Capítulo 36

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Não sei se foi à emoção do momento, mas a noite que tivemos foi especial, eu me entreguei de corpo e alma. Thomas me amou, sussurrando meu nome tantas vezes chegando a ficar gravado em minha pele.

Ele sofreu muito quando criança e ainda continuava sofrendo. O que seu pai havia feito foi cruel. Querer transformar o filho em um integrante da máfia era insano. Eu não soube o que exatamente essas pessoas faziam ou fazem, também não sei se Thomas sabe. O que eu sei, é que eles ainda o querem vivo ou morto.

Muitas revelações foram feitas noite passada e isso incluía o fato de Thomas ter bons sonhos comigo. Eu adorei saber que podia ser seu alicerce. Ouvir que ele sentia algo por mim, me deixou extasiada. Ele ainda não sabe o que sente e eu muito menos, o provável seria atração e que pode confiar em mim.

Ainda tinha inúmeras perguntas, porém vê-lo dormir tão sereno em minha frente, me faz querer esquecer tudo e aproveitar o tempo que tenho com ele. Levo minha mão até seus cabelos e sorriu quando ele se mexe, abrindo vagarosamente os olhos.

- Bom dia. - digo e ele sorrir, fechando os olhos novamente.

- Está a quanto tempo me olhando?

- Sei lá, talvez há uns vinte minutos. - Thomas abre os olhos outra vez e devagar se senta na cama, encostando suas costas na cabeceira, eu me sento ereta, puxando o lençol para meu corpo, ele me observa.

- Vinte minutos é muito tempo. - dou de ombros.

- Nem tanto, estava sendo fascinante vê-lo dormir. - ele ergue uma sobrancelha e olha ao redor.

- Posso imaginar. - cerra os olhos e volta a me fitar. - Eu dormir muito? - sorriu.

- Como uma pedra. E não se preocupe com Nathan e Nicolas, falei com eles há algum tempo e disse que quando acordasse, se você quisesse ir, teriam que mandar alguém, já que seu carro quebrou. - falo incomodada, não quero ele volte para sua casa. Thomas se remexe na cama e noto que ele percebeu.

- Quer que eu vá? - pergunta ansioso e baixo meu olhar, para que não veja tristeza.

- Não...

- Então não vou há lugar nenhum. - minha cabeça ricocheteia de volta para sua face e sorriu, ele devolve o sorriso.

- Está com fome?

- Não sabe o quanto. – fala com duplo sentido e sinto minhas bochechas arderem.

- O banheiro fica ali - aponto - Quanto a sua roupa... Tem algumas bermudas de meu pai no meu quarto antigo, não sei se vai lhe servir.

- Eu dou um jeito. - Thomas pisca pra mim e dobra-se, me dando um rápido beijo. - Hã... sobre o que falamos ontem... - diz nervoso e o tranquilizo.

- Tudo bem... seu segredo estará bem guardado comigo. - brinco e ele sorrir. - Não precisamos mais falar sobre isso.

- Você foi à única para quem eu contei quase tudo.

- Quase? - indago encafifada e ele assente.

- No dia seguinte, depois de descobrir tudo, coloquei meu pai na parede e finalmente mostrou a cara que eu tanto conhecia. - ele diz continuando a história. - Ele me queria no grupo, para ser um torturador profissional. - torturador? - Por isso me batia sempre que podia. Ele me queria rude e com rancor para que eu não tivesse compaixão. Tivemos uma discussão e isso acabou chamando atenção da minha mãe. Ela estava tão assustada, não sabia o que fazer, para ela, nós nos dávamos bem. 

- Joguei na cara da minha mãe, tudo o que seu amado marido, o senhor Victor, fazia. Ela ficou perplexa no começo, mas depois enfrentou meu pai. Disse coisas que só o fez ficar mais bravo. - Thomas suspira e sobe os joelhos apoiando seus braços e segurando a cabeça. - Eu fiquei com medo de que ele fizesse alguma coisa contra minha mãe e a tirei de lá, no meu carro. Ela chorava tanto... Quando olhei no retrovisor, eu o vi nos seguindo. Aumentei a velocidade, porém não foi suficiente. Ele bateu na traseira do meu carro e colisão foi tão forte que eu perdi o controle... - Thomas tremia com a lembrança. Aproximei-me dele com cuidado, tocando sua mão. Ele olhou para mim e o que vi me deixou no chão. Ele estava tão perdido e assustado. Subi em seu colo e ele me abraçou com força. 

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