CAPÍTULO EXTRA: NARRADO POR NIARA E ISAC

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   Eu realmente mal via a hora de deixar aquele reino e voltar pra casa. Era realmente muito irritante ser cortejada por um bando de idiotas! Alguns até eram legais, mas meu coração sempre será de Isac.

– Bom dia, meu amor.

   Disse ao lhe dar um breve e rápido beijo antes de sentar no meu lugar ao seu lado na mesa.

– Bom dia, minha amada. Feliz, agora que retornou?

– Com certeza, não parei de pensar em você em nenhum momento.

– Fico feliz e digo o mesmo, você sempre será o sol da minha vida.

   Enquanto nos servimos, iniciamos uma conversa.

– Sabe… sempre achei que tinha me apaixonado por ti quando me tirou para dançar naquele baile, mas na verdade foi bem antes, quando éramos um pouco mais jovens e você foi encurralado por uns valentões.

   Isac riu um tanto sem graça.

– Você nunca vai deixar de se gabar por ter me protegido, não é? Aquilo foi tão…

– O que? Uma mulher não pode proteger um homem?

– Não é nada disso, eu me apaixonei por você naquele mesmo instante em que te vi. Parecia uma guerreira amazona, bela e forte. Mas a surra que levei por ter sido defendido por uma garota quando cheguei em casa…

   Isac treme levemente a mão e eu a seguro.

– A sua família sempre foi formada por um bando de babacas, eles eram verdadeiros cegos por não apreciarem a gentileza do coração dourado que te pertence.

– Nós dois sabemos que não era por conta da minha gentileza que me odiavam.

   Isac sorri daquela forma forçada que reconheço bem. Ele odeia falar de sua família tanto quanto eu detesto falar da minha. Aproveito que estou segurando sua mão e puxo seu braço para olhar bem as marcas já cicatrizadas de mutilação, feitas a anos atrás.

– Eu não me corto mais.

– Só queria conferir.

   Às vezes tenho medo que ele faça algo precipitado, que bom que ele deixou isso para trás. Eu lhe dou um afago, acariciando seus cabelos tão vermelhos quanto fogo antes de descer lentamente até seu rosto e lhe acariciar a bochecha com movimentos circulares de meu polegar.

– Eu te amo desde aquele dia, só não sabia disso. No dia do baile, você me tirou para dançar e me encantou com sua graça, seu sorriso gentil e sua atitude nobre referente a todos apesar de eles claramente te verem como alguém inferior. Eu admirei o alto controle que você tinha para não bater neles, como mereciam. Na hora pensei que você era um fraco por não revidar, mas… depois que me tirou para dançar e conversamos, eu te entendi melhor e me apaixonei por seu coração. Só que agora, relembrando tudo o que ouve, percebo que eu já gostava de você desde aquele dia, anos antes, quando o protegi pela primeira vez.

   Ele segura minha mão com ternura e nós encostamos nossas testas uma na outra. Fechando os olhos e respirando fundo antes de abri-los para nos encarar novamente, enquanto eu segurei minhas lágrimas, ele deixou que as suas corressem pelas bochechas. Fito seu olho desbotado por um segundo. Por ser um filho bastardo do ex líder de uma família nobre, ele passou por muitas coisas ruins, sobretudo por culpa de seu maldito irmão mais velho que o maltratava constantemente. Nunca perdoarei aquele infeliz por deixar meu amado cego de um olho! Desgraçado! Queria que tivesse sido eu e não Lian, a matá-lo!

– Vamos tentar começar o café da manhã de uma forma um tanto mais animada, não é bom começar o dia com assuntos tristes, faz mal.

   Ele diz de uma forma doce e singela. Eu sorrio de forma debochada para aquela situação.

EMILY E LIAN: A PRINCESA PRISIONEIRA E O IMPERADOR DO CAOSOnde histórias criam vida. Descubra agora