Capítulo 9

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No momento em que ouvi o gemido de dor de Bernardo, peguei a faca que usávamos para cortar o bolo e corri para a porta da frente. Meu amigo não estava em apuros, o idiota escorregou em um tapete e foi de cara na porta enquanto eu estava achando que algo de ruim tivesse acontecido. Eu só fazia rir do paspalho.
Abri a porta com SpiceBoy ainda caído e fui ver quem estava na porta, realmente não tinha ninguém, parado lá e sim uma caixa. Eu sou muito curioso, mas o que poderia acontecer caso eu trouxesse a tal caixa para dentro de minha casa. Fui me aproximando com calma até que cheguei perto do objeto misterioso.
- QUE ISSO PEDRO? - Gritou Bernardo.
- FILHO DE UMA QUENGA, SEU PESTE DESGRAÇADO! - Ele havia me assustado. - Você me assustou trem do capeta!!!
-Tá devendo é? - Me perguntou fazendo piada.
- Muito engraçado! - Falei sem esboçar sorriso algum.
Acabei agarrando a caixa e carregando para dentro de casa e logo a galera veio me questionar do que se tratava, porém eu sabia o dobro que ele sabiam sobre a caixa ou seja nada. Também não estava a fim de abrir logo que estava endereçada a minha mãe. Não deveria ser algo da qual ela comprou pela internet, pois quando chega sempre devemos assinar, o estranho foi essa coisa simplesmente deixada assim. Carreguei ela até o quarto de minha mãe para que meus amigos futriqueiros não abrissem a caixa e retirassem dela o que seu conteúdo. Voltei para a sala e para meus e voltamos a assistir filmes e conversar até que desse o horário para que fossem para suas respectivas casas e assim foram indo seguidos dos filhos de Fernando.
Foi escurecendo e dando o horário de meus irmãos chegarem, já que eles estudavam em escola de período integral. Minha mãe estava perto de chegar do serviço e já que eu também sei cozinhar fui preparar o jantar, não fiz nada de surpreendente apenas cozinhei para que não ficássemos com fome.
Depois de um tempo minha mãe chega na companhia dos meus irmãos e depois de se aprontarem pudemos jantar tranquilamente e então eu resolvi avisá-la sobre a encomenda que havia chego para ela.
- Mãe, comprou algo pela internet? - Perguntei já esperando resposta negativa.
- Eu? - Ela me olhou séria. - Você sabe bem que não confio em produtos comprados pela internet!
- Eu sei, mas sempre há uma primeira vez!
- Mas por que a pergunta? - Ela ficou curiosa.
- Chegou uma caixa endereçada a você - Fui explicando. -, ai pensei ter comprado algo!
- Não gosto deste tipo de compras. - Finalizou ela impondo a sua posição. - E andem logo que quero assistir a minha novela. Está Ótema.
- Mãe desde quando você usa a expressão "ótema", "ótemo"? - Fiz aspas com as mãos.
- Vi vocês e seus amigos falando assim e peguei a mania! - Disse ela terminando seu jantar e se levantando. - Vou indo!
Terminei o meu jantar e também fui ver se meus amigos estavam online nas redes sociais e por incrível que pareça ninguém queria conversar, pois estavam todos grudados na tal novela.
Fui até a sala onde se encontravam meus irmãos e minha mãe com olhos vidrados na televisão e parecia que não existia mais nada ao redor. Eles estavam presos naquele sucesso da dramaturgia brasileira...
- Mãe... - Tentei chamar atenção.
- To vendo minha novela, presta atenção!!! - Disse ela sem desgrudar seus olhos de sua novela.
Como não consegui seguir chamar atenção resolvi seguir o ditado, "se não consegue vencê-los, junte-se a eles.", me sentei no chão encostado no sofá e passei a assistir também.
"Uma família inteira estava desesperada, pois alguém que eu ainda não tinha identificado estava internado e sofrido um acidente de trânsito e estava entre a vida e a morte, por acaso no leito ao lado estava o próprio causador do acidente e a revolta da família perante esta situação era clara..."
Conforme foi passando e fui assistindo passei a entender o que estava havendo com a minha família por estar tão focada em uma novela, era muito boa. Aproveitei o intervalo comercial e fui na cozinha buscar um copo de suco e um pedaço de bolo.
"No final do episódio mostrou alguns personagens chegando de madrugada em suas respectivas casas, Marcus, Marina, Henrique, Gisele, Rafael e Eliaquim. Nisso mostrando a próxima cena mostra o pai de Eder Alves chegando ao hospital e vendo vários policiais e achou que iria colher depoimento do criminoso e descobre que o mesmo fora assassinado durante a madrugada..."
E assim acaba o episódio desta novela que acabou de viciar mais um, eu só assisti a um episódio e mesmo assim eu estava louco por ela.
- MEU DEUS, QUEM MATOU ELE??? - Gritou a minha mãe.
- Eita, ele bem que mereceu, mas eu estou curiosa. - Yasmin disse.
- Eu acho que foi a Marina! - Igor lançou a sua aposta.
Não demorou cinco minutos e o grupos no WhatsApp tanto da família quanto o dos meus amigos disparou e estava bombando em apostas sobre quem havia matado o tal Keven.
"- Qual o nome desta novela? - Perguntei já que não notei o nome da mesma.
- Um Vício Chamado Rafael! - Linda me respondeu rapidamente."
Já no grupo da família estava rolando até dinheiro nas apostas e já estava gerando briga entre os membros. Passamos tanto tempo focados na novela que esqueci que deveria ter ido buscar meu exame e eu usaria isso como desculpa para não ir a aula novamente e com esses pensamentos subi para meu quarto para dormir, a dor no corpo e a febre haviam voltado. Tomei os medicamentos e e fiquei deitado para até que adormeci.
Ao acordar no dia seguinte fui direto comunicar a minha mãe que não teria como ir na escola porque esquecemos de buscar o meu exame e eu precisava logo fazer isso para me tratar o quanto antes. Ela entendeu e se ofereceu para me levar, mas eu preferi ir de ônibus, tanto para que ela não se atrasasse novamente, quanto para o eventual fator de escutar outra história como a do dia anterior, o que por ventura não aconteceu.

Só o Nome.Where stories live. Discover now