Universidade de Madrid?

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ISADORA BENNETT

Hoje era dia 26 de Outubro de 2023.

O dia em que minha vida sofreu o maior baque que poderia ter acontecido.

Eu havia sido aceita em uma faculdade no exterior, mas para a minha tristeza não era no lugar que eu almejava desde criança, era o pior lugar que poderiam ter me aceitado.

Me encontrava de bruços em minha cama, pensando em como eu contaria aquilo para minha mãe e meu pai, que falavam para todo mundo que eu seria aceita na Universidade de Barcelona e não estava sendo bem assim.

Na mensagem que recebi da diretora da Universidade, dizia o seguinte.

Meus parabéns, Isadora.
Me chamo Catarina e sou a diretora da Universade de Madrid, entrei em contato para lhe parabenizar por ter sido aceita em nossa Universidade, será uma honra tê-la em nossa instituição.
As aulas começaram em breve, espero que faça uma boa viagem e até logo.

_ Como eu digo isso a eles? - Era pergunta que rondava em minha mente, eu estava frita.

_ Isadora!! Vem jantar meu amor, já está pronto. - Minha mãe gritou do andar de baixo, então guardei meu celular no bolso e desci as escadas correndo até a cozinha.

_ Cheguei mãe. Hum.. que cheiro maravilhoso é lasanha? - Perguntei ao sentir o cheiro de longe, minha mãe sabia minha comida favorita e sempre a fazia, ela era a melhor.

_ Sim, meu amor. Chama seu pai, por favor. - Pediu colocando a tigela na mesa e fui até a porta chamando por ele.

_ PAI A MÃE ESTÁ CHAMANDO!! - Gritei e avistei ele descer as escadas logo em seguida.

_ Meu amor, se fosse para gritar, eu teria o feito. - Minha mãe me repreendeu e sorri como pedido de desculpas.

_ Pensei que ainda estivesse no trabalho. - Meu pai falou ao se sentar a mesa.

_ Cheguei mais cedo hoje, o turno não durou muito.

Como eu contaria a eles o fato que tinha sido demitida por xingar uma cliente que puxou meu cabelo? acho melhor ocultar essa parte.

Quando criança, eu e meu pai éramos muito próximos, fazíamos de tudo juntos, inclusive assistir aos jogos do Barcelona, foi assim que fiquei encantada pelo time.

Eu e ele tínhamos uma conexão, mas tudo mudou quando comecei a trabalhar e ele insistia em dizer que isso era coisa de homem e que mulher só servia para lavar roupa e fazer comida.

Um típico pensamento dos homens de 1970.

_ Já falei que não gosto do seu trabalho. - Resmungou enquanto minha mãe colocava o prato em cima da mesa para ele.

_ Não, o senhor só não gosta que eu seja independente e que não precise de homem nenhum.

_ Isadora, não começa. - Minha mãe me repreendeu com o olhar e me sentem na cadeira com o meu prato em mãos, ficando quieta.

_ Então, a Universidade de Barcelona já entrou em contato? - Ele perguntou e não consegui mentir.

_ Eu não fui aceita. - Respondi sua pergunta enquanto levava um pedaço de lasanha em minha boca.

_ Está vendo Maria, sua filha foi reprovada denovo! - Gritou se exautando e levantando-se da mesa.

Ia começar tudo denovo.

_ Calma, Augusto.

_ Não, eu sempre falo para essa garota mas ela nunca me ouve! Já cansei de dizer que mulher não é para trabalhar, sempre dei tudo para essa ingrata e é assim que ela faz? não serve nem para passar em nenhuma faculdade.

Country on fire - Jude BellinghamOnde as histórias ganham vida. Descobre agora