Prólogo

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Thomas Ackles

O silencio só não era absoluto por conta das pisadas dos meus inimigos. A faca que havia trazido estava firme em minha mão, pronta para fazer estragos e minha respiração estava serena apesar do coração bater forte em meu peito em pura adrenalina.

Escondido atrás de uma árvore, esperando o momento certo para aparecer, os passos se tornaram mais próximos até parar. Com meu polegar, alisei minha lâmina. Sim... Bem afiada. Sai de trás da árvore me deparando com três homens. Apenas um segundo, um segundo levou para eles virarem e olharem com pouco espanto. Observei seus rostos ainda jovens. O que davam nesses rapazes de se juntarem a um bando de assassinos? Percebo seus movimentos com inexperiência, apenas um carregava uma arma de fogo enquanto os outros vinham com facas amoladas.

- Estava esperando por vocês! - digo com gentileza e um sorriso sarcástico nos lábios quebrando o silêncio.

- Se lembrem de que o chefe quer esse cara vivo! - diz o homem de revólver com autoridade aos demais.

- Ah, por favor, não me levem! – zombo irritando-os.

- Isso não quer dizer que não podemos maltratá-lo antes. - diz com fúria e o riso sai livre de meus lábios.

Até que ele sabe como agir como um homem!

Ele saca o revólver para minhas pernas e antes que puxe o gatilho, jogo a faca em seu rosto. Tudo acontece de forma rápida e minha mira é perfeita. Vi o jovem cair de joelhos para em seguida dar de cara no chão, a faca presa em sua testa afunda com a pressão produzida não dando chances a ele. Olho para os outros que mesmo com medo nos olhos, se posicionam em forma de ataque.

- Podem vim no tempo de vocês, eu espero. – murmuro em deboche.

Eles andam em minha volta, me cercando, provavelmente uma maneira de me assustar. Tolos! Nada me assusta... Não alguém com um passado tão fodido quanto o meu. Um deles me agarra por trás e traz a faca para meu pescoço, porém o único incômodo que sinto é em minhas costas. O toque é um martírio e apenas com isso eu me transformo. Solto um braço com força voando para seu estômago e ouço seu arfar, seus pés cambaleiam para trás me dando o tempo de pegar o segundo que vem com as mãos em punho.

Apesar de serem novatos e jovens, a luta é intensa. O sangue corre e palpita em minhas veias. Meu corpo estar quente, o prazer dilacerando cada canto. Quando termino há três corpos a minha frente. Tive alguns machucados, mas nada importante.

Agacho-me para pegar de volta minha faca, quando ouço som de galopes. Era só o que me faltava. Ter alguém aqui, louco o suficiente para andar por essa floresta. Puxo minha faca e escondo-me atrás de uma árvore. Os galopes cessam e aguço meus ouvidos. Aliso minha faca com o polegar mais uma vez. Sim estou preparado. No entanto o que escuto não é nada do esperava.

- O que houve garotão? - a voz doce e suave de uma mulher me chama atenção.

Uma mulher? Junto minhas sobrancelhas em confusão. Ela não sabe o perigo de andar por aí sozinha?

- Ouviu algo? – ela murmura curiosa.

Estico meu corpo para longe da árvore e justo quando estava quase conseguindo vê-la, seu rosto vira em minha direção e volto para meu lugar rapidamente. Controlo minha respiração e seguro meu riso. Arquejo mentalmente enquanto sacudo minha cabeça. Porque me sinto nervoso? Não é como se eu nunca tivesse estado com mulher antes. Vejo os homens caídos no chão e me dou conta que pode ser isso. Pelo menos o mato está alto.

- Vamos pra casa sim? Está ficando tarde! Vamos garoto! – ela pede amável.

Assim que os galopes começam, saiu para olha-la, no entanto só consigo vê-la de costas. Os cabelos pretos ondulados balançavam pelo vento adquirido da corrida, as belas pernas brancas e finas estavam firmes em volta do cavalo, sua regata presa em seu corpo dava a silhueta do corpo pequeno mais tentador. Sua postura sobre o cavalo passava confiança e a felicidade de ser livre. Fico com desejo de ir atrás, só para saciar a vontade de saber como é seu rosto. Não me lembro de tê-la visto por essas estradas. Moro longe o suficiente do centro de Deming, justamente para evitar pessoas.

Suspiro fundo limpando minha faca sobre a calça. Com certeza é só alguém explorando novos horizontes. Alguém que de uma forma intrigante atiçou meus sentidos. Uma mulher que em segredo, mexeu com as rédeas da minha vida.

Desejos & Segredos: O Toque Where stories live. Discover now