➵ 28. Racing Against Time

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Calina Sartori
Dias atuais...

Adentramos a grande sala repleta de cofres infiltrados pelas paredes, o homem ainda com as mãos para cima assustado caminhou rapidamente para a lateral perto do computador balbuciando algo desconexo me fazendo aproximar.

— Abra a boca se quiser dizer algo. — Pressionei a arma em sua costela fazendo-o soltar um gemido abafado.

— Eu não posso abrir os cofres, todos os nossos lacres são confidenciais com códigos que apenas nossos clientes podem saber. — Deixei um suspiro de frustração passar por meus lábios.

— Mas e quando os clientes esquecem as senhas? — Virei-me para Trevor que desfilava analisando todos o local.

O homem parou por um instante olhando ao redor e eu percebi suas pupilas tremendo, como se estivesse tomando sua decisão naquele momento. Sobre contar e possivelmente ser culpado por isso mais tarde ou levar um tiro e morrer por apenas alguns cofres. Se eu fosse ele também estaria bem desesperada. E com um suspiro ele enfim tomou sua decisão, respondendo com a voz fraca.

— Nós reiniciamos o sistema, mas...

— O que você tá esperando para fazer isso? — Trevor aproximou-se rapidamente dele enrolando sua gravata ao redor do braço e puxando-o, fazendo os olhos do homem esbugalhar. — Acha que isso é uma espécie de brincadeira? Que estamos aqui apenas por diversão?

— Não... — Ele respondeu-o sem ar fazendo o mascarado soltar uma risada sinistra ao ponto de me trazer arrepios. — Não, senhor.

— Eu não quero sujar minhas mãos e muito menos assustar a minha garota com o seu sangue. Então seja digno da minha paciência e faça o seu único trabalho rezando para que abra todos esses cofres... — Com dois tapinhas em seu rosto ele o soltou. — Ou os seus miolos e entranhas vão acabar espalhados por todos os lugares como uma perfeita pasta italiana.

Senti meu estômago agitar devido à comparação com uma comida, isso é nojento. Mas balancei a cabeça desviando minha atenção, analisando as dezenas de pequenos armários enfileirados por toda a imensa extensão da parede, parecendo mais um corredor do que uma sala. Trevor se aproximou assumindo meu lugar fazendo com que eu pudesse andar. Diversos nomes eram conhecidos por mim, mas aos poucos os nomes eram substituídos por números e os cofres começaram a aumentar de tamanho. Até que eu parei em frente a quatro cofres, números em sequência de 44.

Cruzei meus braços mordendo meu lábio inferior, uma maldita sensação estranha dominando todo o meu interior. Como se um instinto gritando em minha mente dizendo que esses cofres deveriam ser abertos.

— Esqueça os outros, eu quero esses 4 cofres abertos. — Apontei para o metal grosso batendo minhas unhas chamando a atenção do gerente que logo se tornou branco igual papel.

— Senho... Senhora... Eu não posso fazer isso. — Sua voz saia entre soluços de nervoso e a única coisa que eu pude fazer foi sorrir dando passos lentos em sua direção.

Com aquele mesmo ardor na pele já conhecido, sabendo que mesmo Trevor tendo sua máscara virada na direção do cara seu olhar estava em mim. Observar através da máscara é realmente satisfatório e talvez eu entenda mais sobre seu monstro interior ser revelado apenas quando esse pedaço de plástico cobre nossos rostos. Máscaras teatrais que mais fazem a realidade parecer um teatro do que uma vida.

— Isso não foi um pedido... — Sentei sobre a mesa colocando a ponta do arma em seu queixo vendo-o tremer. — Eu não tenho tanta paciência quanto ele, então vamos poupar todo esse discurso de "eu não posso" e "não consigo"... — Forcei a voz soando quase como ele tirando uma risada abafada de Trevor. — E vamos pular para a parte que você abre sem precisarmos de força bruta? Eu realmente não quero sujar minhas mãos, mas elas já estão afogadas em litros de sangue e mais um pouco do seu não faria a mínima diferença.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZOnde as histórias ganham vida. Descobre agora