Último.

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Capítulo 27: Percy.

Annabeth está enrolada em mim como um gato. Uma perna por cima da minha, o braço esticado sobre meu torso e a cabeça apoiada no meu peito. O cabelo está espalhado para todos os lados e dorme profundamente. Em perfeita paz de espírito.

É estranho tê-la nos meus abraços agora. Antes parecia... irreal. Annabeth é uma Vitoriosa, e não só uma Vitoriosa qualquer. É a segunda pessoa mais nova a vencer e está aqui comigo, o filho rebelde de um pescador. Alguém que não tem nada a oferecer. Alguém que está condenado à morte, provavelmente morto daqui a poucas horas.

Mas ela está aqui. Deitada em cima de mim sem nenhuma peça de roupa, como a porra de uma deusa grega.

Meu braço está passado por baixo de seu corpo e começando a ficar dolorido. Não tenho coragem de puxá-lo então fico ali, apenas encarando-a enquanto faço um carinho despretensioso por suas costas.

—Que horas são? —ela sussurra com a voz sonolenta, sem abrir os olhos ou se mexer. Só consigo sorrir. É a coisa mais fofa do mundo.

—Bom dia pra você também, Chase.

Se os olhos dela estivessem abertos, tenho certeza de que os teria revirado.

—Responde a pergunta.

—Quase seis.

A mentora murmura algo inteligível antes de rolar para o outro lado da cama, afundando o rosto no travesseiro, libertando meu braço e ficando de costas para mim.

—Volta a dormir. —fala mais alto agora. —Você está adiantado.

—Pescadores acordam cedo. —me justifico, virando de lado e afastando o cabelo dela de modo a expor seu ombro e pescoço.

—Isso já não é problema meu.

Passo um braço por cima da cintura de Annabeth e começo a distribuir beijos por sua pele. Ela não protesta, o que me deixa mais à vontade para falar:

—Eu nunca tinha dormido com uma garota antes. —era verdade, e eu não poderia estar mais feliz por ela ter sido a primeira.

Demora para responder. Conto quinze segundos.

—Então você só fazia sexo com elas e ia embora? —seu tom parece conter certa desaprovação. —Que cafajeste.

Rio contra seu pescoço e juro que Annabeth se arrepia. Minha mãe não costumava apoiar minha tendência de trocar de garota com alguma frequência. Não era proposital, eu só nunca me interessava o suficiente a ponto de querer insistir em alguma coisa.

Por isso Annabeth é tão diferente. Provar seu beijo não me fez querer desistir como geralmente acontecia. Cada centímetro dela me faz querer insistir mais, por mais que cada passo que dou em sua direção me pareça ser uma completa loucura.

—Você também não teria ficado se eu não tivesse pedido, então não pode me culpar.

—Hum, você tem um ponto.

Ela se vira novamente para mim, os olhos abertos. Joga uma perna por cima do meu quadril e apoia a palma aberta na minha bochecha. Quando me beija, o toque é tão calmo e doce que me desfaço. Deuses, eu poderia morrer nesse beijo. Toco a parte de trás de sua coxa e pressiono novamente suas costas contra o colchão ao me colocar por cima de seu corpo. Annabeth arfa, arranhando minha nuca.

—Você baba quando está dormindo. —diz.

Esse era um comentário que eu não esperava vindo da situação em que estávamos, por isso me afasto subitamente, focando seus olhos cinzentos que brilham na minha direção, um pequeno sorriso se instalando em seu rosto aos poucos.

Sacrifice Games - (percabeth)Where stories live. Discover now