O amor é uma Bosta

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[ ... ]

A chuva estava se intensificando, meu corpo estava curvado para a frente e minha respiração estava condensada. Uma vez ou outra sentia Jobe me olhando de soslaio e entendia sua preocupação.

_ Eu vou ver se eles já estão vindo. Você vai ficar bem? - Jobe perguntou e assenti.

_ Sim. - Respondi e ele assentiu saindo do carro. O motorista não estava, já que não iríamos ir agora por esperar Jude e seus pais e por Jobe ter pedido para ele esperar sentado no banco que tinha na recepção.

Estava sozinha no carro escuro, então tive tempo para pensar na minha vida. Gostava de pensar sobre como ela era complicada, mas que também tinha momentos felizes.

Embora eu tenha pavor de raios e sons de trovões, nem sempre foi assim. Eu ainda conseguia olhar através da janela, mas ainda sim me sentia estagnada toda vez que tentava.

Talvez eu devesse procurar um psicólogo, precisava superar esse medo que me assombrava em dias assim.

JUDE

Estava cercado de repórteres, havia um, dois, três, vinte, quarenta, enfim, muitos. Eram flashes e pergunta para todos os lados. Mas a única pessoa que eu queria ver, não está a ali.

_ Mãe, você viu a Isadora? - Perguntei em um sussuro para minha mãe, que negou.

_ Na verdade não a vejo desde que chegamos. Mas ela está com seu irmão, então estão bem. - Minha mãe disse e assenti terminando com as fotos.

Quando tudo aquilo terminou e fui me aproximando da saída, vi um raio no céu e meu coração se acelerou. Puta merda, cadê a Isadora? Era a única pergunta que minha mente fazia para mim.

Foi então que vi meu irmão próximo a saída e como os repórteres não podiam passar por causa dos seguranças, agradeci mentalmente indo até ele, já que meus pais estavam indo na direção do carro.

_ Cadê a Isadora? - Cheguei perto de Jobe que olhou para mim e depois olhou para os repórteres.

_ Quando acabou a premiação achamos melhor ir para o carro, para evitar comentários desnecessário, mas... quando chegamos aqui, ela travou no lugar e estava evitando olhar para o céu a todo custo. Foi então que ela me contou que tinha medo e eu a ajudei. Pensei que quando ela entrasse no carro ela fosse se sentir melhor, mas não é isso que está acontecendo lá. Ela está curvada para frente, com um fone que eu emprestei para ela e não disse uma palavra por conta própria, ela apenas me respondia e voltava a ficar em silêncio.

_ E você deixou ela sozinha lá? Poxa, Jobe. - Ele não podia ter largado ela sozinha dentro do carro, sendo que estava chovendo ainda.

_ Eu achei melhor vir te contar, porque ela disse que nós podíamos esperar por vocês, então eu não sabia o que fazer.

_ Faz o seguinte, vai no carro e diz para a mamãe e o papai que eu vou com você e a Isa no outro carro e que eles podem ir na frente com o motorista.

_ Mas você não pode fazer isso. Vai ficar estranho, os jornalistas já estão tirando fotos e comentando sobre estarmos conversando agora.

_ Não ligo para eles, apenas faça o que eu te pedi, por favor. Vou indo até ao carro, não demora. - Falei passando por ele e indo até o carro que estava um pouco distante da entrada principal.

Fui direto para a porta detrás e quando abri, vi Isadora me olhando e tentando entender o que eu estava fazendo ali.

Então simplesmente entrei no carro, fechei a porta e a puxei para um abraço apertado. Ela não negou, muito pelo contrário, simplesmente passou os braços pelos meus ombros e afundou sua cabeça em meu pescoço.

Country on fire - Jude BellinghamOnde as histórias ganham vida. Descobre agora