CAPÍTULO 13

2 2 0
                                    

   Foi como se o chão desabasse sob meus pés. As vozes de todos de repente se tornaram abafadas e o mundo em volta pareceu oscilar. De repente haviam escadas, depois corredores seguidos por mais escadas e corredores. Quando percebi, havia um copo em minha mão e eu estava sentada em uma cama. Quando eu havia chegado naquele quarto? A quanto tempo eu estava ali? Acho que Lian me perguntou como eu estava. Não sei o que respondi.
   Eu apenas vi eles dois saindo do quarto. Estavam falando algo. Lian estava com raiva. De repente eu estava encarando o teto do quarto e logo depois estava acordando em uma manhã.
   Me levanto e saio do quarto. Espera… quando eu troquei de roupa? Por que estou de camisola?
   Vejo um um vestido estendido sobre a cadeira próxima à cama. O visto e saio a procura de Lian. Avisto um dos guardas e pergunto a ele onde está meu marido. Sigo as instruções que ele me dá e desço até às masmorras. Após passar por alguns guardas, avisto Lian. Ele está dentro de uma das celas, há um outro homem com ele, amarrado em uma cadeira que só não tomba no chão porque Isac a segura firmemente. O soco inglês na mão de meu marido estava coberto pelo sangue que espirrava do rosto do homem que estava sendo socado. Eu paralisei com a cena e não sei o que teria feito, ou quanto tempo teria ficado parada ali, sem reação, se Isac não tivesse alertado Lian de minha presença. Sua face mudou completamente de um momento para o outro. Enquanto torturava o homem ele parecia irritado e satisfeito, mas agora, me encara de forma preocupada.

– Emily! Por que está aqui? Está melhor? Precisa de algo? Você não deveria ter visto isso, eu devia ter ordenado aos guardas que não te deixasse descer até aqui…

– Foi ele que matou minha irmã?

– Eu… ainda não sei, ele não quer revelar nenhuma informação.

– Tá.

   Eu me virei para sair, mas Lian segurou meu pulso.

– Espere! Emily… Por que veio até aqui?

– Estava te procurando.

– Precisa de algo?

– Sim…

– De quê?

– De você…

   Eu não estava chorando antes, mas não fui capaz de conter minhas lágrimas depois da pergunta que Lian fez. Lian trocou um olhar com Isac e eu puxei meu braço para desvencilhar meu pulso de seu aperto.

– Te espero terminar…

   Eu caminho até a escada e a subo, mas Lian vem logo atrás de mim. Já está sem o soco inglês.

– Isac pode cuidar disso para mim, você é minha prioridade.

   Minhas lágrimas se intensificaram e eu novamente afundei meu rosto em seu peitoral enquanto o abraçava. Lian retribui o abraço e ainda faz cafuné em minha cabeça.

– Por que!? Por que ela teve que morrer!? Ela era tão doce! Tão gentil! Tão nova!… Por que!?

   Lian não responde, apenas continua o afago.

– Eu prometi pra minha mãe que cuidaria dela! Prometi que cuidaria de Amélia! Ela era minha irmãzinha! Minha melhor amiga!

   Lian intensifica seu aperto, me abraçando de forma mais aconchegante.

– Dói muito! Muito mesmo!

– Sim, eu sei…

– Sinto como se alguém tivesse arrancado um pedaço do meu coração! Dói muito!

   Eu choro e desabafo. Não sei por quanto tempo fico assim, mas Lian não sai do meu lado. Ele continua a me abraçar e acariciar meus cabelos enquanto escuta atentamente.
   Depois que já não há mais lágrimas em meus olhos, eu separo o abraço e então enxugo o meu rosto.

EMILY E LIAN: A PRINCESA PRISIONEIRA E O IMPERADOR DO CAOSWhere stories live. Discover now