Cerberus.

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Nota da autora:

Demorei, mas estou de volta!

Aproveitem o capítulo de hoje!

Capítulo 31: Percy.

Eu escuto antes de ver.

As paredes estão se movendo bem diante dos meus olhos. Abrindo, fechando, encolhendo e alargando os corredores, provocando ruídos altos e incessantes. Me faz parecer minúsculo. Me faz sentir minúsculo.

Meus pés estão pregados no chão e não consigo me mexer.

Jason arrasta Drew até o meu lado, segurando-a com firmeza pelo cotovelo enquanto observa a cena, tão paralisado quanto eu.

—Rachel está lá dentro. —consigo forçar meus lábios a se moverem, o pânico começando a se instaurar no meu peito. —Eu preciso fazer alguma coisa.

Começo a andar na direção do túnel, mas uma Thalia Grace furiosa se coloca na minha frente. A enorme lança ainda em punho, manchada de sangue.

—Você ficou louco? —retumbou ela. —Não vamos sair daqui enquanto essa coisa ainda estiver se movendo. É suicídio.

—Mas Rachel está lá dentro! —eu explodo, tentando passar e sendo novamente impedido por seu corpo. —E é minha culpa!

Grace me empurra, literalmente apoia uma mão no meu peito e me empurra, com tanta força que cambaleio para trás e quase perco o equilíbrio.

—E eu não tenho nada a ver com seu draminha adolescente, porra! —ela grita, apontando a arma na minha direção. —Você e sua namoradinha deveriam ter deixado para resolver suas merdas lá fora!

—Thals... —Jason tenta acalmá-la, mas não obtém sucesso.

—Foda-se! —é o que a irmã responde a ele, voltando sua atenção para mim. —Se for para você entrar lá dentro, posso te matar agora mesmo!

Thalia volta a me empurrar e dessa vez caio de bunda no chão. Estou desarmado e impotente, meus sentimentos uma  completa bagunça. Estou entre a cruz e a espada, sem saber como agir. Sei que preciso ir até Rachel, mas antes disso preciso impedir essa garota de me assassinar.

Deuses, estou sendo patético. As pessoas que apostaram em mim devem estar irremediavelmente arrependidas. Luke estava certo e Annabeth estava errada. Sou fraco e miserável, um idiota sentimental. Não tenho a mínima chance nem de sobreviver ao primeiro dia, quem dirá chegar ao final ou mesmo sobreviver.

Eu vou morrer.

Thalia avança com a lança novamente na direção do meu peito, me obrigando a deitar no chão e pisando minhas costelas. Minha respiração fica difícil e a adrenalina preenche meus músculos, o pânico aos poucos se diluindo em raiva. Que merda ela pensa que está fazendo?

—Grace, você está exagerando. —digo, entredentes. —Porra, eu só quero ajudar a minha amiga.

A ponta da lâmina toca o tecido da minha camiseta impermeável.

—Me dê um único motivo para não matar você. —retruca. —Porque o que eu vi nessas últimas horas me mostrou que o que você pode nos agregar não é nada do que estou buscando.

—Thalia, solte ele. —Jason tenta de novo. —O cara mal está respirando.

—Por que você não se defende?! —Grace o ignora novamente, se dirigindo a mim com os olhos azuis faiscando em fúria. —Faça alguma coisa! Ou você acha mesmo que não vou te matar se ficar aí parado sendo submisso?

Sacrifice Games - (percabeth)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora