Capítulo 11

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- Me responde logo, quem é você? - Repeti a pergunta.
- Eu sou o Valdir! - Me respondeu o estranho.
- E o que você quer aqui? - Perguntei.
- É... É... - Ele não tinha uma resposta.
- O  gato o meu a sua língua? Eu não tenho gato só para você não usar isso como desculpa!
- Vejo que já conheceu o Valdir! - Apareceu minha mãe vindo da cozinha!
- E quem e o "Valdir"? - Fiz aspas com as mãos.
- Meu namorado! - Disse sorrindo.
- Então esse é o motivo do celular a mesa no café da manhã - Disse eu relembrando. -, e também, o sorriso idiota de gente apaixonada!
Então né... - Ela ficou envergonhada. - Vem jantar conosco?
- Não, estou sem fome. Vou tomar banho e dormir. - Fui me dirigindo a escada. - Boa noite, mãe. Bom noite, "Valter".
Subi e fui tomar um banho para poder dormir e descansar do meu dia. Voltei para o meu quarto depois do banho e como havia perdido o sono deitei para assistir MasterChef, como não havia mais nada de interessante na televisão resolvi dar uma chance a esse programa de culinária e por acaso acabei gostando e decidi que iria assistir todos os dias em que o programa fosse exibido. Eu não tinha ideia de que havia possibilidade de tantos pratos quanto vi sendo preparados pelos participantes e claro que me deu fome depois de ver tantas gotosuras que resolvi descer a cozinha.
O tal Valdir já deveria ter ido embora a essa altura então não me preocupei em descer de forma rápida e me arrependo do que vi acontecendo. Minha mãe estava atracada com o namorado que a agarrava no colo com suas pernas ao redor da cintura dele. Ele já estava sem camisa.
- Coisa mais indecente de se fazer numa cozinha, vocês não acham? - Falei de cara fechada.
- Meu Deus! - Gritou a minha mãe.
No susto que levaram ela desenrolou as pernas da cintura dele e ele a soltou fazendo com que ela caísse no chão e batendo as costa no chão.
- Querida, me desculpa! - Apressou-se a ajudar a minha mãe a se levantar.
- Tudo bem, Pedro não foi a mi...
- Pode parar, você deveria saber que naquela porta poderia estar entrando um do meus irmãos e não eu! - Encarei os dois. - E você Valdir, deveria ter respeito pela casa dos outros, esta aqui não é a sua casa, você deveria ir embora!
- Onde está a educação que lhe dei, Pedro Augusto? - Minha mãe estava irritada.
-  Foi procurar a sua que pelo visto saiu junto com a deste idiota que você chama de namorado!
- Eu acho que vou pra casa... - Valdir falou saindo da cozinha lentamente.
- Acho que você até que possui um cérebro! - Respondi no ato.
O encarei e ele foi saindo realmente e da porta da sala escutei apenas um "sinto muito por isso", e minha mãe volta fula da vida querendo explicações do porque eu ter agido de tal forma, em nenhum momento durante cada xingamento que ela fazia ela parou para pensar no ato que ela havia protagonizado em nossa cozinha, ela só conseguia se lembrar da forma que eu tratei o seu namorado e por fim acabei indo para o meu quarto sem comer, a fome não tinha passado mas devido ao estresse ocorrido na cozinha somente virei as minhas costas e voltei para o meu quarto sem discutir pois não me levaria a nada.
Estando no meu quarto não demorei muito para dormir e teria que suportar as aulas o dia seguinte e não estava nem um pouco afim de ir, mas isso não dependia de minha vontade ou não. A noite passou voando que mal fechei minhas pálpebras meu celular despertou e lembrei no mesmo momento da discussão da noite anterior. Fui para o banho sem perder tempo.
Terminando o meu banho já corri e tomei um café rápido e mesmo faltando trinta minutos para o horário em que eu era acostumado a sair de casa, sai e fui em direção ao ponto de ônibus para ir em direção a escola. Enquanto aguardava o ônibus, passou um cara louco gritando que o mundo ia acabar e eu fiquei encarando ele e só.
Quando o primeiro ônibus apareceu eu resolvi entrar nele mesmo, e pra minha alegria de pobre o ônibus se encontrava vazio. Como sai mais cedo de casa aproveitei para esperar Bernardo mo terminal de ônibus e isso levaria bem uns vinte minutos ou mais e ia ser muito monótono esperá-lo por tanto tempo, mas faria mesmo assim. Eu estava pensando em iniciar um nova leitura e já tinha um título que muito me interessava, porém não sabia onde iria encontrar o tal livro
No whatsapp eu conversava com meus amigos e Bernardo já estava chegando e a conversa estava tão animadora que eu não ví a hora passar e quando ele chegou onde eu estava somos juntos para a escola. Dentro do ônibus ríamos de coisas engraçadas que víamos através da janela e tirávamos sarro de outras coisas que aconteciam ao redor.
Nossas aulas na escola seriam mais tranquilas, biologia, educação física e por fim história. Biologia e história seriam dois tempos seguidos de cada um, completando o total de cinco períodos de aulas que tínhamos por dia. Para a nossa sorte educação física era no ultimo período do dia e assim não precisaríamos ficar soados durante as aulas.
Educação física era dividida entre aulas teóricas e aulas praticas e essa seria pratica onde poderíamos fazer qualquer coisa contando que estivéssemos nos exercitando e ficamos jogando vôlei e repentinamente meu celular começa a tocar
"- Alô?
- Pedro? - Uma voz familiar estava do outro lado da linha .
- Quem quer falar com ele? - Perguntei.
- Eu mesmo, ele está?
- Sou eu, mas quem é você?
- Do curso, estou ligando para pedir que viesse aqui pois temos uma resposta e também os termos para que você seja aceito de volta! - Me explicou.
- Hoje eu passo ai no período da tarde então, pode ser? - Questionei.
- Hoje não sera possível, estaremos resolvendo coisas da instituição e não estaremos recebendo ninguém. Venha amanhã por gentileza.
- Certo, amanhã estarei ai.
- Perfeito, ate amanhã então!"
Ate que a resposta foi rápida, por que será que resolveram tao depressa assim, mas era a minha oportunidade e eu não poderia desperdiçá-la.
- Aquelas ali estão sexy demais, não acha mano? - Bernardo se aproximou ao dizer.
- Pra cacete! - Respondi admirando as mesmas.
- Estão falando sobre ser sex,? - Gioconda apareceu atrás de nós. - Queridinhos meu terceiro nome é Sexy!
- Mas eu pensei que fosse Vandpont. - Meu amigo fez cara de idiota.
- Meu nome é, Gioconda noé Sexy! - Disse gargalhando.
Rimos muito do momento e aproveitei pra chamá-los para irem comprar umas coisas nas lojas americanas comigo depois da aula. Claro que iriam aceitar, iam ganhar chocolate de mim e isso era motivo mais do que suficiente para fazê-los me acompanhar.
- Será que igual a Gioconda, a Violet escutou o que eu falei? - Meu amigo pareceu ter medo da resposta.
- Provável, olha a cara dela! - Fiz gesto com a cabeça.
- Ai cristo! - Ele realmente tava com medo.
- Relaxa seu medroso! - Ri dele.
- Fala isso porque você não tem uma namorada lutadora.
Depois de tudo isso enquanto estávamos escolhendo as coisas que cada um queria e eu pegava o que estava precisando fomos para a fila do caixa e ouvimos um tipo de discussão.
" - Senhora, mas seu cartão não esta passando! - Dizia a atendente.
- Como não ta passando? Eu não acredito, passa de novo! - Vociferava a cliente.
- Não passou de novo, senhora. - Repetiu a atendente.
- Você é uma incompetente, meu cartão ta cheio de dinheiro como não passa o débito?
- A senhora não tem outro? - Perguntou a moça.
- NÃO TENHO NÃO, ONDE ENCONTRO UM CAIXA PRA SACAR A DROGA DO DINHEIRO?
- No canto ali, senhora! - Disse apontando para o caixa.
Por conta do acaso o caixa ficava atrás de onde estávamos, ela veio com uma cara bem carrancuda e passou nos empurrando sem pedir licença.
- Presta atenção, por favor sua mal educada! - Disse Gioconda.
- Fecha a sua boca, não deveria estar no meu caminho! - Disse ela toda arrogante.
- O QUÊ? -Gioconda gritou de volta.
- Deixa, não perde seu tempo! - Linda surgiu com seus doces.
- Ela vai se arrepender de ter sido grossa comigo! - Disse nossa líder.
Enquanto ela pensava a mulher realizava o procedimento para sacar o dinheiro e escutamos um "que droga", quando ela leu o comprovante impresso pelo caixa eletrônico. Ela o amassou e jogou no lixo, mas ela era horrível de mira, o papel bateu na lixeira e veio para no pé de Gioconda. A mulher tinha mexido com a pessoa errada. Nossa líder irritada abaixa e pego o papel o desamassando o mesmo e lendo que na conta bancária da mal educada continha zero reais.
- Garota, por favor não fala nada. - Disse ela se dirigindo a Gi.
- Como? Então você tem educação? - Minha amiga foi sarcástica.
- Eu faço o que você quiser, só não fale nada! - Suplicava a mulher.
- Ta bom, eu não falo! - Gioconda abriu um sorriso. - Linda, me faz um favor?
- Claro! - Linda se disponibilizou. - O que você quer?
- Grita pra todo mundo ouvir que ela é uma caloteira e uma escrota cara de tiché!
- NÃO POR FAVOR, VOCÊ DISSE QUE NÃO IA FALAR. - A mulher estava desesperada.
- Mas realmente eu não vou, ela vai! - Um sorriso maligno surgiu nos lábios dela.
- GENTEEEE ESSA MAL EDUCADA ESCROTA NÃO TEM DINHEIRO ALGUM - Linda saiu gritando e apontando para a mulher. - ELA É UMA CALOTEIRA!
-Seja mais educada na próxima vez, espero que tenha aprendido a lição! - Virou para a atendente humilhada. - Está vingada moça!
A mulher em meio ao desespero colocou as coisas nas prateleiras e foi embora as pressas sem olhar para trás. E depois disso a vida seguiu norma ou quase, já que não somos normais. Saindo da loja fomos comendo nossos doces até a praça onde parava nossos ônibus.
Bernardo foi pra minha casa passar a tarde lá já que eu não ia resolver as coisas do curso ainda e teria a tarde toda livre de qualquer compromisso importante. Chegando lá ele foi direto para o banheiro, pois fazia mais de um hora que de estava quase mijando nas calças e já não estava aguentando mais segurar. Saindo do banheiro subiu e foi direto pro meu quarto onde íamos jogar video game e fazer as coisas da escola.
- Vai ficar pra jantar? - Perguntei.
- Não, fique de ajudar o Mauricio a colocar umas prateleiras no meu quarto para os meus livros! - Respondeu ele sem tirar os olhos da televisão.
- Pode crer! - Falei por fim.
Voltamos a jogar e fizemos isso boa parte da tarde e um pouco antes dele ir pra casa fizemos os deveres da escola para o dia seguinte. E terminando ele partiu para casa e já estava perto de minha mãe chegar e eu fiquei deitado esperando  a hora de começar o meu desenho favorito "Super Cãomen" e assim que começou foquei nele.
Ao acabar o meu programa favorito a janta já estava pronta e a minha irmã já havia vindo me chamar para comer. E eu não estava muito a fim de ficar na cozinha junto de minha mãe depois do que ela havia aprontado. Desci peguei a comida e voltei para o quarto.
- Pedro Augusto, volta já pra mesa! - Ordenou ela.
- Não, obrigado! - Disse de dentro do quarto.
- Não vai vir mesmo? - Questionou.
- Não!
- Fique ai então!
Comi minha comida, levei meu prato até a pia da cozinha e fui tomar um banho para dormir. Já de banho tomado fui pra cama e relaxei com tanta facilidade que rapidamente já estava dormindo.
Acordei no meu horário normal, tomei meu banho e café e sai para a escola, as aulas foram super tranquilas e calmas até. Tive duas aulas de português, matemática, química e física completando as cindo do dia. E pela primeira vez nada de muito diferente aconteceu.
Ao fim das aulas fui direto para a instituição do curso  para tentar resolver o meu problema. E o atendente foi tranquilo como da ultima vez.
- Vimos a sua situação e ela não é nada boa! - Disse ele.
- Eu imagino, mas ainda tem alguma forma de resolver? - Perguntei.
- Olha, não tinha forma alguma de você poder voltar - Começou ele. -, mas eu insisti para o diretor geral e ele teve uma excelente ideia!
- Qual ideia? - Eu estava receoso.
- Você vai ter que participar de tudo o que tiver na instituição, alem de assistir as suas aulas habituais! - Falou ele.
- Como assim?
- Cada evento que houver aqui, independente de qual for - Ele enfatizou isso. -, você terá de participar!
- Sério isso? - Perguntei na esperança que fosse uma piada.
- Tenho cara de quem ta brincando?
- Tem! - Fui direto.
- Mas não estou. Agora vou explicar como vai funcionar tudo a partir daqui!
Ele me explicou tudo de novo, eu teria direito de apenas 5 faltas durante o ano todo ja que perdi tantos dias e houvesse uma a mais sem justificativa eu seria expulso sem direito à recorrer. Me explicou também quais seriam os eventos que já estavam marcados e que eu deveria participar e todos sem exceção. Assinei a documentação por fim e fui pra casa, eu deveria começar a frequentar novamente na próxima semana, pois teriam que alterar no sistema que eu havia desistido do curso.
Chegando em casa, dei de cara com o carteiro e além de contas tinha uma correspondência endereçada a mim. Depois de deixar as contas no balcão onde costumávamos deixar toda e qualquer correspondência subi para o meu quarto e ver de quem vinha, já que não tinha remetente.
Após abrir o envelope fiquei surpreso.
- Não acredito!

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