Capítulo 44

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Narração Pov

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Narração Pov

Edmundo Godunov, o cruel urso pardo, destaca-se não apenas por sua estatura imponente, mas também por sua pele clara e olhos cor de mel, que escondem mistérios profundos. Sua presença serena e controlada cria uma aura de calma que contrasta com a astúcia maquiavélica que reside em sua mente afiada. O russo aborda desafios com a tranquilidade de um verdadeiro estóico, enfrentando adversidades com uma calma impressionante. Sua resistência emocional é como uma fortaleza, e ele se destaca ao manter a compostura mesmo nas situações mais complexas. No entanto, por trás dessa fachada serena, existe um estrategista maquiavélico, capaz de ler as entrelinhas do jogo político que sempre o rodeou. Com uma inteligência aguçada, Edmundo manipula sutilmente as relações ao seu redor, muitas vezes jogando com as expectativas dos outros para alcançar seus objetivos. Sua própria ética era um enigma, ninguém que o conhece sabe o que serve como uma bússola moral para o mesmo, mas ele  tem seus limites e permanece dentro deles e da sua própria moral moldada a sua vontade, que ao ver de todos é bem rasa, devido ao seus negócios duvidosos.

Sendo a personificação da dualidade entre a serenidade estóica e a sagacidade maquiavélica, Edmundo é imprevisível, pena que o pobre alce não viu isso antes de ser descoberto, torturado e ter seus chifres cortados rente ao crânio para que eles não cresçam tão cedo, chifres esse que Edgar Lewis viu ser emoldurado em uma parede com diversos outros souvenirs de pessoas  que já estiveram no lugar dele, Edmundo punia severamente qualquer um que entrasse em seu caminho e o detetive contratado por Dominic para descobrir o paradeiro de seu irmão, não só achou o primogênito da família, como também descobriu no que ele estava envolvido...

Preso no porta malas em um dos carros, o alce desnutrido sentiu o veículo parar, ele acreditava ser um milagre, ainda está vivo, o que realmente era algo raro, afinal sobreviventes contam história e o urso pardo repudia tal impulso, mas Edgar se tornou um ótimo peão em seu tabuleiro, há tempos ele queria expandir seus negócios para as Américas, mas graças ao conselhos magistrais, como o Conselho das Coruja, ou o das Harpias que regem as regras no continente, se torna impossível agir de forma tão escancarada, o permitindo somente dá pequenos passos. E como um bloqueio ainda maior, sendo a Lei da Servidão Indevida que foi aprovada em quase todos os conselhos e os que não aprovaram ainda, estão bem próximos de aprovar...

Edmundo abriu o porta malas, cegando o alce com a luz nebulosa do inverno canadense, ele se afastou um pouco e um de seus homens tirou Edgar do bagageiro. O detetive apresentava uma imagem miserável, com farrapos cobrindo seu corpo, seus braços estão envoltos de correntes pesada se não fossem pela forte mãos o mantendo em pé ele com certeza desabaria no chão.

Edmundo _ É, meu caro Lewis... _ Disse vagarosamente emanando superioridade... _ Você conseguiu o privilégio que poucos tem, de sair vivo após descobrir sobre o meu ganha pão... _ Um mínimo sorriso de alívio surgiu em seus lábios... _ Mas não pense que sua liberdade vai sair de graça... _ Deu dois tapinhas na face do detetive, roubando qualquer vislumbre de alegria... _ Quero que entregue essas cartas a alguns velhos amigos, antes que pergunte algo, recomendo que não abra a boca não quero que suje meus ouvidos com sua voz asquerosa de fumante! Você os conhecem, foram eles que te contrataram, foi em especial ele que te colocou nessa situação! Dê a Dominic as cartas, ele fará o resto do trabalho e dará as outras para as suas irmãs, acene com a cabeça  se entendeu! _ Edgar balança a cabeça freneticamente em concordância, desesperado por sua liberdade... _ Ótimo! Agora eu preciso do grampeador de madeira, traga ele Ivan! _ O loiro traz a ferramenta até seu chefe, que pega uma das cartas juntamente com o grampeador e pressiona eles contra a pele do antebraço direito de Lewis... _ Uma pequena garantia que as cartas cheguem em segurança, sei que você aguenta um grampo de nada, experimentou coisa pior, não é mesmo! _ Em completo silêncio, o alce não proferiu palavras, aguardando serenamente o inevitável com os olhos cerrados. No momento em que o primeiro grampo penetrou em sua pele, lágrimas fluíram silenciosamente por seu rosto, mas ele reprimiu qualquer lamúria audível. Essa atitude intrigou Edmundo, atiçando seu lado sádico. Como uma derradeira punição cruel, ele cravou mais dois grampos na mesma carta e prosseguiu dessa forma para as duas cartas subsequentes, fixando três grampos em cada uma, em pontos distintos do corpo, um nas costas e a outra na panturrilha... _ Contemple esta visão gratificante rapazes, agora, as cartas estão sob segurança extrema. Cuide delas com esmero, pois sua vida depende do sucesso de sua entrega aos destinatários. Agora vá!

Edgar Lewis _ Obrig... _ Seu sussurro inadiável foi abruptamente silenciado pelo olhar severo do urso. Quando o capanga de Edmundo finalmente soltou o homem, que desabou no chão sem qualquer estrutura, ele permaneceu em silêncio. Contudo, a ânsia pela liberdade superou qualquer exaustão; assim, Edgar Lewis se ergueu, saiu mancando, dirigindo-se o mais rapidamente que suas pernas permitiam em direção à densidade da floresta. Cada passo doloroso era impulsionado pela urgência de escapar, enquanto os murmúrios das folhas e o eco distante dos grunhidos do alce ferido eram os únicos testemunhos da sua fuga na penumbra da floresta. O silêncio tenso que se seguiu foi interrompido apenas pelo som de galhos quebrando sob seus pés, ecoando a determinação de Edgar em desaparecer na obscuridade da natureza, longe das garras do destino que tentaram prendê-lo e que por tanto tempo foi seu.

A morte, em comparação, parecia uma misericórdia diante da perspectiva de passar dias como mero brinquedo nas mãos impiedosas dos capangas do urso pardo. Cada momento de agonia prolongada era uma tortura psicológica e física, onde a sombra da incerteza pairava, tornando a ideia da morte uma fuga desejada diante do cenário insuportável que se desenhava. O simples pensamento de escapar dessa existência servia como um frágil consolo, uma esperança delicada em meio à crueldade palpável de Edmundo.

Agora, observando intrigado, o urso fixa seu olhar na imagem decadente do alce que gradualmente se dissipa entre os pinheiros e a neve, como se o cenário testemunhasse a melancolia de uma partida que se perde na vastidão do inverno.

Edmundo _ Para alguém tão ferido, ele até se move rapidamente. Tragam-me o arco e as flechas! Afinal, ele só precisa de uma perna pra se arrastar por aí... _ A calmaria sádica na sua voz ecoava através daqueles ao seu redor, enquanto Edmundo, intrigado pela resiliência do alce, se preparava para um desfecho tenso no denso emaranhado de árvores que testemunha a cena. Um de seu subordinados preparou o equipamento com maestria, logo o depositando em suas mãos robusta... _ Se eu acertar vocês ganharam uma regalia quando voltarmos pra casa! _ A flecha cortou o ar com velocidade, uma linha fugaz que atravessou as árvores, encontrando seu alvo com precisão milimétrica. O som cortante perfurou o silêncio da floresta quando a flecha atingiu o tornozelo do alce, ecoando um estalo agudo de impacto. O animal, já ferido e exausto, vacilou sob o golpe repentino, seu gemido ecoando entre os troncos enquanto a ferida recém-infligida adicionava mais uma camada de aflição ao drama na penumbra da floresta. _ Isso, de fato, é um som que vale a pena ouvir; parece que a neve ganhará um tom carmesim bastante marcante! _ A satisfação de Edmundo ecoava na clareira, enquanto ele antecipava o rastro visualmente dramático que se desdobraria na paisagem branca, transformando-a em um quadro onde o vermelho da ferida contrastaria com a pureza do inverno. O destino do alce, agora imerso em uma mistura de desafio e agonia, estava prestes a deixar sua marca artística na natureza selvagem.

Continua...

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