CAP 23

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CAP 23
Elisa.
. Alguns meses se passaram e hoje completo meu quinto mês de gestação. As vezes eu me assusto por ele ainda não ter mexido, mas a médica disse que isso era normal, alguns bebês eram adiantados outros eram preguiçosos. Acabei acreditando que o meu era bem preguiçoso. O Thiago depois daquele dia em casa não veio mais atrás de mim, apenas na escola para falar algo sobre o trabalho mesmo e vez ou outra falava do bebê. Me tornei muito amiga da professora Carina e hoje ela é a minha fonte, ou seja, tudo que quero saber do Thiago ela descobre e me conta. Na última vez que soube de algo foi que ele saiu e acabou ficando muito bêbado e acordou em uma cama diferente, ela me contou também.
. Agora eu estou aqui, sozinha esperando ser atendida pela doutora Soraia que talvez ainda não tenha chegado. Do nada o meu telefone toca, vejo quem era e não é nada mais, nada menos que o Thiago.
- Alô. - falo com educação.
- Obrigada por ter avisado que faltaria hoje! - ele diz estressado pois eu não avisei ele que faltaria e sim a inspetora de alunos.
- Eu não avisei você, mas avisei a inspetora Celina, pode perguntar pra ela!
- Não é a ela que você tem que dar satisfação sobre suas aulas e sim pra mim! Da próxima vez irei até o departamento e pedirei para que retire a senhorita do cargo!
- Pois faça isso, se esse é um modo de se ver longe de mim faça bom aproveito. Mas não se esqueça que você vai me ver quase sempre depois que o nosso filho nascer. Agora a médica me chamou, tchau.
- Médica? O que aconteceu? - mudou o tom de voz para um de quem estava preocupado.
- Vim fazer ultrassom para saber o que é o meu filho e tomar uma injeção ante-idiotas para que você não me atormente mais.
- Posso ir ai? Eu também quero ver o que é.
- Não, não venha! Quando eu disse naquele mês que você não faria mais parte de nada da vida do bebê, eu estava falando sério. - respondi.
- É meu também Elisa! - ele se exalta.
- Mas vai nascer de mim! Quer um faça pra você.
- Eu estou indo agora para o consultório.
-Perca de tempo, eu mudei de médico! - minto.
- Eu te acho de qualquer jeito, acredite. - disse e desligou.
. A médica agora de verdade me atendeu, fiz o ultrassom sozinha e descobri que seria uma menina só depois de quase cinco minutos me fazendo. Eu estava emocionada pois ia ser mãe de uma menina, UMA MENINA! Agora eu já estava tentando escolher o nome que daria mas também pensei em Thiago, ele assombra os meus pensamentos, será que deveria ligar pra ele? Optei por não ligar. Me despedi da doutora, peguei suas instruções e quando sai dei de topa com o Thiago com a maior cara de paisagem.
- Fico feliz que tenha mudado de médico! - ele finalmente me olha,coro de vergonha por ter mentido, mas ele que me incomoda.
- Obrigada. - respondo e saio andando, ele acena para a recepcionista que lhe dá uma piscadinha, que raiva dessa perua.
. Quando estou chegando ao meu carro, Thiago fica em minha frente com aquela parede de músculos atrapalhando minha passagem, bufo.
- O que quer?
- Saber por que mentiu.
- Eu não te quero por perto.
- Por que Elisa?
. Naquele momento eu fico pensando no por que, seria certo eu dizer que eu tenho que odiá-lo mas que sou apaixonada por ele? Sim, eu me dei conta nesses últimos meses que me apaixonei pelo diretor da escola que eu dou aula, mais burra não tem.
- Responde Elisa. - ele torna a falar.
- Por que eu te odeio! - respondo e abaixo a cabeça.
- Fique a vontade para me odiar, mas não me prive de fazer parte da vida do meu filho.
- Agora você se lembra que tem filho... E a criança ainda nem nasceu para eu te privar. Continue me aloprando que eu fujo da cidade com meu bebe. - digo.
- Fuja que eu irei te procurar até no inferno e ainda irei denunciá-la por sequestro. Eu tenho o poder de fazer isso.
- Você deveria ter o poder de sumir também, sei lá, desaparecer da minha vida.
- O que é a criança? - muda de assunto.
- É uma menina.
- Espero que ela não seja como você! Uma estúpida, arrogante que só pensa em si mesmo.
. Após dizer isso que me afetou,ele entrou em seu carro que por coincidência estava ao lado do meu e se foi cantando pneus, eu não era estúpida, nem arrogante e tão pouco penso em mim! Eu penso na minha filha também, não quero que ela sofra.

O DiretorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora