Lisabel

Capítulo 40

Narração Pov

Lisabel _  Foco Camilly! _ Chama a atenção da raposa que, ao seu ver, não está prestando atenção nas suas orientações, pois está distraída com o celular. _ Geralmente os mais jovem vem aqui atrás de livros escolares, não importa que desculpa irão te dar, não os deixe abrir os livros lacrados, esses são para venda e lembre-se de ser gentil! _ A mais velha revirou os olhos e assentiu. Lisabel passou as últimas duas horas explicando à prima como administrar sua livraria, já que a mesma não queria fechar. _ E nos dias de limpeza dê uma folheada nos livros de amostra, isso permite que eles possam arejar e evita que mofe ou que fiquem encardidos e não pode entrar com bolsa no acervo! Não se esqueça disso! Eu saberei se um livro sair de lá de forma ilegal!  _ Dominic, que observa sua companheira falar com tanto vigor, suas ameaças veladas, se esforçou para não rir. Até quando era mandona, ela parecia adorável. Já a alta raposa olhou com desinteresse para sua seriedade. _ Todos tem um chip no lacre e o sensor...

Camilly _ E se passarem pelo sensor, você vai receber uma mensagem no celular, eu já sei Lisa! _ Interrompe a mais nova... _ Francamente, não se preocupe tanto, são só livros e você já deixou uma lista gigantesca com instruções e caso não se lembre, eu já cuidei da livraria antes pra você, eu decepcionei alguma vez?

Lisabel _ Não, mas... _ Ela tenta achar as palavras mais agradáveis possíveis para resumir sua verdadeira preocupação... _ É que às vezes você se distrai facilmente e tende a se esquecer de coisas importantes e você nunca ficou tanto tempo cuidando da livraria, e também teve aquela vez… _ A mais velha interrompe rapidamente sua prima. Ela não queria que Lisabel a lembrasse da vez em que ficou sozinha na prefeitura e deixou a janela aberta antes de ir embora. Naquela noite, ocorreu uma tempestade, e o escritório ficou coberto de neve que resultou na perda de muitos documentos. A ruiva era como o "quebra-galho" da família, sempre pronta para substituir nas funções. A única coisa que Camilly não fazia naquela cidade era realizar cirurgias, pois não tinha formação suficiente para isso. No entanto, se o hospital precisasse de uma enfermeira de última hora, lá estaria a raposa.

Camilly _ Minha deusa, viu! Você esquece uma janela aberta e já é taxada de cérebro de peixe! Francamente! Vocês não perdoam, não? _ Seu tom era uma mistura de humor e indignação. A raposa, cansada das explicações excessivas da mais nova, a pegou pelas axilas, levantando-a no ar e caminhou até Dominic, dando ao mesmo, à coelha que protestou todo o caminho… _ Toma que a mulher é sua! _ Como o urso polar gostou de ouvir isso saindo da boca de um dos familiares de sua amada, tornava tudo mais verídico.

Lisabel _ Ei! _ Protesta quando Dominic a põe de baixo de um de seus braços, a segurando como um saco de batatas… _ Sua valentona! Só porque é mais alta e forte, acha que pode terminar a conversa quando quiser?

Camilly _ Eu não só acho, eu tenho certeza! _ Diz, tirando de seu bolso uma das várias chupetas de Lisabel, quase todos da família Renard tem uma de emergência, ela coloca o objeto na boca da coelha, que começa a chupar de imediato, como ela odiou seu subconsciente por traí-la assim. Camilly se agacha e começa a fazer carinho na cabeça de sua prima... _ Não se preocupe, sei que parte do seu ser está nesse lugar, a tia amava aqui e não vou deixar que ninguém perturbe a paz! Mas você tem que confiar em mim, você pode fazer isso, pequena?

Lisabel _ Posu, maise naum esquexi di dal ablaxus em todus os bichinhos di peluxias nas prateleilas! _ Diz tudo embolado, com a chupeta ainda em seus lábios, Camilly suspira com seu pedido e assente com um sorriso…

…

Duas semanas se passaram desde que eles se encontraram pela primeira vez, novas dinâmicas começaram a se desenhar entre Lisabel e o urso polar. Agora, os dois estavam a sós no casarão. As irmãs de Dominic mudaram-se para o centro, Diana queria ficar de olho na sua gêmea, que teve uma recaída após saber do retorno de Maya. Então, levou Delfini para sua casa. Já Daniel foi passar o inverno com os pais na França, como já havia sido planejado meses atrás. Assim, restando no casarão apenas as velhas coiotes que mantinham o lugar em ordem e o jovem casal, não tão apaixonado, ou pelo menos não como Dominic gostaria…