CAPÍTULO 22

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Eu abro meus olhos cansados e me vejo em um lugar nada familiar. Minha cabeça lateja e eu me sento para tentar recuperar os sentidos. Só então percebo que estou com vestes simples de plebéia. Olho em volta e me vejo em um beco escuro. O chão é feito de pedras feias e um cheiro podre de lixo preenche o ar. Olho para o lado e vejo três ratos nojentos se alimentado dos restos mortais do que um dia foi um cachorro. Ouço um barulho e de dentro do caixote de madeira na minha frente, sai um gato sem um olho e com um corte em uma das orelhas. Está com um rato na boca e então eu me levanto. Eu saio do beco e olho ao redor.

– Onde eu tô!?

   Eu começo a andar pela rua quando um bêbado me puxa pelo pulso e me prensa na parece.

– Olá belezura, nunca te vi por aqui. Você é muito linda.

   Seu bafo forte de cachaça e o fedor de lixo me causam enjôo.

– Me deixe em paz!

   Eu grito, em pânico. Nesse momentos uma mulher aparece com uma vassoura e bate na cabeça do homem, o fazendo cambalear para o lado antes de gritar com ele.

– Volta pra casa, Jonas! Você tá bêbado!

   Ele coça os cabelos e então retruca a mulher.

– Mas Regina… A Ana tá me traindo com aquele tal primo que não é primo dela e-

– Então arranja uma puta qualquer e desconta, mas não sai por aí assediando as mulheres porque senão eu mesma te estripo!

   Minha nossa! Onde eu vim parar!? Que lugar é esse? Eu não consigo mover minhas pernas, estou em pânico. Meu coração bate acelerado por causa do susto e eu tento me acalmar respirando fundo.
   O homem se afasta e a mulher me olha desconfiada, com uma carranca no rosto. Por que está me olhando assim?

– E você? Quem é? Nunca te vi por aqui.

– Eu sou-

   Espera! É seguro dizer que sou a imperatriz? Acho que não.

– Sou Emily. Eu não sei como vim parar aqui ou que lugar é esse, poderia por favor me ajudar?

– Ah tá! Você é uma daquelas traficadas que às vezes escapam, não é?

   Como é!? Traficada! Como assim?

– Você não é bonita o bastante pra ser vendida como prostituta, ia ser escrava de alguma fazenda?

   Eu arregalo meus olhos, completamente assustada. Quem é essa baranga obesa pra me dizer que não sou bonita e… em que diabo de lugar eu vim parar!?

– Por favor senhora, apenas me diga onde estou.

– Você está em Celeiro, uma das piores cidades da capital de Peridot, se é que dá pra chamar esse buraco de cidade.

   Peridot!? Não pode ser! Peridot não é assim!

– Por favor, você pode me dizer em qual direção fica o castelo?

– Castelo! É de lá que você vem? É uma empregada de lá?

– Por favor, me diga onde fica.

   Ela aponta em uma direção.

– Cinco horas de caminhada naquela direção.

   Só cinco horas! Que bom! Estarei salva em breve!

– Ah, obrigada senhora. Conhece alguém que possa me levar de carruagem, carroça…?

– Tem dinheiro aí com você?

EMILY E LIAN: A PRINCESA PRISIONEIRA E O IMPERADOR DO CAOSWhere stories live. Discover now