Só o Nome.

Capítulo 7

Bom, Pedro não teve nenhuma reação quando mostrei o lugar a ele, ficou meio chocado e eu não sabia o que se passava na cabeça dele e eu já estava ficando meio preocupado com o que ele pudesse estar pensando.
– E ai mano, o que acha? – perguntei de novo.
– É... É... Eu não sei. – Pedro não tinha resposta. – OK, para que este lugar todo arrumado e decorado?
– Eu quero trazer a Violet aqui, – comecei. – Para um encontro!
– Opa maninho, ótima ideia. – Pedro ficou entusiasmado. – O que faremos?
Fui explicando ao meu melhor amigo o que eu faria, claro que não seria o melhor encontro de todos, mas faria o meu melhor e esperava que ela gostasse.
Ao terminar de contar o que fiquei planejando, meu amigo demonstrou gostar do que eu lhe contara e estava totalmente de acordo e disposto a me ajudar para que tudo desse certo e claro que eu contaria com os "Só" para isso e esperava que tudo fosse como planejado.
Iriamos em busca do restante da equipe para obtermos ajuda na preparação, Linda e Gioconda ajudariam na decoração do local e também para saber do que Violet gostava para que o encontro fosse mais que perfeito.
Fui com Pedro para sua casa começar a bolar o plano para depois colocá-lo em execução. Ao chegarmos lá a mãe dele já estava, não era hora dela estar em casa pelo que Pedro comentara. Acredito que algo havia acontecido.
– Bom dia, meninos – ela nos cumprimentou.
– Bom dia, tia – respondi com um sorriso. – A senhora está bem?
– Sim, querido!
– Mãe, o que houve? – Pedro perguntou.
– Nada, meu filho. Vou preparar o almoço – ela estava bem calma. – Bernardo, fique para almoçar está bem?
– Tá bom!
– Bora! – Pedro me chamou pra cima.
Subimos para o quarto dele tanto para bolar planos, quanto para fazermos as lições da escola.
Para nosso azar a aula que não tivemos na sexta, teríamos no sábado e teria atividades ou algo valendo nota. Logo, não poderíamos falta de forma alguma.
Focamos primeiro em física – que era a que tínhamos mais dificuldade – e em seguida fizemos as coisas que Chiquinho, nosso professor de português, nos passou. Era uma redação sobre formas de amor e ele não poderia ter passado este tema em um melhor momento.
Comecei a fazer a minha e o tempo foi passando, e passando, e passando... Quando notei, Pedro dormia. Para acordá-lo eu apenas o bati com meu caderno com toda força.
Pedro levou um susto e deu um grito, mas não havia outra forma de um amigo acordar o outro. Foi em boa hora que fiz isso, já estava pronto o almoço.
– PEDRO? BERNARDO? – gritou a mãe de meu amigo. – VENHAM COMER!
– Oba, tô com fome – confessei.
– Nem disfarça, não é mesmo? – Pedro fez careta.
– Por quê? – perguntei saindo do quarto. – Tô com fome mesmo!
– E quando não está? Quando tá dormindo?
– Não, porque até dormindo eu sonho com comida!
– Affe... Vamos comer, seu passa fome!
Descemos para a cozinha e a comida já estava posta à mesa, até os irmãos de meu amigo já estavam em casa a esta altura.
Comi uma quantidade generosa, até porque da mesma forma em que Just Airhead tem liberdade em minha casa, eu tenho na dele.
Almoçamos e fomos tomar banho, fui primeiro enquanto Pedro escolhia roupas pra ele e em seguida ele iria enquanto eu me arrumava no seu quarto.
Liguei para Gioconda e Pedro para Linda. Marcamos de nos encontrarmos na praça mais próxima da escola, de lá íamos para o shopping e usaríamos esse tempo para planejar tudo.
Já a caminho da praça, meu amigo estava muito pensativo, ele não queria falar, mas estava muito pensativo mesmo. Resolvi tirar logo a minha dúvida:
– O que faz Just Airhead ter tanta coisa nessa cabeça de vento?
– Fernando! – só me disse isso.
– Hein? Fernando? – não me lembrava de quem se tratava.
– Meu pai – ele estava sério.
– O fujão? O que ele quer?
– Contato com meus irmãos - ele estava preocupado com isso. – Preciso bolar algo para resolver esse problema.
– Vamos dar um jeito man, fica sussa.
– Eu sei que vamos, sempre damos um jeito.

***

Já com todos os integrantes da turma reunidos, fomos novamente ao cinema. Estávamos muito a fim de assistir algum filme de terror e a única medrosa era Linda; ela não queria assistir de forma alguma, mas a arrastamos.
Compramos nossos ingressos e entramos para a sessão de "A Maldição de Chucky".
Eu pessoalmente achei muito fraco, não é algo que possamos chamar de terror. Me arrependi de ter gastado dinheiro com tal filme, exatamente da forma que me arrependi de ir assistir "A Renascida do Inferno", outro filme do qual nem uma criança teria medo. Só a Linda.
Saí do cinema reclamando mais que tudo, mas um milk shake calou a minha boca. Linda com seu vicio em Nutella pediu um deste sabor, Gioconda pediu doce de leite – adorava este sabor –, Pedro como sempre pediu menta, não tinha uma vez que tínhamos ido que ele não pediu menta, e eu resolvi experimentar um sabor diferente. Pedi mamão com cassis e não me peçam para explicar o que é cassis porque não sei.
Meu amigo Mozar do telegram me indicou e resolvi provar.
Aproveitamos que estávamos reunidos e colocamos nosso plano em prática.