Só o Nome.

Capítulo 20

- O QUE SIGNIFICA ISSO? – O pai de Well foi o primeiro a ter mandado mensagem. – Meu filho virou viado agora?

- Não estou acreditando no que estou vendo! – A mãe dele também se pronunciava. – Meu filho não pode ser uma coisa dessas.

- O que seria uma coisa dessas para você, minha senhora? – Minha mãe perguntou.

- Gay, eu não acredito que ele quer ser gay! – Dizia ela.

- Eu vou arrebentar esse viado, filho da puta! – Dizia ele no grupo que foi criado pelo ser desconhecido. – Não criei filho para ser viado.

- Qual o seu nome sua rapariga desgraçada? – Minha mãe ofendia a mãe dele. – Ele é teu filho, cuida dele e o apoie ao invés de dizer que ele escolheu. Ele não escolheu.

Eu apenas observava essa discussão deles, o pai de Well o ofendia e o xingava e a mãe dele fazendo reclamação de como não acreditava que o filho havia escolhido algo que não se escolhe, enquanto a minha mãe xingava ela por não dar o devido apoio ao próprio filho.

Well saiu

Você saiu

Eu ainda estava no banheiro e fui falar com ele no whatsapp e ele tinha se trancado no quarto, pois o pai estava revoltado e não estava em sã consciência. Sai do banheiro e fui em direção a mesa com meus amigos, contei tudo o que estava acontecendo e eles todos começaram a se desesperar junto comigo, não por minha causa e sim por questão de como o Wellington estava na casa dele.

Minha mãe me ligou e disse que já estava na cidade e que gostaria de falar comigo sobre o assunto que estava acontecendo, a voz dela estava tremula e ela disse também que não era só sobre isso que ela queria falar.

Paguei a conta dividida com meus amigos e fui para casa para esperar a minha mãe já que ela tinha algo muito sério para falar comigo e eu não tinha ideia do que seria. Será que ela iria me expulsar de casa? Ou será que ela iria me xingar até não ter mais palavras para expressar o ódio dela.

Passei mais de meia hora no meu quarto falando com meu namorado para ver se ele estava bem e aparentemente estava, só não sabia quanto tempo ficaria assim já que o pai dele mais cedo parecia uma pessoa extremamente revoltada.

Quando minha mãe chegou eu já estava dormindo e ela foi até o meu quarto para ver como eu estava e com o barulho que ela fez ao entrar eu acabei acordando.

- Quem ta ai? – Perguntei sem enxergar já que estava com sono.

- Eu filho! – Respondeu ela vindo até minha cama.

- Ah, oi mãe! – Disse sonolento. – O que você queria me falar?

- Não prefere conversar isso amanhã? – Perguntou ela.

- Não, falemos disso agora, porque se for para você me odiar que seja agora! – Disse eu sentando.

- Eu não odeio você meu filho, só porque você está namorando outro garoto você pensa que vou te abandonar? – Disse passando a mão em meus cabelos.

- Pensei sim! – Respondi.

- Pois pensou errado, eu sei muito bem que não se escolhe quem se ama e opção sexual também não. – Sorriu ela. – Eu não faria isso com você e nem com ninguém!

- Se não era isso de tão grave que você ia dizer, o que é? – Perguntei já confuso.

- Certo, vamos a este assunto! – Suspirou. – Por acaso você tem sido ameaçado pela pessoa que criou aquele grupo?

- Tenho sido importunado por ele a muito tempo já! – Respondi. – Por quê?

- Ele vem me chantageando, essa viagem a serviço que eu disse que fui fazer era para deixar um dinheiro num lugar marcado por este chantagista!

- Pelo que você tem sido chantageada? – Perguntei.

- Alguém tirou fotos minhas no banho e momentos em que estava trocando de roupa! – Respondeu ela. – Se eu não pagasse uma certa quantia ele ia divulgar na internet.

- Por que não deixou? Vai que você fosse parar naqueles sites de gente que tiveram fotos vazadas e ficasse famosa? – Perguntei rindo.

- Deixa de ser idiota menino! – Me deu um tapa na cabeça.

- O valor foi muito alto mãe? – Deixei a piada de lado.

- Por incrível que pareça não, ele pediu mil reais só!

- Mas se a pessoa quer algo pediria mais, não é? – Perguntei.

- Sim, mas deixa isso que não vai fazer falta e vamos descobrir quem fez isso – Disse ela. -, como está o Wellington?

- Ele está com medo do pai dele o expulsar, a coisa foi feia lá e ele está trancado no quarto!

- Ele pode ficar aqui se algo acontecer, viu? – Afirmou ela.

- Obrigado, mãe! – Disse a abraçando.

Depois disso ela foi para o quarto dela dormir e eu também fui dormir e resolveria tudo no outro dia com Well para se caso ele precisasse poder ir para a minha casa.

Na outra semana a mãe de Well estava em minha casa para ajeitar tudo com a minha mãe de como ficaria a estadia dele lá e sobre toda a ajuda de custo que ela daria por ele ficar conosco. Marcia a minha sogra já havia superado o fato de que o filho era gay, mas o pai ele não e ela preferiu leva-lo para minha casa antes que o homem fizesse algo.

- Então tchau, Marcia. Faça uma boa viagem de volta! – Disse a minha mãe.

- Tchau e obrigado por cuidar do meu filho! – Disse Marcia.

- Não se preocupe com isso, eu acredito que você faria o mesmo, não? – Disse minha mãe encarando Marcia.

- Faria sim, claro! – Respondeu minha sogra.

- Ótimo... – Disse apertando a mão dela. – Wellington, desce aqui que sua mãe está indo embora.

- Tchau mãe! – Disse ele abraçando.

Ela foi embora e subi com ele para arrumar as coisas no quarto, como meu quarto era grande, coube também a cama dele que foi levada para a minha casa e estávamos botando tudo em ordem para que ele ficasse confortável.

***

Já se passado duas semanas em que Well havia se mudado para a minha casa e estava frequentando a mesma escola que eu, tudo parecia estar na maior paz, pois não havíamos mais sido incomodados, sem ameaças, sem mensagens ou nada do tipo que nos ocorria sempre.

Valdir o namorado de minha mãe estava jantando conosco e estávamos até que tendo um papo interessante sobre livros, mas ele não tinha cara de quem lia ou coisa do tipo. Mas já que ele tinha assunto que eu gostava vamos conversar.

Depois do jantar fomos todos para sala, minha mãe e seu namorado, meus irmãos, meu namorado e eu e fomos assistir filme, um qualquer que estava passando na Tv naquele momento até que tocou o interfone.

Fui atender com preguiça e chegando lá tinha um envelope, mas já era muito tarde para o correio e eu já imaginava do que se tratava, fui para dentro e fiz sinal para a minha mãe e ela pediu que meus irmãos subissem para seus quartos, e disse que já havia contado para o Valdir.

Abri o envelope e havia uma carta feita com colagens, do tipo de carta que se manda como pedido de resgate ou de ameaças. O conteúdo da carta dizia.

"E S T O U

 M A I S 

P E R T O 

D O Q U E 

I M A G I N A"