CAP 29

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CAP 29
Elisa.
. Finalmente a viagem deu-se por encerrada, já estávamos pegando nossas coisas quando Emika desceu correndo do ônibus e pulou no colo de Thiago com um sorriso que por pouco caiu, finjo que não me importei com aquilo e peguei minhas coisas. Um monitor muito bonito apelidado por marinho, nos levou até os chalés que nós ficaríamos por uma semana. Os chalés já estavam cheios e eu demorei pra decidir em qual ficaria, acabou sobrando um chalé que era o número seis que ficava perto da cozinha. Resolvi levar minhas coisas pra lá e quando chego não acredito no que vejo. Eu dividiria o chalé com Moisés e Thiago! Quando subo as escadas pequenas para o andar de cima, dou de cara com a Carina, mas pera ai aonde estava a Emika? Resolvo perguntar:
- Cadê a baranga?
- Só você não percebeu o quanto ela é excluída! Ela foi para outro chalé com alguns alunos.
- Por que quis? - pergunto.
- Não! Ela foi obrigada, pelo Thiago...ele disse que não cabia mais ninguém, você perdeu a cena. - ela ri.
- Nossa, agora eu estou com pena. - brinco.
- Eu sei que não está, vamos arrumar nossas coisas. Nós ficaremos aqui em cima e os meninos lá em baixo, tá? - ela diz.
- Isso aqui não vai né?
- Não! Vai ser a melhor semana de nossas vidas. - ela sorri.
. Coloco as coisas em cima da cama e o monitor marinho nos chama, vamos conhecer o resto do acampamento e comer, mas eu não estava com um pingo de fome, eu estava era com sono. Na hora de comer, Emika estava com uma cara muito feia e Thiago foi se sentar com ela, eu me servi com pouca comida, depois disso nos fomos conhecer a piscina que por sinal não era uma, eram quatro contando com um tobogã que eu não poderia descer ou meu bebe saia pela cabeça.
. A noite logo caiu e eu estava exausta, tudo que eu queria era tomar um banho e dormir, mas quando cheguei ao chalé e resolvi entrar no banheiro a porta estava trancada, bato e ninguém responde, me assusto. Logo o Moisés com Thiago chegam e Carina até agora nada, subo as escadas e pego minhas coisas para tomar banho e desço novamente. Eles conseguem abrir a porta que estava emperrada.
- O que vai fazer? - Moisés me pergunta.
- Vou tomar banho. - respondo e entro, demoro quase quinze minutos pois fico pensando na vida, coloco uma roupa de dormir, estava sem fome e iria para a cama quando saio dou de topa com o Thiago sem camisa.
- Pensei que tinha morrido ai dentro. - resolve brincar.
- Estava quase. - respondo e ele me olha da cabeça aos pés.
- Não vai jantar? - perguntou.
- Não, meus pés estão inchados e eu estou um pouco cansada, vou subir e dormir... Você vai? - pergunto.
- Vou, mas não quero demorar. - ele diz.
- Ok, boa noite. - me aproximo dele e deposito um beijo no canto da sua boca, ele sorri e eu subo.
. Agora deitada em minha cama, escuto a música: Uma vez mais - Ivo Pessoa, no meu fome de ouvido, senti que aquela música era tão...minha.
" Voa minha ave, voa sem parar... Viaja pra longe te encontrarei em algum lugar, permaneço em ti, como sempre fui mais perfeito e mais fiel..."
. Era isso, o Thiago era a minha ave, ele estava voando sem parar para o colo da Emika, estava vivendo uma história com a mesma enquanto eu...estava amando-o cada vez mais. Sinto que uma lágrima brota em meus olhos, meu peito se aperta por ele não estar comigo e eu não ser corajosa o suficiente para dizer o que sinto. Minha menina então começa a mexer dentro de mim, e eu sorrio enquanto uma lágrima desce. Eu ouvi aquela mesma música umas quatro vezes seguidas pois estava na repetição, e só parei de ouvir quando senti uma mão tocando o meu ombro, olho pra cima e vejo que é ele...tão lindo com um prato em mãos.
- Tomei a liberdade de separar um prato e trazer pra você. - ele diz, eu me sento na cama e pego.
- Obrigada, agora eu não estou com fome...depois eu como. - dou um sorriso fraco, ele se senta ao meu lado na cama e fica de cabeça baixa.
- O que está ouvindo? - pergunta colocando um fone de ouvido, a música começa a tocar. - Essa é a minha música preferida. - ele diz com um sorriso.
- A minha também. - respondo olhando no fundo dos seus olhos.
- Você é a minha ave, Elisa.
. Ao ouvi-lo dizer isso, meu coração dispara.
- Você também é a minha, Thiago.
- A cada dia que passa você parece voar pra mais longe de mim. - ele acaricia meu rosto.
- Você não voa muito longe, você voa de encontro com ela, de encontro com a Emika. - digo com os olhos marejados.
- Infelizmente. - ele diz me encarando, nisso a bebê mexe. Pego a sua mão e coloco em minha barriga, quando a bebê chuta vejo que ele está emocionado.
- Eu não acredito que eu consegui rejeitar essa pessoinha. - ele diz fitando o teto para não deixar com que as lágrimas caiam.
- As pessoas fazem coisas idiotas na hora do nervoso, Thiago.
- Você um dia irá me perdoar por isso, Elisa?
- Eu já perdoei Thiago. - respondo e quando ia beijá-lo, escutamos Emika chamar lá em baixo, ele levanta e me encara.
- Vai lá. - digo baixinho e ele vai.
. Mal sabia ele o quanto essas duas palavras doeram dentro de mim, dentro do meu peito.

O DiretorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora