Capítulo 28

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À noite eu fiquei impaciente tudo porque meu desejo por Thomas ficou me corroendo por dentro. Reprimido. Agitado. Sufocado.

Tenho que comprar camisinhas!!

Fiz tudo para aliviar a tensão. Arrumei uma casa que já estava arrumada, tentei assistir um filme, fiquei com Lucky do lado de fora e agora estava tentando relaxar no sofá depois de um banho frio, com um baby doll simples.

Thomas tem raiva de um pai já morto. Não sou detetive, mas as chances das cicatrizes em sua costa ter sido feita por ele são grandes. Talvez a raiva imensa que ele sente toda vez que é tocado, possa ser explicada, no entanto depois de anos de sua morte, ele ainda continua vivo para Thomas. Mas as cicatrizes podem ter sido feitas pelos seus inimigos... Argh! Como odeio não saber o que acontece.

Minha única vontade é fazê-lo esquecer do passado, arrancar esses monstros que insistem em aparecer, mostrar a felicidade que um dia foi abalada. Em pouco tempo Thomas se tornou importante pra mim mesmo com seus segredos e medos.

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O vento gelado da noite me avisava que iria chover. Eu percorria a floresta em busca de algo ou alguém, não sabia ao certo o que estava perdido. O lugar era parecido com o qual havia ido hoje de manhã, mas na escuridão, a beleza do ambiente se transformava em algo sombrio. Andei mais um pouco até chegar ao rio, um cheiro de coisa podre dava-me ânsia de vomito.

Ao parar na beirada, toquei na água gosmenta. Franzi o cenho confusa e observei de perto minha mão. Um líquido vermelho corria, deslizando para meu braço. Era sangue. Afastei-me assustada percebendo o pequeno rio com sangue. Mas o que aconteceu aqui?

Um gemido do outro lado faz minha atenção mudar. A figura de uma pessoa caída no chão me dá arrepios. Aperto meus olhos na intenção de saber quem é, e um sussurro de meu nome trazido pelo vento me revela.

- Thomas...

Sem me importar com o sangue em minhas pernas, atravesso o riacho correndo em sua direção. Ajoelho-me do seu lado, trazendo seu corpo pra mim.

- Thomas o que aconteceu? - ele estava gelado, a respiração devagar. - Por favor Thomas fala alguma coisa.

Um sorriso vagarosamente surge em seus lábios, os olhos estão em mim, mas não garanto que estejam focados. Meu coração se encolhe e vasculho seu corpo. Sua blusa está repleta de sangue, puxo-a devagar e uma onda de desespero me atinge.

Três facadas em seu corpo. Volto meu olhar cheio de lágrimas para Thomas, ele ainda sorrir.

- Você não f-fez o que eu pedi. - fala com esforço.

- O que eu não fiz? - pergunto tentando manter o controle.

- Não e-estar sorrindo. - ele tosse fazendo sangue sair de sua boca e sem ter como segurar, minhas lágrimas caem. - Mel... Minha Mel.

- Não fala, fica calado. - olho para os lados gritando por socorro, mas nesse lugar, quem vai me ouvir?

- Meu anjo... - ele suspirou antes de fechar os olhos.

- Não, não, não, acorda. Thomas acorda! - sacudi-o na tentativa de anima-lo mais nada acontecia. Tudo era só borrão em minha frente.

- Por favor, Thomas, não me deixa, você não pode me deixar! - beijei seus lábios frios, desejando seu calor de volta. - Não pode me deixar. - sussurro abraçando-o. - Não pode...

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Acordei desnorteada e suada, o coração descompensado com um pesadelo que parecia bem real. Verifiquei as horas no relógio, ainda eram oito horas da noite. Minha respiração não acalmava, só uma pessoa poderia me tranquilizar e ela era Thomas Ackles.

Desejos & Segredos: O Toque Where stories live. Discover now