➵ 24. Sins Unveiled

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Calina Sartori
Dias atuais...

Olhei de relance para Trevor que agora se deslocava da porta de entrada em nossa direção. Semi cerrei os olhos como se isso fosse me fazer ser capaz de distinguir o que havia acontecido. Mas ele simplesmente passou diretamente por mim indo até os outros rapazes e também sussurrando algo em seus ouvidos. A música clássica de três violinos e um violoncelo já atingia meus ouvidos, me fazendo lembrar da apresentação do meu décimo aniversário, quando meu corpo saltou, arqueou e sentiu cada um dos passos de Quebra Nozes. Mas também meu peito se aqueceu com a lembrança da primeira faca Butterfly que recebi de Trevor. O dourado misturado com branco por toda a extensão da lâmina, a forma como estava afiada ao ponto de me cortar quando toquei pela primeira vez. Assustada, mas impressionada pela ousadia de ter me enviado algo perturbador.

E as suas palavras através daquele bilhete.

"Nós encontramos mais uma vez."

O primeiro de todos que me fez ficar um tanto quanto fascinada por uma pessoa obcecada. Quem diria que por trás daquelas letras cursivas existia realmente alguém como ele. O observei ainda de costas para mim, dando passos longos mas calmos, como se estivesse entrando em seu território. Os ombros largos relaxados enquanto ele levantava a barra da camisa social expondo seus braços tatuados. Passei a língua por meus lábios os umedecendo, sem sequer perceber que haviam ficados secos. Tudo parecia ter ficado em câmera lenta, apenas vendo-o a uma longa distância.

Era essa a sensação que ele sentia enquanto me observava?

Elevei meus olhos enquanto um sorriso sútil se formava em meus lábios. Observando toda a estrutura enquanto adentrava ao salão principal, sendo recebida por um garçom que segurava uma bandeja sobre a qual equilibrava dezenas de taças de champanhe. Segurei uma agradecendo de forma sútil voltando a olhar para cima.

Desde a última vez que eu vim a esse castelo, tudo parecia exatamente igual. A pintura de O Inferno De Dante entalhado por todo o teto, fazendo o local se parecer mais com um museu do que uma casa. As paredes cobertas por pedras lisas marmorizadas brancas misturadas com cinza, lembrando os grandes palácios gregos. Os tons claros trazia algo entre passado e futuro de uma forma elegante. O salão principal tem o pé direito duplo, contendo uma escadas que se dividia para duas direções, nas pontas de baixo cabeças de medusas eram as decorações e bem no centro uma escultura artística de gesso, onde dois homens nus se abraçavam com todas partes de seus corpos expostas.

As grandes colunas definitivamente eram o que mais chamava a atenção de qualquer um. Que eu me lembre bem quando Grecov Lykaios — pai de Eros — ainda estava em sua plena saúde, nada que remetia a sua cultura grega havia na casa. Eros algumas vezes comentou o quanto seu pai odiava o próprio país. O que me fazia pensar porque o seu nome seria Eros já que se trata de um Deus grego e logo ele respondeu dizendo que sua mãe era diferente, ela amava e adorava a cultura, mas ainda assim o senhor Lykaios não permitia nada dentro de sua casa com a estampa da Grécia.

— Estou vendo fumaça saindo da sua cabeça. — Abaixei o olhar no mesmo instante vendo Tyler emergir em minha frente usando uma máscara preta cobrindo apenas seus olhos e nariz. — Como você está?

— Na verdade, eu que tenho que te perguntar isso. — Seus lábios se curvaram em um sorriso sútil revelando suas covinhas.

— Não, ela era apenas uma peguete de fim de semana, mas era a sua melhor amiga... — Ele travou antes de continuar a falar.

— É, era a vadia da minha melhor amiga que transou com meu namorado debaixo do meu nariz por anos. — Ambos sorrimos como se aquilo fosse uma grande piada.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZWhere stories live. Discover now