Quadraginta

2.6K 210 174
                                    

Oi! Não me matem, não me persigam pois homofobia é crime e eu vou explicar tudo nos próximos capítulos.

Não paguem de bobos porque, SIM, deu pra perceber. O quê? Vocês vão se ligar em breve.

A vida é bela e eu tenho conta pra pagar. Tô vendendo o ebook de AUL por apenas R$ 9,90 com cenas novas e personagens originais. Preciso vender 17 até o dia 22 pra pagar um boleto, será que consigo??? 😭😭😭

Enfim, sem choro, quer dizer, com muito choro. Vamo lá???

_________________________🌺🌺_________________________

Camila precisava de um momento de respiro, um espaço onde pudesse afastar-se da opressão daqueles corredores hospitalares e dos pensamentos turbulentos que a consumiam. Ela caminhou para o lado de fora do hospital. O ar fresco da noite a envolvia enquanto ela se afastava da atmosfera carregada. Precisava de um momento de alívio, de um breve refúgio para tentar acalmar sua mente turbulenta. Seus passos a levaram até um canto tranquilo nos arredores do hospital, onde a cidade de Amsterdam se estendia sob um manto de estrelas. Seria cômico se não estivesse sendo tão trágico, mas a noite, que sempre acalmou os nervos daquela simplória mulher, agora parecia surtir o efeito contrário. O desconhecido céu que, até dias atrás, encantava a arquiteta, parecia carregar agora todos os enigmas da existência do universo. O que viria horas depois? O que aconteceria no ponto mais escuro da noite?

Ela respirou profundamente, deixando que o ar fresco enchesse seus pulmões e lhe trouxesse um pouco de serenidade para acalmar sua estrondosa mente. Seus olhos se fecharam por um instante, enquanto ela tentava afastar os pensamentos sombrios que a atormentavam. Camila caminhou até uma esquina tranquila, sem movimentos de veículos, em busca de qualquer indício silencioso e acalentador.  Foi então que uma agitação peculiar chamou sua atenção. Um homem estava parado à distância, sob a luz fraca de um poste, sua figura estava meio obscurecida pelas sombras. Ele dançava de maneira quase errática, teatral, como se estivesse seguindo uma melodia invisível que apenas ele podia ouvir. O movimento dele era quase hipnótico, uma dança solitária sob o céu noturno.

Curiosa e intrigada, Camila se aproximou lentamente, mantendo uma distância segura. A figura do homem era esguia e seu cabelo bagunçado parecia balançar no ritmo imaginário que ele seguia. Seus olhos brilhantes pareciam fixos em algum ponto distante, como se ele estivesse sintonizado com algo além da compreensão humana. Enquanto ele dançava, sua voz soava em murmúrios, quase como uma melodia sussurrada pelo vento. As palavras eram enigmáticas, como fragmentos de pensamentos capturados pelo ar.

― Tempo tecendo fios invisíveis... Destinos entrelaçados... Cada passo, cada escolha... A dança eterna do destino...

As palavras pareciam flutuar em direção a Camila, como se fossem destinadas apenas a ela. E enquanto ela ouvia, uma sensação estranha a envolveu, um eco dos seus próprios pensamentos, uma ressonância curiosa com o turbilhão de emoções que estava enfrentando, como se o tempo em si estivesse tentando se comunicar pessoalmente.

― O passado e o futuro dançam juntos... Um emaranhado de momentos, um quebra-cabeça cósmico... Tudo tem o seu tempo… A culpa e a sombra não podem ser seus guias…

O coração de Camila começou a bater mais rápido. Aquelas palavras enigmáticas pareciam se alinhar com seus próprios medos. Ela sentia como se o universo estivesse tentando lhe transmitir uma mensagem, como se o próprio tempo estivesse falando com ela, ali na sua frente.

― Na escuridão, uma luz brilhará... As sombras se dissiparão... A jornada é longa, mas a esperança é eterna...Enquanto você se sentir culpada, não estará pronta…

― Quem é você? ― Ela finalmente criou coragem para dizer alguma coisa. Sua voz estava trêmula.
O homem enigmático sorriu de maneira tranquila, como se conhecesse segredos que ultrapassavam o entendimento humano.

Sign of the timesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora