Capítulo 3

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Mamãe havia desmaido e eu não sabia o que fazer. Chorava desesperada e tentava acordar ela, mas ela não se movia e algo me dizia que ela não estava bem.

—Mamãe acorda!— Falo chorando.

Logo o Rodrigo havia acabado de entrar na sala e quando viu nosso mãe no chão, veio desesperado ao nosso encontro.

— O que houve com ela?!— Perguntou alterado e senti um aroma de bebida.

—VOCÊ ANDOU BEBENDO?— Perguntei incrédula.

— Isso não importa, o que importa é a nossa mãe!— Ele disse e se levantou para pegar um álcool.

Ele pega um algodão e molha no álcool passando o mesmo de leveza no nariz da minha mãe. Aos poucos ela foi retornando.

— Mãe! Que susto.— Falo abraçando ela.

— Bom cuida dela, vou tomar um banho.— Ele diz e eu lanço um olhar avisando que teremos uma conversa sobre isso  e ele revira os olhos mas entende e segue para o quarto.

Rodrigo nunca foi de beber e agora está fazendo isso, tenho certeza que não foi por culpa dele.

— Vem vamos para o seu quarto. — Falo e a levanto com cuidado.

Ajeito os lençois da sua cama e ajudo ela a se deitar . Cubro ela e fecho a cortina, o tempo fechou novamente e deixa tudo frio.

— Descanse bem mãe. —Beijo sua testa e saio do quarto, tenho que falar com o Rodrigo.

Bato na porta dele e minutos depois ele abre. Me deu passagem e então me sentei na cama dele.

— O que quer?— Perguntou de braços cruzados.

— Por que bebeu? — Perguntei séria.

— Porque eu quis. — Disse seco.

— Você nunca bebeu Rodrigo, porque isso agora? — Pergunto indignada.

— Já disse, agora pode sair? Preciso me arrumar. — Fala apontando pra porta.

— É assim? Quer dizer, você não compartilha mais nada comigo sobre você? Como fazíamos antes? — Falo me levantando.

—Liza eu já disse, e não é nada disso, foi apenas um momento.— Disse cortando as palavras.

— O.k, então quando você quiser saber sobre minha vida, irei fazer o mesmo. — Falo e bato a porta com força.

—Liza volta aqui!— Grita mais não respondo.

Isso não pode tá acontecendo, a mamãe já está doente e agora o Rodrigo quer se afogar em bebidas? Porque isso tem que acontecer comigo! Porquê? Parece que eu sou a que tem mais juízo aqui, por que meu irmão não tem nem um pouco.

Vou ao meu quarto e pego minha bolsa e saio de casa,preciso pegar uns documentos na empresa que fiz o curso, eles irão servir, só espero ter sorte desta vez, pois faz tanto tempo, que eles podem ter jogado fora. Vejo uma amiga antiga do curso,ela sempre ficou comigo e nunca me deixou na mão.  Hoje ela trabalha como auxiliar na área de telemarketing, posso dizer que ela teve muita sorte com esse emprego, além disso ela foi uma ótima aluna e isso só facilitou ainda mais para ela conseguir. Ela estava tão concentrada que não tinha me visto e decidi me aproximar.

—Liza que saudade! — Diz Anyly.

— Também Any — Sorri.

— Então o que deseja? Faz tanto tempo que não a vejo.— Ela diz sorrindo.

— Pois é andei um pouco ocupada ultimamente. -limitei-me para não falar.

— Entendo, aqui apesar desses problemas com a crise, até que deu uma melhorada. -ela diz e sorrir timidamente e retribuo-Mais então como está aquele seu irmão? — Ela pergunta sem graça.

Anyly sempre foi caidinha pelo Rodrigo, desde que ele me trazia para o curso, sempre achei que eles pudessem ficar juntos mais pelo o que vejo vai demorar um pouco mais do que imaginava. O Rodrigo também já foi na dela e é, porem é um cabeça dura que prefere se enganar e eu percebo isso pelos olhares deles.

— Está bem, trabalhando bastante.— Falo sorrindo.

— Hum, que bom, espero vê-lo algum dia.— Ela diz suspirando.

— Se quiser ir lá em casa.— Sugiro e vejo os olhos dela brilharem.

— Hum, claro que sim, obrigada.— Ela diz.

 Anyly  tem cabelos castanhos-claro, quase como o meu, também tem quase minha altura, e a pele  bronzeada, daria tudo para que ela colocasse o pouco de juízo que falta no meu irmão, sei que ela o faria feliz.   Ela sempre me ajudou, sou grata por isso, e por esse motivo a agradeço tanto, torço para que eles dois se assumam logo.

— Bom então, eu vim pegar alguns documentos que ficaram aqui. — Falo.

— Claro — Ela diz e começa a folhear umas pastas dentro de uma gaveta em sua mesa — Aqui está, mas para que você os quer? — arqueia a sobrancelha confusa.

—  Quero ver se consigo algum emprego, ficar parada não é para mim.— Ela me encarra por alguns segundos e sinto um frio percorrer por meu corpo.

—É impressão minha ou você não está me contando algo?— Arqueio a sobrancelha.

E agora, se eu contar ela vai perguntar o por que de não ter dito para ela, sempre contamos uma para a outra, mais nesse caso achei desnecessário.

— Não se preocupe, não é nada demais, só quero conseguir um emprego mesmo.— Falo me explicando.

—Está bem, se é somente isso, aqui está— Ela me entrega e sorrir.

— Bom, então eu vou indo até mais Anyly.— Falo aliviada por ela ter se convencido.

Quando pego os documentos e coloco dentro da minha mochila, um envelope cai.

— Algum problema Liza?— Anyly pergunta.

— Não só esse envelope caiu. — Falo pegando o mesmo.

— Esqueci de te dizer, lembra do currículo que você entregou para a empresa? —

— Sim, o que tem ele?— Perguntei confusa.

— Então isso aí chegou a duas semanas depois que você o entregou, é de Londres, disseram que você tem que ler e responder até o final deste mês. —ela morde a tampa da caneta e volta a digitar no computador.

— Nossa faz tanto tempo e esse envelope de tão longe? Pra mim?— Franzi o cenho.

— Pois é, veja o que querem com você, pode ser uma coisa boa.— Ela disse sorrindo.

— Verei sim, obrigada Anyly. — Falo e ela acena.

Saio do curso e fiquei pensando nessa carta,o que será que há dentro desse envelope de tão importante? 
Guardei o mesmo dentro da bolsa e fiz  o percusso de volta pra casa, com os pensamentos em apenas neste envelope.

A Chance De Ser FelizWhere stories live. Discover now