Capítulo 33

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Eu realmente odiava o modo como Thomas tratava a si mesmo e como consequência acabava me tratando. Será que ele era tão cego a ponto de não enxergar a si próprio? Entrei na grande sala observando os três rapazes conversarem. Todos me olharam sorridentes, com exceção de Thomas. E isso foi o que bastou para tomar minha decisão.

- Eu só vim avisar que estou de saída.

- Mas já? - diz Nicolas abatido. - Pensei que iríamos brincar mais com o Lucky. - sua tristeza me pega de surpresa e sorriu comovida.

- Sinto muito. Eu tenho que ir para minha casa...

- Mas você volta amanhã, não é? - pergunta com esperança.

- Estarão aqui amanhã?

- Ficaremos até o fim de semana. - fala Nathan e balanço a cabeça.

- Sendo assim, eu volto amanhã para brincarmos, isso... - olho para Thomas que se mantém em sua postura e continuo. - Se não tiver problemas.

- É claro que não, você trabalha aqui, não é mesmo? - a maneira que Nathan fala, me mostra claramente que ele está ciente da tensão entre mim e Thomas, sem tirar os olhos dele respondo.

- Trabalho, porém é difícil se você só serve para um tipo de coisa.

- O que quer dizer? - volto minha atenção a Nathan quando ele indaga.

- Nada. - olho para o pequeno Nicolas ansioso e sorriu. - Não vem me dá um abraço?

Nicolas salta do sofá e vem correndo me abraçar. A inocência de uma criança é tão pura e linda. Todas deveriam ter pais amorosos e presentes, dando-lhes apoio incondicional e alegrando-se com cada coisa que o filho fizesse de espetacular, Thomas merecia ter pais assim.

- Você vem mesmo amanha? - pergunta depois de me soltar.

- Venho. Até amanhã rapazinho, foi um prazer conhecer você. - bagunço seus cabelos e ele reclama rindo. Olho para Nathan que se levanta vindo até mim.

- Foi muito bom conhecer você Melissa, é uma pessoa especial, eu sei disso. - ele me abraça e retribuo.

- Obrigada, também foi ótimo te conhecer.

Sem ter como impedir, meus olhos vagueiam até Thomas. Seu rosto está passível. Penso em ser formal com ele, entretanto se fizer isso, estarei me portando como uma criança e não como uma mulher decidida.

- Até amanhã Thomas.

- Até. - responde simples e breve.

Vou confessar que eu realmente esperei que ele me impedisse, mas como da outra vez, isso não aconteceu. Porém havia uma única diferença. O culpado dessa vez era ele. Eu não tinha que me sentir culpada por não saber como agir e o que falar com Thomas. Ele tinha que me contar as coisas, confiar em mim, em vez me tratar friamente. Eu não serei seu saco de pancadas para bater quando quer e depois com algumas carícias se satisfazer comigo.

Eu gosto dele, sou apaixonada por ele, no entanto não sou uma boba idiota. Cheguei em minha casa e verifiquei meu celular. Ainda bem que não havia nenhuma ligação. Tirei a blusa de Thomas, mais uma, e guardei junto com o casaco. Coloquei uma regata preta com um short jeans e fui fazer um almoço para mim.

Durante o dia fiquei largada no sofá e a noite minha irmã ligou, me surpreendendo com uma notícia.

- VOU CASAAAAR!

- Sério? - perguntei sem reação, sentando-me no sofá.

- Seriíssimo Mel! Pedro me pediu hoje à noite na frente do papai.

Desejos & Segredos: O Toque Where stories live. Discover now