Capítulo 10

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Bernardo é um desastre natural andante, seja lá qual era o objeto que estava em sua mão, foi parar no fundo da piscina.
- Ai minha cabeça! - Disse ele se levantando e olhando para a piscina. - Ah não, não era pra ser assim droga!
O desastrado como não havia outra escolha se jogou na piscina e mergulhou até o fundo para resgatar o seu objeto perdido. Após recolher ele saiu novamente da água e veio em nossa direção e logo pudemos ver o que tinha em suas mãos. Estávamos ali aguardando ele fazer algo, pois chegou perto e ficou com cara de idiota que não havia a necessidade.
- Vi-Violet? - Chamou a amada se ajoelhando.
- Levanta dai seu peste! - Gioconda já foi puxando pelo ombro.
- Deixa! - O soltei das mãos dela.
- Bom - Começou ele. -, Violet, até agora eu não havia feito o pedido de forma oficial.
- Oowwwnn. - Linda já se derreteu toda.
- Eu queria saber, você aceita ser a minha namorada? - Disse no mesmo momento me que direcionava a ela a caixinha com o anel de compromisso.
- Si-si... - Ela não conseguia pronunciar o "sim" tão aguardado por Bernardo e todos nós.
- Isso é um sim? - Ele perguntou já afoito com a situação em que se encontrava.
- Na verdade é um sinto muito! - Respondeu séria.
- O QUÊ? - Linda gritou.
- Eita carai, agora fodeu tudo. - Falei pra mim mesmo.
Já Gioconda continuava focada em sua comilança da sobremesa e nem ligava para mais nada que estava acontecendo ao seu redor enquanto Bernardo estava já entrando em desespero pelo que estava acontecendo com ele. Olhou para mim com cara de cachorro que caiu da mudança e eu só pude dar de ombros.
- Sério isso Violet? - Ele estava com a voz embargada. - Diz que é brincadeira.
- Estou falando sério! - Ela olhou séria pra ele.
- Mas o que ele te fez? - Linda se intrometeu. - Ele te fez um jantar, fui eu que fiz, mas ok... Porém foi lindo.
- Vocês por acaso deixaram eu me explicar? - Questionou.
- E nem precisa, você já acabou com ele! - Linda estava irritada.
- Deixa Linda. - Ele estava agora sentado no chão de cabeça baixa. - Não precisa discutir.
- Não precisa mesmo! - Violet toma a frente. - Eu não recusei nada até agora!
- Não? - Bernardo, Linda e eu falamos em uníssono.
- Não, vocês que não deixaram ela falar seus cretinos! - Gioconda disparou.
- Seu amor me encanta, sabia? - Falei olhando em direção a comilona.
- Eu ia dizer, sinto muito - Abriu um sorriso. -, mas não posso recusar seu pedido!
Neste momento meu amigo se levanta e abraçou sua amada e encheu de beijos de forma carinhosa e romântica enquanto batíamos palmas e nossa líder com seu grande amor foi até o casal e os lançou dentro da piscina alegando que o fogo já estava demais e que todo aquele romantismo lhe causava náuseas.
Passamos o resto do dia curtindo até que resolvemos que deveríamos ir para casa, peguei a minha bicicleta e fui em direção a minha casa e desta vez prestando atenção para que não surgisse nenhuma outra velhinha doida na rua. Admirei a lua, as casas que tinham uma aparência mais rústicas, passei pela praça central do bairro onde haviam muitos casais, crianças e inclusive velhinhas doidas que riam muito alto.
Cheguei em casa e em frente da casa ao lado se encontrava dona Rosa que usava uma tipoia braço esquerdo, fiquei na duvida entre perguntar ou não para ela o que havia ocorrido, mas por fim perguntei.
- Boa noite, dona Rosa!
- Boa noite, menino Pedro.
- Desculpe perguntar, mas o que houve com seu braço? - Perguntei sem jeito.
- Eu cai de novo menino você acredita?
- Eu acredito sim, dona Rosa! - Falei segurando o riso. - Vou entrando, espero que melhore o braço!
- Obrigada querido!
Entrei em casa e todos já estavam jantando, preferi não me juntar a eles já que estavam no fim da refeição, apenas desejei boa noite e subi para tomar um banho e logo em seguida dormir. Tomei meu banho e fui para o meu quarto, mas antes de dormir resolvi checar meu e-mail e tinha uma mensagem de alguém desconhecido.

"BERNARDO PEDIU A GAROTA EM NAMORO? COISINHA FOFA!
ESTOU TE VENDO NESTE MOMENTO"

Ao terminar de ler aquilo corri até a janela queestava aberta e a fechei junto das cortinas, mas antes olhei através e não tinhaninguém ali então constatei que deveria ser trote por parte dos meus amigos,não levaria aquilo adiante. Fui dormir já que o próximo dia seria muitocomplicado com o cansaço do fim de semana e já deitado em minha cama acabeiadormecendo rapidamente.
Na segunda ou seja no outro dia de manhã me levantei com uma disposição anormalpara uma segunda-feira. Levantei antes do horário que eu geralmente levanto,fiz tudo que eu deveria fazer como tomar meu banho e arrumar as coisas daescola e para passar o tempo restante preparei o café da manhã e esperei orestante do povo levantar para tomar café comigo. Em mais ou menos vinteminutos todos já estavam a mesa e todos tomamos café juntos.
Durante o nosso café da manhã minha mãe recebeu uma mensagem via whatsapp ecoisa que ela nunca fazia era usar o celular a mesa e ela fez aquilo seguindode um sorriso que eu já imaginava o que seria, ela se levantou sem nem terminarde comer e saiu apenas dizendo que esperaria meus irmãos no carro.
Logo depois deles saírem me direcionei ao ponto de ônibus já atrasado entãocorri, mas não deixaria meu orgulho de lado. Corri para o ponto, mas caso aparecesseum ônibus e ele estivesse saindo eu não correria para apanhá-lo de jeitonenhum, não corro atrás de ônibus eles não merecem. O que aconteceu por eupensar assim? Isso mesmo, perdi o ônibus e cheguei atrasado.
Já na escola meus amigos estavam achando que eu faltaria novamente, porém foisomente o meu atraso mesmo e para o meu azar foi na aula do Chiquinho que iriaquerer pegar no meu pé por este motivo e me encheria bastante o saco.
- Pedro Augusto, isso são horas? - Perguntou me encarando.
- São, olha! - Apontei meu celular pra ele.
- Não tem vergonha nesta tua cara não?
- Não mesmo! - Abri um sorriso. - E você esta bém?
- Ótimo e estou tão bem que hoje... - Parou de falar focando no horizonte atravésda janela.
- Quêêêêêê? - Todos os alunos presentes na sala perguntaram.
- VAI TER PROVA SURPRESA!!! SURPRESAAAAAA!!!
Neste momento todos entramos em desespero, não só pela prova surpresa, mastambém porque ele estava nos mudando de lugar o nos colocando longe de quemmais conversávamos e assim se iniciou a prova. Estávamos divididos para todosos cantos da sala, mas isso não nos impedia de qualquer coisa, nossa líder depoisde alguns momentos diz:
- Pedro, joga a borracha ai!
- Beleza. - Taquei a borracha na direção dela.
- Pedro, não é pra tacar, deixei vocês longe para evitar esse tipo de coisa.
- A distância não vai nos impedir Chiquinho!
- Mas não é pra conversar! - Disse ele.
- Eles mexem com magia negra Chiquinho. - Uma garota escrota falou.
- Pedro Augusto? Você mexe com isso? - Ficou boquiaberto.
- Com toda a certeza faço Chiquinho! - Comecei a rir e encará-lo. - Tô atrás dagalinha preta!
Depois disso iniciamos a prova, mas não deixamos de brincar e conversar. Elavaleria um ponto na média dos alunos que acertassem mais de setenta e cinco porcento, meus amigos e eu atingimos mais que o mínimo necessário e garantimos onosso ponto na média.
As outras aulas correram muito bem e tranquilas, mas estava muito calma paraser a escola maluca. Antes que pudéssemos chegar ao fim da ultima aula do diaouve um estrondo na sala ao lado que pelo que me parecia eram sons de mesas ecadeiras voando para tudo quanto é lado.
- Eita porra que o mundo esta acabando! - Gritou Bernardo.
- Todos sentem-se! - Gritava a professora de matemática.
- Que nada, nós sairemos desta sala! - Respondeu um estranho que eu nem sabiada existência.
Todos os alunos da sala começaram a correr para fora da sala, mas minha turmacontinuou sentada em seus devidos lugares, até que todos saíram e ficamos sónós e a professora.
- Vocês são bem comportados hein! - Nos disse a professora.
- Claro que não. - Retrucou Gioconda. - Você acha mesmo que íamos sair correndono meio deste bando de cabeça de gado fugindo?
- Vocês não ficaram pela aula? - Professora voltou a falar conosco.
- Obviamente que não, tchau professora! - Disse ela a líder do bando maluco esaímos.
No corredor do desastre tinham mesas e cadeiras jogadas para todos os lados evárias estavam quebradas, acredito que os responsáveis por tal coisa já estavamsendo punidos, a situação chegava ser triste ou não, depende do ponto de vistade cada um. Meu celular começou a tocar e eu não pude deixar de atender.
" - Oi, mãe. Aconteceu alguma coisa?
- Claro seu sem vergonha. - Ela estava uma fera. - Você não tem ideia do quefez?
- Não! O que eu fiz? - Eu estava com medo daquele tom de voz.
- É O QUE VOCÊ DEIXOU DE FAZER SEU FILHO DA PUTA. - Gritou ela ao telefone.
- Eita, fala então o que eu fiz ou deixei de fazer, sei lá.
- VOCÊ PAROU DE IR NO CURSO PEDRO AUGUSTO!
- Eita. - Eu nem lembrava da existência do curso. - Eu esqueci.
- EU VOU TE MATAR GAROTO, OLHA O DINHEIRO QUE GASTEI NESSA DROGA.
- Ainda da tempo de voltar, não da? - Perguntei.
- Se dá eu não sei, se vira e da um jeito nisso ou vamos nos entender depois. Tchau.- E desligou na minha cara."
- Fodeu. - Falei pra mim e meu amigo me olhou.
- O que foi? - Super Cãomen perguntou.
- Tenho que resolver um problemão com aquele curso, deixa eu correr. - E saicorrendo.
Fui pra casa almoçar e depois do almoço corri para o local do curso para tentarfazer algo para retornar ao curso ou minha mãe me mataria caso eu não resolvessenada.
Chegando lá vi que Linda não estava na recepção mais e sim um garoto eaproveitei ele mesmo para pedir informações.
- Boa tarde, estou com um grande problema. - Me dirigi a ele.
- Boa tarde, quem sabe eu possa ajudar. - Me respondeu de forma simpática.
Expliquei toda a situação em que havia me colocado por faltar tanto e ele ouviucom toda a paciência do mundo e depois que estava sabendo de tudo ele foibuscar no sistema e encontrou meu nome na lista dos desistentes, porém elefaria o possível para ver qual a possibilidade de voltar para o curso e disseque assim que conseguisse uma resposta ele me ligaria para avisar. Saindo de láliguei para dona Adriana para avisar o que consegui talvez uma segunda chance.
"- Mãe, fui lá e um rapaz vai ver o que consegue!
- É bom que ele consiga ou você vai se ver comigo! - Ela ainda estava irritada.
- Ok, mãe!"
Em seguida eu mandei mensagem para o grupo e chamei meus amigos para ir aocinema, porém apenas Linda e Gio aceitaram, pois o casal estava curtindo um diaromântico a sós.
Na hora marcada de estarmos no shopping eu ainda estava dentro do ônibus praguejandopara aqueles que faziam com que o motorista parasse em cada ponto existente noseu percurso. Além dele parar em todos os pontos, ele parava em todos os semáforos,é incrível que quanto estamos atrasados nada coopera para chegarmos ao localmais rápido. No whatsapp as garotas já estavam querendo minha cabeça servidanuma bandeja pelo meu atraso.
"- Vai demorar mais quanto tempo sua peste? - Rainha das tretas me perguntava.
- Tô chegando o ônibus esta parando em todos os pontos! - Me defendi.
- Anda logo ou perderemos a sessão! - Ela ordenou.
- Uma de vocês compra a minha entrada e eu me encarrego da comida. - Sugeri essaopção.
- Certo e não demora seu cabeça de bagre!"
íamos assistir "Insurgente" e estávamos combinandoa algum tempo, mas não era certeza de nada e como chamei de ultima hora acaboudando certo. Eu não li os livros, mas queria assistir o filme.
Quase dez minutos depois eu consegui chegar no shopping e corri para o cinemapara encontraras duas peças raras que já me aguardavam e eu tinha toda acerteza de que elas iriam me xingar tanto que até a terceira geração depois demim estaria sendo xingada, só por causa de uma atraso.
Fomos para a fila comprar pipoca restando apenas quinze minutos para o início dofilme e e Linda começou a perturbar como uma criança de cinco anos de idadecomo ela nunca havia feito antes.
- Ei, vamos assistir Cinderela também? - Perguntou ela.
- Não. - Respondi de imediato.
- Mas eu quero assistir Cinderela também! - Ela voltou a falar.
- Não vamos assistir Cinderela e ponto! - Afirmei novamente que não iríamosassistir ao outro filme.
- Calem essas bocas e vão! - Disse Gioconda nos empurrando.
- Tá, então eu quero o combo da Cinderela! - Linda voltou a perturbar.
- Ah não. - Neguei mais um pedido dela.
- Sim, sim e sim... Vem um balde da Cinderela e um chaveiro em forma de sapatinho.
- Não vou pagar trinta e três reais e cinquenta centavos nisso! - Me neguei novamente.
- Eu quero o combo da Cinderela, eu quero! - Ela repetia isso sem parar.
- Não. - Eu também não parava de dizer não.
Durante todo o tempo em que passamos na fila ela ficava me enchendo o sacoquerendo o combo da Cinderela e eu negando e Gioconda brigando conosco. Chegamospara fazer nosso pedido e era uma atendente muito simpática.
- Boa noite, o que vocês vão querer?
- O combo da Cinderela. - Falou Linda antes que pudéssemos falar algo.
- Cala a boca menina! - Lhe dei um tapa na cabeça. - Iremos querer o comboamigos, aquele que vem com o balde de pipoca grande e dois refrigerantes grandesjá que Gioconda não toma.
- Ok. - Disse a atendente. - Um combo amigos!
- Não moça, vai ser o combo da Cinderela. - Linda disse novamente.
- Então vai ser um combo da Cinderela? - A atendente ficou na dúvida.
- O combo da Cinderela pode vir como o combo amigos? - Perguntei.
- Pode sim! - A atendente me respondeu.
- Então vai ele mesmo. - Linda me venceu pelo cansaço.
Ela pulou de alegria e assim entramos para a sala onde seria reproduzido ofilme e durante todo o filme a diaba da Linda repetia: "Isso não tinha no livro",e queria das nas fuças dela, mas não podia. E ela ficou assim irritando tanto amim quanto a rainha das treta.
Ao sair, tudo o que estava na minha mão eu joguei no lixo que fica na saída dasala do cinema e fomos andar um pouco pelo shopping antes de irmos para casa. Atéque ao chegarmos em frente a uma banca do Chiquinho avulsa a praça dealimentação e tinha uma cartaz do filme da Cinderela, Linda notou que ninguém estavacom o seu balde. Ela só foi capaz de perguntar:
- Onde está meu balde da Cinderela?
- Joguei no lixo. - Respondi.
- Você não fez isso! - Ela me encarou.
- Ele fez sim, na saída do cinema! - Gioconda comprovou o que eu havia acabadode afirmar.
- NÃO ACREDITO. - Linda ficou chocada e gritou.
Quando achei que ela iria me bater, fez algo que nunca imaginei que faria, elase jogou no chão e começou a gritar e se espernear pedindo pelo balde daCinderela e conforme as pessoas ia passando ela iam nos encarando e achando queela era louca, até porque ela estava agindo como louca. Quando fui aproveitar omomento e retirei o celular do bolso para registrar tal coisa ela se levanta efinge que nada aconteceu e nós três só pudemos rir de tudo isso enquanto andávamospelo shopping.
Fui para a minha casa depois de aproveitar a tarde em companhia das abestadas eera incrível como para voltar foi mais rápido que ir, sento que o ônibus estavafazendo exatamente o mesmo percurso que fiz para ir.
Chegando em casa eu fui direto para a cozinha onde eu tinha certeza queencontraria a minha família jantando, pois era o horário em que nós geralmente costumávamosjantar e me adentrando vi um estatura diferente vindo do banheiro do andar debaixo, eu não tinha ideia de quem era.
- Quem é você?

Só o Nome.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora