Capítulo 9

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Dois dias havia se passado desde o acontecimento com Thomas. Eu não podia me dar ao luxo de ficar uma semana enterrada na cama inventando uma doença que não existe. Thomas me tratou muito mal e não sei o que aconteceu para que ele agisse de forma tão agressiva, só sei que durante tal acontecido, revivendo a cena em minha cabeça, Thomas parecia outro, como se não estivesse me enxergando a mim e sim outra pessoa, porém independente disso, eu não iria atrás dele.

Era óbvio que eu sentia atração por ele, no entanto não passava disso. Era físico. Eu iria esquecer os momentos bons e me lembrar da última coisa que ele me disse "não ouse voltar ou irá se arrepender". Eu manteria distância daquela casa e dele.

Já pela manhã, fui com meu pai para a cidade deixar mais currículos. Não sei por que ninguém me ligava, chegava até a pensar que era por causa da reputação de meu pai, mas no mesmo instante tirava essa ideia da cabeça.

Todo esse tempo eu não sai de casa, nem pra passear com Lucky. Meu pai disse que ele estava rondando a minha procura, então quando voltei pra casa, fui vê-lo. Deixei avisado ao meu pai que não tinha hora pra chegar mais que ele não se preocupasse que eu chegaria antes de anoitecer.

Lucky estava em sua casinha e parecia abatido. Meu pai que ia a cidade quase sempre, era encarregado de trazer a comida necessária e eu, sempre limpava apenas o local de sua comida, já que Lucky ficava completamente solto, só em dias de chuva que o local se tornava sujo.

- Ei amigo, eu voltei! - digo pra ele que dá pontapés e saltos me fazendo rir. - Eu também senti sua falta. - digo enquanto aliso seu corpo. - Vamos correr?

Assim que o monto ele se põe a correr. Ah como senti falta disso! A adrenalina correndo em minhas veias, o vento balançando meus cabelos soltos, minha respiração forte e profunda. Lucky correu durante vinte minutos e parou em uma clareira. Aqui era um lugar um bonito. Saí de cima dele e deitei na grama sentindo a frieza, o sol não está quente então a junção me dá uma sensação boa em meu corpo.

Olho para o céu cheio de nuvens e dou nome a cada uma com algum objeto ou animal que se pareça. Não sei exatamente o tempo que passa, mas um barulho em meio silêncio me faz sentar rapidamente. Lucky olha em uma direção na mata e acompanho seu olhar vendo um homem aparecer entre as árvores com dois logo atrás. Lucky se assusta vindo para perto de mim e isso chama a atenção dos homens.

Dizer que eu estava tranquila por pensar que eles poderiam ser só visitantes era mentira. Eles se olharam entre si como se decidissem algo e após segundos um vem em minha direção. Levanto ligeiro e me preparo para subir em Lucky, porém um quarto homem saindo da mata de cabeça baixa com outro em seu encalço me faz parar.

Ele anda firmemente sem pressa e sem medo, as duas mãos atrás seguras pelo homem desconhecido. Meu sangue gela ao ver uma arma em sua costa, meus joelhos enfraquecem e caiu no chão.

- Thomas... - sussurro em pânico.

Meu cavalo relinchar fazendo todos os homens olharem para nós, principalmente Thomas, seus olhos crescem e ele parece ficar pálido quando me vê, noto sua expressão mudar de assustado para furioso quando repara no homem que já está próximo a mim.

- É uma pena ter que te matar. - a voz perto de mim me faz piscar e olhar pra ele.

Vestia camisa social e não tinha aspecto de velho, a barba por fazer e piercings na orelha e no nariz me dizia que era jovem.

- Então não me mata? – indago confusa e nervosa ao mesmo tempo. Ele rir se aproximando mais, levanto minha cabeça pouco centímetros para continuar olhando-o.

- Muito engraçadinha pra alguém que vai morrer. – resmunga divertido.

- Muito falante pra alguém que vai matar. - murmuro e noto ele fechar a cara.

Desejos & Segredos: O Toque Where stories live. Discover now