Capítulo 3

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Correndo entre as árvores com meu cavalo, vejo um carro passar pela estrada e só pode ser uma pessoa, Thomas Ackles. Se ele ficou impressionado comigo, não demonstrou. Não sei quem lutou contra aqueles homens, mas Thomas não parecia cansado e nem ter sinais de que estava brigando. E ao vê-lo pessoalmente, parecia ser o que eu sempre pensei um homem sem humor e solitário, porém uma coisa atiçava minha curiosidade, porque tinham pessoas atrás dele?

Puxo Lucky para a estrada de terra e tento alcançar o carro que não estava tão rápido e aos poucos os sons de galopes e do motor é um só, se misturando com a poeira. Olho para o lado tentando vê-lo, mas os vidros são escuros. Pressiono o corpo de Lucky com minhas pernas.

- Vamos amigo! - atendendo minhas ordens, Lucky corre mais veloz ficando a frente do carro que diminui a velocidade.

Ao avistar minha casa, conduzo Lucky a entrar por uma estreita estrada. Só há uma luz acesa e tenho certeza que meu pai deve estar dormindo. Desço do cavalo e levo-o acomodando em seu lugar. Um pequeno estábulo que não há tudo que é necessário para ele, mas que não recebo reclamações de sua parte, pois a maioria do tempo fica solto, como um cavalo selvagem.

Volto para a casa e subo os dois batentes existentes. O som de carro chama minha atenção e me viro para olhar. A janela do banco de trás está abaixada e apesar de dentro do carro está escuro, eu sinto seu olhar intenso me observando. Meu coração acelera e abro a boca para respirar. Sigo-o até ele sumir de vista.

Fecho meus olhos por alguns segundos buscando equilíbrio, tive emoções demais por hoje, mas consegui o que queria de início, ver Thomas Ackles.

Sejamos honestos, acho que consegui bem mais do que vê Thomas. Eu senti seu corpo e suas mãos em mim. Confesso que cada toque foi um choque, era bom sentir e eu, no fundo do meu subconsciente desejava por mais. Balanço minha cabeça espantando essas lembranças. Entro dentro de casa e desligo a luz que meu pai deixou acesa, Lexie só chegaria quando estivesse amanhecendo mesmo. Vou para o quarto e me tranco no banheiro, o espelho me diz que estou horrível!

- Hora do banho! - murmuro tirando meu vestido e entrando na água gelada do chuveiro.

Tá legal! Por mais que eu gostasse do campo, eu tinha saudade da água quentinha. Tomo um banho rápido e aos pulos, me livrando de toda sujeira, só não lavo meus cabelos, pois já iria dormir. Sentindo-me limpa e perfumada, caiu na cama me entregando aos sonhos.

O canto dos pássaros me avisa que já amanheceu. Sento-me na cama e levanto os braços espreguiçando, olho para o lado constatando minha irmã debruçada em sua cama, vai demorar pra acordar. Vou ao banheiro e faço minha higiene matinal. Meia hora depois vou à cozinha onde meu pai já prepara o café.

- Bom dia pai. - dou lhe um abraço e sento-me na cadeira.

- Bom dia filha, como foi à festa? - ele pergunta sem me olhar e fico pensando se conto ou não o que passei. Acho melhor não.

- Nem cheguei a entrar. Tinha seguranças na porta recolhendo ingressos das pessoas que entravam.

- E como sua irmã conseguiu entrar? – ele questiona desconfiado.

Com certeza entrou com uma das mentiras que Lexie contou.- penso em segredo.

- Deve ter sido convidada por alguma de suas amigas. O senhor sabe pai, ela vive na cidade! – digo convicta e ele se senta à minha frente aceitando minha resposta. - O senhor vai sair hoje de novo?

- Vou Mel, tenho dois aparelhos que consertei para entregar e vou ver se mais alguém precisa que ajeite alguma coisa. – diz e me dá um sorriso cansado, meu coração afunda.

Desejos & Segredos: O Toque Where stories live. Discover now