

Não havia dúvidas, ele seria capaz disso. Com tudo o que eu havia presenciado sobre Damien, cheguei à conclusão de que minha vida estava mais em perigo do que eu imaginava.

Não por causas naturais, não por um acidente de carro ou outro tipo de tragédia, mas sim pelas mãos dele. Ele não era humano, tenho absoluta certeza disso. Damien não possuía alma e estava disposto a matar sem motivo aparente.

Mas por quê? Por que ele estava fazendo isso? Era para me assustar?

Várias perguntas invadiram minha mente em relação a toda aquela situação. Perguntas sobre o motivo pelo qual ele estava agindo assim, ou se aquele membro humano pertencia ao indivíduo que havia desaparecido após queimar-se no centro da sala, durante a festa.

Eu não me movi, nem mesmo quando vi Liliya se curvar até o chão e pegar a caixa, removendo-a de cima do membro humano. Pude capturar perfeitamente o tremor em suas mãos, e o medo voltou a me invadir ao imaginar novamente o dedo humano em minha mente.

Liliya deu alguns passos para trás, ainda segurando a caixa. Ela estava ereta como uma estátua, imóvel como eu naquele momento.

─ Mas que merda é essa? ─ ela sussurrou, quase inaudível para quem estivesse próximo, mas não para mim, pois eu estava prestando atenção em cada expressão que surgia em seu rosto.

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