➵ 13. Sky Burning

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Calina Sartori
Seis anos atrás...

As luzes piscavam repetidamente me dando quase tonturas, mas o álcool já corria em minhas veias me trazendo o calor e a adrenalina. Meus olhos grudados no corpo ensanguentado de Bugsy. Suas mãos iam rapidamente em direção a face daquele outro cara. Ambos altos, com corpos malhados e a fúria exalando por cada centímetros de suas peles. Bugsy não poupava tempo arrancando um gemido de dor quando seu soco acertou a costela do outro homem. Gritos de euforia preenchiam meus ouvidos, mas eu nem sequer conseguia deixar minha voz sair. Estava completamente atônita, perdida em pensamentos e me achando uma completa louca por achar aquilo extremamente sexy.

— Ele vai matá-lo... — Hailey sussurrou agarrada em meu braço.

Mais um soco. Mais um estalo. Mais um grito.

E então o homem foi derrubado. O sangue que escorria por seu corpo não parecia incomodá-lo nenhum pouco. Mas óbvio que não incomodaria, não era seu próprio sangue. Eu estava completamente embasbacada, ele não havia tomado um soco sequer desde que a luta se iniciou. As mãos rodeadas por faixas iam em direção ao seu oponente agora sentado batendo contra o chão frustrado por ter perdido. Seu corpo balançava conforme a risada eufórica saia de seus lábios.

— Aquele bunda mole! — Aiken veio em nossa direção com o braço de Bugsy agarrado em seu pescoço.

Engoli em seco observando as mãos que me tocaram a pouco tempo, agora encharcadas com o sangue e alguns pequenos cortes. Fazendo a chama se acender ainda mais dentro do meu corpo. Umedeci meus lábios deixando minha respiração se relaxar, mas parecia que um caminhão de tesão havia me atropelado. Só de olhá-lo o ardor se instalava no meio das minhas pernas e a necessidade de mais preenchia meu peito.

— Foi tão fácil. Nem sequer valeu a pena. — Aiken atraiu minha atenção. Dizendo com tanto orgulho como se fosse ele que tivesse lutado.

— Desde quando algo é difícil para ele? — O homem alto que ainda não havia me dito seu nome apareceu ao meu lado me assustando levemente. — Esse cara só pode ser horrível transando, porque de resto...

Minhas bochechas se aqueceram no segundo em que ele soltou uma risada marota. Uma toalha foi jogada em sua direção e ele a agarrou passando por seus braços, abdômen e mãos. Eu o observava deslizando lentamente o tecido sentindo o mundo ficar em câmera lenta. Engoli em seco percebendo as veias saltadas de seus braços, os músculos soltos fazendo ele parecer ainda mais malhado. E então lentamente ele foi levando a toalha para cima, passando em seu pescoço e ao tocar a ponta da máscara no queixo o ar fugiu do meu pulmão em uma lufada.

Ele a afastou apenas o suficiente para que sua mão com a toalha deslizasse para dentro. E então a frustração tomou conta da minha face. Percebendo isso o homem alto levou as mãos até o meu cabelo o bagunçando como se fosse um carinho em um cachorrinho.

— Não se sinta frustrada, pequena Bunny. — Fiz uma careta leve me afastando de suas mãos. — Bem, o que vamos fazer agora? Já encerramos partes da amostra.

— Você não vai tocar? — Bugsy disse fazendo nossa atenção ser voltada para o palco com uma guitarra exposta.

— Não estou afim. — Ele soltou um suspiro tedioso.

— Isso significa que não está bêbado o suficiente, Hunter? — Então esse era o nome dele. Aiken se soltou do agarre do mascarado indo em direção ao Hunter. — Qual é! Temos um plano...

— Plano? — Perguntei arqueando as sobrancelhas curiosa.

— Mostrar a você todas as faces da anarquia. — O arrepio passou pelo meu corpo me fazendo dar um pequeno salto. Me afastei da voz grave de Bugsy que estava bem ao meu lado.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZOnde as histórias ganham vida. Descobre agora