Capítulo 3

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- É o Chiquinho falamos – falamos em uníssono.

Não deu outra logo o dono do grito surgiu na porta, fazendo um bico de pato parecendo aquele grupo de meninas quando se juntam para tirar foto e veio em nossa direção.

- Bom dia, Pedro Augusto.

- Pode retirar o Augusto, Chiquinho?

- Quantas vezes eu vou ter que dizer que meu nome é Francisco Borges?

- Tudo bem, Chiquinho. – falei sorrindo – E eu não gosto do Augusto, pode ser?

- Tá, vou pensar no seu caso.

Ele saiu e foi em direção a sua mesa e já foi separando qual seria o conteúdo do dia e novamente voltou a fazer aquele bico enquanto nós ficamos olhando de nossos lugares. Linda ainda não tinha entendido o porquê de tudo aquilo.

- Gente, por que vocês ficam o chamando de Chiquinho? – Foi curiosa.

- Porque ele não gosta, simples. – Fui breve na resposta.

- E você faz para provocá-lo?

- Linda, minha querida – começou Gioconda – nós somos o contrário dos alunos puxa saco que se fazem presentes nesta sala.

- Mas...

- Olha, se você é toda certinha, vá já para o outro lado da sala. – Bernardo fez igual Tramontina, um corte rápido.

- Linda, nós estudamos e tiramos notas altas também, mas não nos importa muito em sermos certos, isso é chato, claro que não exageramos tanto a ponto de nos ferrar, não atrapalhamos os outros... Ou não atrapalhamos tanto os outros.

- Ok. – Se resumiu a isso.

- Gioconda, cadê seu guarda-costas? – Perguntou Bernardo

- Na mochila.

- O quê? – Linda ficou chocada – Como assim?

- O Tih é meu sapo de pelúcia ué, meu guarda-costas – disse Gioconda – entendeu?

- Não. – Linda era realmente mais tonta que o normal.

- Esquece.

- GIOCONDA VANDPONT – Gritou Chiquinho.

- CAINDO!

- O que tá caindo menina? – Perguntou ele.

- A van da ponte.

- Mas o que isso significa?

- Nada, mas por que me gritou, Chiquinho?

- Só porque acho legal fazer isso com vocês!

- Ah sério?

- Vamos estudar porque já ficaram atoa tempo demais.

Ele passou conteúdo, muito conteúdo e em seguida explicou como funcionaria o modo de avaliação dele, coisa que já estava mais que acostumado. Passou a segunda aula, a professora era muito sonsa, os alunos a enganavam na cara dura e ela não notava, chegava a ser triste ver uma professora ser enganada com tanta frequência. A próxima era história, ficar falando de indiozinho pelado estava chato já, todo ano teríamos de envolver os indiozinhos pelados. A aula foi seguindo e veio o intervalo. Bernardo veio com cara de quem ia aprontar alguma, claro que ia aprontar ou já tinha aprontado. Das duas, uma.

- Gente – começou ele – sabe o corredor do desastre?

- Eita caraí, ai vem – falei – o que tem lá?

Só o Nome.Where stories live. Discover now