3.2 Heloísa

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Me colocou sentada entre as pernas dele, não mais nele.

— Você não precisa sentar em mim para tirar fotos — reclamou, rosnando.

Dobrei minhas pernas e fiquei meio de lado, o olhando. Suas mãos já não estavam mais em mim, mas eu estava com uma mão na coxa dele, sentindo a tensão que emanava de seu corpo.

— Eu sei que você ficou surpreso em descobrir que seu pau ainda sobe, mas...

E me calou colocando uma mão gigante em minha boca e virando meu corpo com o outro braço, fazendo minhas costas baterem com força no peito dele. Um braço enrolava a minha cintura; quem visse de fora poderia dizer que era protetor, mas eu sabia que era para me prender, para me impedir de correr e até mesmo de respirar da mesma maneira. Outra mão estava espalmada em minha boca, pegando boa parte de meu rosto porque ele era maior, bem maior, do que eu.

Em meu ouvido, eu senti seu hálito quente:

— Não se ache especial, Isa. — Em meus vinte e sete anos, aquela era a primeira vez que ele falava o meu apelido. — Você não é. Você é só mais uma bunda que sentou em meu pau e deixou ele semiereto.

Mordi o dedo dele com força e finalmente tirou a mão da minha boca enquanto me xingava. Me virei para olhá-lo, porque apesar de ainda ter aquele braço em minha cintura, não havia pressão real para que eu não conseguisse me mexer de jeito nenhum. Ele apenas queria fingir. Queria me assustar.

Eduardo estava mais para um cachorro do que para um lobo, o tipo de cachorro que late e não morde. Talvez ele ainda não soubesse, mas eu era o pior tipo de cachorro. Eu latia, mas eu também mordia.

Soltou a minha cintura e eu fiquei de joelhos entre as pernas dele, encarando seus olhos castanhos. Como era mais alto que eu, mesmo eu de joelhos e ele sentado, estávamos quase da mesma altura.

Sorri ao umedecer meus lábios e descer meus olhos para a marca óbvia em sua calça social.

Eu poderia provocá-lo ao tentar desmoralizá-lo, dizer que era pequeno, que não senti nada, que ele era fraco, que não me surpreendia... Meu Deus, a lista era longa de tudo que eu poderia dizer. No entanto, eu gostava de brincar com Eduardo de maneira mais interessante, provocando-o ao dizer a verdade mais crua e mais chula possível.

O celular dele já estava na areia, entre nós dois e, assim, minhas mãos estavam livres, me inclinei um pouco e cravei minhas unhas compridas nas coxas grossas dele. Absorvi um pouco mais de sua extensão que brigava para se libertar daquela calça antes de subir meus olhos devagar enquanto chupava meu lábio inferior.

Encarei os olhos dele e disse:

— Se isso é o seu semiereto, meu amor... Eu não sei se estarei preparada para você duro em mim.

Pensei que ele diria que não haveria ele dentro de mim ou que me jogaria na areia ou até mesmo no mar, como oferenda. E eu não duvidava que ele realmente quisesse me matar sufocada com a areia ou afogada no mar, no entanto, tudo que ele fez foi pegar seu celular entre nós, colocar em seu bolso e se levantar tão abruptamente que minhas mãos em suas coxas despencaram para o chão, me deixando de quatro.

— O sol nasceu — falou ele, como se nada tivesse acontecido e como se sua calça não ostentasse nada —, não tem mais fotos.

Ainda naquela posição, de quatro, eu levantei a minha cabeça. O batom vermelho ainda estava lá, eu sabia, porque tinha retocado e porque ele era bom, caríssimo, tinha que ser. Talvez estivesse borrado, como o meu rímel também poderia estar, mas eu tinha certeza que havia aquele vermelho-sangue em minha boca e algum rímel preto em meus cílios. Meu cabelo, escuro e longo, estava uma bagunça e solto por todo meu corpo. O vestido, mais dobrado e torto.

Mas, mesmo assim, mesmo ele em pé e eu na areia, eu sabia que o poder era meu, aquele round, eu levei. Por isso, eu sorri.

Se ele se achava lobo, ele ainda não tinha convivido com o cão.

O Caminho Ao LoboWhere stories live. Discover now