➵ 9. Clandestine Temptation

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Calina Sartori
Dias atuais...

A noite já começava mesmo sendo quatro da tarde. O inverno já havia chegado com força. Da janela do trem eu observava toda a vegetação molhada com as chuvas e boa parte das árvores sem folhas. O clima aquecido de dentro do vagão fazia minha respiração ficar tão tranquila quanto em um sono profundo. Bristol não era tão distante de Londres, mas ainda renderia umas duas horas de trem. Mantê-la escondida de tudo e todos, no final meu pai realmente fez isso.

Agarrei meu celular deslizando os dedos pelas mensagens. Observando a de Haily perguntando onde eu estava, Chris dizendo que estava preocupada com o meu súbito desaparecimento da academia, o Eros mandando pontos — nosso código para nos vermos — e enfim Bugsy... No fim ele acabou me mandando mensagens, que eu tratei em ignorar. Mas quando ia desligar a tela o barulho da notificação chamou a minha atenção, ele havia acabado de mandar uma foto. Tentei conter minha curiosidade, mas ela acabou falando mais alto. Cliquei na notificação e meus olhos aos poucos foram se estreitando. Levantei a cabeça olhando ao redor e de repente vi Aiken balançando a mão com um sorriso travesso nos lábios.

Joguei minha cabeça para trás e puxei o ar respirando profundamente. Pensei em dezenas de formas de jogá-los para fora do trem, mas definitivamente eu acabaria na cadeia em todas elas. Abri os olhos quando senti a sua presença se sentando ao meu lado. Observei a postura do Bugsy contrair como se ele estivesse irritado com o fato de Aiken estar ao meu lado.

— Onde está indo? — Aiken perguntou se debruçando na pequena mesa focando uma mecha do meu cabelo.

— Qual é? Estão me seguindo para todo canto? — Revirei os olhos observando o Bugsy com uma toca enorme que tampava a máscara até os olhos. — E como você entrou de máscara?

— Dinheiro compra tudo, Bunny. — Bufei no segundo que ouvi o apelido mais uma vez. Ouvi-lo dizer me irrita ainda mais.

— Hoje eu não estou afim desses jogos medíocres. Então apenas voltem de onde saíram. — Cruzei meus braços me esparramando na poltrona e fechei meus olhos.

Esperei que eles me escutassem e fossem embora. Mas Aiken e Hunter começaram a simplesmente papear sobre voltar às corridas.

— Mas que droga... — Sussurrei agarrando meus fones de ouvido. E ao olhar na direção deles eu tinha um Aiken magoado, Hunter irritado e um Bugsy apenas sendo Bugsy.

— Você não quer nos ouvir? — Aiken perguntou.

— Vocês ficaram mais sensíveis com o tempo. — Guardei os fones contra a minha vontade observando a troca de olhares entre eles. — Vamos apenas conversar sobre coisas cotidianas, hum? Não quero falar sobre corridas ou sobre danças...

— Eu disse que ela se tornou um porre... — Hunter virou a cabeça para Bugsy que apenas balançou a cabeça concordando.

— Nós vamos desvirtuar-la novamente. — Ele disse e meu rosto queimou apenas por saber que ele estava me analisando.

Sua cabeça balançando em negativa, quando Aiken colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, antes de sussurrar no meu ouvido.

— Mas depois de tudo o que nós fizemos juntos... — O sopro quente da sua voz trouxe lembranças de um passado distante ao meu corpo. — Acho que não tem mais nada para desvirtuar na nossa Bunny.

Bugsy rosnou do outro lado quando a boca de Aiken tocou aquele ponto sensível abaixo do lóbulo da minha orelha, mordendo levemente me arrancando um suspiro.

— Aiken... — A voz gutural do mascarado soou a minha frente, me arrancando das lembranças de mãos e bocas quentes percorrendo os caminhos pelo meu corpo.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZOnde as histórias ganham vida. Descobre agora