EMILY E LIAN: A PRINCESA PRISIONEIRA E O IMPERADOR DO CAOS

CAPÍTULO 4

   Assim que descemos da carruagem os empregados ficaram a postos para pegar nossas bagagens.

– Coloquem tudo no nosso quarto.

  Ordenei.

   Eu confesso que sinto falta de ter um quarto só para mim, mas agora que sou casada tenho que ficar num quarto maior que há no palácio, destinado a nós.

   Assim que entramos no palácio um dos homens da corte do meu pai vem até nós e nos guia até a sala do trono.

   Ficamos diante de meu pai e nos curvamos brevemente antes de encará-lo.

– Boa tarde pai.

– Boa tarde, imperador.

– Boa tarde minha filha, boa tarde meu genro. Curtiram sua lua de mel?

– Foi ótima papai. 

   Eu esperava que meu pai dissesse algo, mas quem falou foi seu conselheiro de confiança.

– Sério? Os empregados disseram que vocês tiveram uma discussão no quarto dia e não fizeram nada desde então. O que ouve?

   Eu olhei para Lian no exato momento. Meu pai realmente pôs um espião para saber se nós estávamos mesmo apaixonados! Como ele consegue ficar com uma feição tão indiferente?

– Claro que não! Eu apenas… Bem… No terceiro dia Lian me fez uma surpresa maravilhosa. Nós fizemos um belo piquenique e foi tão romântico! Infelizmente… infelizmente eu só consegui pensar no quanto Amélia adoraria estar lá. Eu fiquei irritada comigo mesma por ter estragado o fim do piquenique e quis ficar quieta no meu canto durante o quarto dia. 

– E no quinto dia? Vocês também não fizeram nenhuma atividade juntos.

   Nossa! Se ele soubesse como o quinto dia foi incrível! Eu não tinha certeza sobre como responder, mas Lian interveio antes que eu abrisse a boca.

– Mas nós aproveitamos o quinto dia!

   Toda a corte olhou para Lian.

– E o que vocês fizeram, exatamente?

– Eu peço perdão, meu imperador e sogro, mas não tenho qualquer intenção de lhe dizer as coisas que eu e minha esposa fizemos durante o quinto dia em nosso quarto. Acredito que minha esposa ficaria um tanto envergonhada de ser exposta para o senhor e sua corte.

   Tecnicamente Lian não contou qualquer mentira, mas pelo contexto que ele deu, eu entendi o que a corte e meu pai pensaram e eu não consegui evitar de ficar completamente vermelha.

– Pai! Por favor eu… Eu realmente não quero falar sobre o quinto dia! Por favor acredite em mim quando digo que o adorei.

   O conselho de confiança de meu pai andou até mim e me rodeou, me olhando de cima a baixo. Confesso que nunca gostei desse homem, por algum motivo ele sempre me deu calafrios.

– Me diga princesa, nesse quinto dia de lua de mel você realmente curtiu? Digo… você parece bem desconfortável.

– É claro que ela está constrangida! Pare de cercar minha esposa!

– Eu apenas quero… ter certeza de que a princesa não está sendo forçada a nada, entende? A princesa é muito inocente para saber quando está sendo manipulada e nós apenas queremos ter certeza de que…

– Já chega, Ronald.

   Meu pai interviu. Obrigada papai! Esse homem realmente me deixa desconfortável.

– Minha filha, peço desculpas por te tratar de tal forma, estou apenas preocupado com sua segurança. Mas se está tudo bem então você pode se retirar.