16 | Indecência.

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Não importa o quanto eu tente negar o que estou sentindo agora, não importa mesmo

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Não importa o quanto eu tente negar o que estou sentindo agora, não importa mesmo.

Porque eu sei, sem sombra de dúvidas, que estaria mentindo a mim mesma se dissesse que a serenidade não está me dominando por inteiro.

É como se tudo ao meu redor desaparecesse, e só existisse eu e ele, Damien.

Hoje, pela primeira vez, senti-me completa. E foi apenas há alguns segundos, quando me entreguei completamente a ele, que senti meu corpo desmanchar em seus dedos longos.

Foi uma sensação avassaladora, uma liberdade que eu não queria admitir que estava desfrutando plenamente.

Pude ver a indecência fluir por cada poro do meu ser, mesmo que eu tentasse me convencer de que não era isso que eu queria.

No entanto, a verdade é que eu senti, vivi cada segundo da intensidade que ele me proporcionou. Agora, essa intensidade corre em minhas veias, faz parte de quem sou.

Se meu pai soubesse que estou aqui, deitada em uma mesa, entregue a um demônio, ele certamente faria de tudo para me livrar dessa escuridão.
Talvez me mergulhasse na água mais pura do mundo, na esperança de me purificar da maldição que parece me envolver.

Mas, no momento em que fui batizada nas águas sagradas, prometi apenas por estar feliz?

Lembro-me com clareza da emoção que me dominava naquele momento.
Estava ansiosa, aguardando ansiosamente a minha vez. Mas como dizem, nunca se deve prometer algo quando se está feliz.

Eu deveria saber disso. Deveria saber que a felicidade é instável, passageira.

E hoje, ao fechar os olhos e me entregar ao prazer que ele me proporcionava, fiz a pior escolha. A pior escolha foi abrir os olhos e perceber que ele não estava mais entre minhas pernas, que o contato que nos unia havia se dissipado.

E assim, eu o observei cuidadosamente, segurando a garrafa de bebida como se fosse o seu único propósito naquele momento.

Cada gesto, cada movimento dele capturava minha atenção, despertando minha curiosidade.

Um sorriso divertido se formou em seus lábios, como se ele estivesse me observando há muito tempo, e não duvidava disso. Todas as dúvidas que eu tinha sobre ele desapareceram instantaneamente.

─ O que foi? ─ indaguei, tentando decifrar o seu sorriso intrigante.

─ Apenas para constar ─ começou Damien, levando a boca da garrafa até os lábios. ─ Todas as pessoas aqui não estão mais paradas como antes. Eu me vestiria se fosse você, caso contrário, cabeças irão rolar.

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