Prankster - Part 01

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Já passava das 8:00 pm quando Louis parou com o carro em frente a casa de Zayn. Uma casa pequena e muito mórbida.

Não demorou para Niall e Zayn entrarem. O loiro, que geralmente ia na frente com Louis, entrou pela porta traseira e Zayn se sentou no banco ao lado de Louis.

Louis não ligava de qualquer forma, se Niall fosse ignora-lo problema era dele, Louis não ia se submeter em pedir desculpas, Niall se colocou na frente dos imbecis por que ele quis. Apanhou por que mereceu.

"Onde vamos?" - Depois de uns quinze minutos Zayn perguntou. Louis nem ao menos percebia onde ele estava, e pra onde ele estaria indo. Ele sabia que estaria próximo a CPP de Doncaster, mas não conhecia realmente essas ruas. - "Estamos indo para a escola?" - Zayn perguntou com receio. Ele sabia que Louis poderia incendiar aquela escola se ele quisesse.

"Não estava, mas é uma boa ideia, Zayn". - Louis disse com o velho sorriso sádico em seus lábios.

[...]

"Edward!" - Des abriu a porta do quarto com brutalidade, para encontrar um Harry adormecido e cheio de hematomas em seu corpo. Des achava que a culpa era dele, e descontava em Harry. Ele era culpado de não ter criado Harry como deveria ser. Ele queria ter um filho másculo e tudo que ele conseguiu foi Harry, um afeminado e doce garoto. Um desgosto. - "Edward!" - Ele balançou o garoto bruscamente. - "O que aconteceu com você?" - Não havia um pingo de preocupação no tom de voz do pai do garoto, apenas curiosidade.

Harry abriu os olhos sentindo seu corpo latejar.

"Eu apanhei na escola". - Ele disse baixo, e voltou a fechar os olhos.

"Você apanhou na escola?" - O homem fingiu um falso tom surpreso. - "E por qual motivo você não se defendeu?" - Ele levantou o tom de voz.

"O garoto era mais forte". - Harry sussurrava.

"Mais forte?" - O homem forçou o corpo de Harry a ficar de pé. O garoto gemeu de dor. Suas pernas estavam moídas e seu estômago parecia estar sendo socado novamente por Louis por conta do latejamento. - "Você por algum acaso não é homem o suficiente para se defender?" - Harry optou por ficar calado, ele sabia onde isso iria chegar. Ele só queria que Des tivesse o bom senso de perceber que Harry já não se aguentava mais em pé, e resolvesse não o machucar. - "Você é uma vergonha, Edward. No meu tempo se eu apanhasse de qualquer viado na rua, quando eu chegava em casa eu apanharia mais!" - Ele urrou no rosto do garoto. Harry não tinha forças nem para chorar. - "Não fique calado quando eu falo com você!" - Harry sentiu o formigamento em sua bochecha esquerda. Como se não já estivesse com o rosto todo roxo. Assim como seu peitoral e suas costas. De fato ele já nem ligava mais.

Harry simplesmente saiu, Des observou com curiosidade. Era para Harry estar chorando e pedindo desculpa, como sempre foi, mas ele simplesmente deixou o quarto. Ele andava com dificuldade, Des parou no final da escada e encarou o seu filho batendo a porta da frente, aquilo o atingiu de certa forma, mas ele não esperava que Harry nunca mais voltasse. Ele conhecia Harry, o garoto não tinha amigos e Grimshaw estava há quilômetros de distância e não fazia ideia de onde Harry poderia estar.

Harry sentou na calçada de casa. O vento frio batia contra o rosto do garoto, mas isso não o incomodou. Ele queria chorar, mas não havia mais lágrimas em seu corpo. Apenas uma dor insuportável.

Quando ele menos esperava seus olhos foram cobertos por um par de mãos.

O cheiro amadeirado ajudou a perceber quem era.

"Hello, eu vou sequestrar você agora". - A voz disse calmamente.

"Oi Liam". - Harry sorriu fracamente. O garoto de olhos castanhos se sentou ao seu lado, passou o braço pela cintura de Harry e o apoiou em seu corpo. - "Desculpe, mas o que você faz aqui?" - Harry sentiu a necessidade de saber. Liam morava um pouco distante, não havia motivos para ele estar ali.

"Eu vim escalar sua janela" - O garoto deu de ombros. - "Niall disse que você havia ficado sozinho, então eu pensei em vir aqui, eu não sabia se podia entrar pela frente, então quando eu ia escalar a janela eu ouvi aquele cara gritando com você, desculpe" - Liam deu um meio sorriso para o garoto. Harry não respondeu. Ele não sabia o que dizer, Liam iria perguntar sobre, e ele teria que falar, sobre Nick, sobre seu pai, sobre a mudança sem organização até Doncaster, e ele não queria isso agora. Ele só precisava de mais abraços, mas estranhamente, o abraço de Liam era reconfortante, mas não trazia consigo a mesma segurança dos braços de... Louis.

"Você está um pouco longe de casa, não é?" - Harry disse com a voz arrastada. Mas ao menos essa vez, ele olhou realmente para Liam, ele tinha um arroxeado em seus olhos, mas ele estava bem melhor do que Harry. Liam apenas concordou com a cabeça, ele não se importava, no momento ele apenas queria proteger Harry, tanto do homem que gritou com o seu amigo, quanto de Louis. Guarda-lo em um pote e esconder debaixo da cama, ele se perguntou se poderia levar Harry para morar com ele, talvez sua mãe deixasse, se ele explicasse a situação de Harry, mas o problema era que Liam não fazia ideia da situação de Harry. - "Posse te levar até sua casa?" - O garoto cacheado perguntou acanhado. E já ia se levantando, mesmo com Liam falando que era uma péssima ideia, pois Harry iria voltar sozinho e da última vez que ele fez o caminho de casa sozinho não foi muito agradável.

Mesmo assim os dois foram, ele iriam juntos até o quarteirão da escola, de lá Harry prometeu voltar para casa, mesmo depois de Liam ter insistido que Harry poderia dormir em sua casa. O garoto de olhos verdes negou tal pedido, Des ficaria fora de si se soubesse que Harry dormiu com um garoto. Antes mesmo de darem doze passos Harry já estava contando tudo para Liam, sobre o acontecimento com Nick até sua chegada em Doncaster. Claro que Harry pulou o fato de que ainda era apaixonado, ou que um dia foi apaixonado por Nick, ele nem ao menos mencionou o nome de Nicholas, ele pensou que Liam poderia ter a mesma opinião que Louis, e achar que Nick só ia foder com ele e ir embora, por isso ele optou por contar o incidente como se fosse apenas uma transa casual e sem sentimentos.

"Então, quem é esse tal garoto, tipo como vocês se conheceram?" - Liam perguntou receoso. Harry não sabia ler as expressões de Liam, ele estava indiferente por fora, mas por dentro a vontade de amarrar Harry na perna da sua cama cuidar dele era trinta vezes maior.

"Bom, ele era meu... Namorado" - Harry abaixou a cabeça envergonhado.

"Okay, Sr. cem por cento not gay, então, você namorava um cara?" - Harry assentiu. Era um pouco vergonhoso. - "Me fala mais dele, se ele te fez deixar de ser heterossexual, então ele deve ser maravilhoso" - Harry não pode deixar de pular em Liam, ele não sentiu deboche ou preconceito na voz de Liam, ele parecia até feliz, e isso animou Harry, embora eles dois não pudessem sorrir muito devido ao estrago em seus estômagos.

"Ele é incrível Lee, ele me dava flores todos os dias na escola, ele me elogiava, ele me dizia que eu era o bem mais precioso que ele possuía" - Harry tinha um sorriso bobo em seus lábios, o olhar distante, como se ele estivesse sendo transportado para o momento em que o seu tal namorado o elogiava e lhe dava flores e amor. - "Ele me defendeu, assim que nos conhecemos, um garoto idiota me derrubou e ele me ajudou" - Liam sorria com a cena de Harry contente por lembranças passadas. De repente uma lagrima solitária rolou pelo olho do garoto. - "Eu não sei o que aconteceu com ele, eu sinto tanto a sua falta, e eu... Eu o amo" - Harry limpou as lágrimas. Eles já estavam chegando até o prédio da escola.

"Shhh, baby, está tudo bem" - Liam o abraçou, afagando seus cachos. - "Se vocês se amam, ele vai achar um jeito de voltar para você" - Liam completou largando o corpo de Harry. - "Por curiosidade, qual o nome dele?" - Harry olhou por cima do ombro de Liam e viu o opala preto, harry sabia a quem pertencia, Liam havia lhe dito que Louis dirigia um carro desse, ele estava estacionado na porta da escola, bem próximo ao portão.

"Louis?" - Harry disse e Liam arregalou os olhos.

"Como assim, Louis?" - Liam perguntou assustado. A ideia de Louis ser o garoto a qual Harry se diz apaixonado foi aterrorizante.

"O carro do Louis" - Harry se corrigiu rapidamente, e virou o rosto de Liam até o opala. Liam se pegou pensando em Harry e Louis juntos, era um coisa impossível, porém esse pensamente abriu uma brecha para se recordar do abraço que os dois garotos compartilharam hoje cedo. Louis abraçou Harry e ainda afagou seus cabelos. Liam olhou Harry correr até o opala, como se sua vida dependesse disso. Ele estava tão atordoado em pensamentos, sobre o passado de Harry com um suposto namorado e seu presente atordoante com Louis e seu pai louco e homofóbico que nem viu quando Harry tentou abrir a porta do carro e o alarme começou a tocar totalmente alto. Eles estavam mortos se aquele fosse o carro de Louis, e provavelmente... Era.





Original Prankster | L.SWhere stories live. Discover now