Capítulo 8

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Tenho certeza que mudei de cor. O meu corpo gelou  assim que ele disse quem era. Que ótimo Liza, começou bem.  Ele continua sério e parece pensar longe, e eu fico sem saber o que dizer, então digo apenas o que acho ser correto a fazer .

-Nossa me desculpe por isso,não foi minha intenção-tento amenizar a tensão do lugar. Estou ferrada, agora ele nem vai me contratar e já vai me demitir.

— Estou esperando pela senhorita em minha sala-disse me olhando friamente e se voltou aos funcionários.- Quanto a vocês, voltem aos seus serviços — diz com certa amargura e sai, sem me dar chance de me explicar com mais clareza o que aconteceu.

— Cara esquisito. — Rodrigo diz do meu lado.

— E eu não sei nem o que pensar — Falo observando-o  entrar no elevador.

-Boa sorte querida ou melhor adeus porque ele não vai te contratar depois disso-ela rir com sarcasmo. A fuzilo com o meu olhar.

Não posso retrucar algo que possa estar certo. Eu passei dos limites, estou ciente mas ela provocou primeiro.

—Então vou indo, mais tarde venho te buscar tá? — Rodrigo diz me tirando dos meus devaneios e beija minha testa.

— O.k, até mais. — Falo e ele vai embora. Respiro fundo antes de fazer o percusso ao elevador. Agora tenho que enfrentar a fúria do chefe,espero que ele não me mande embora.

Respira Liza. Tudo vai dar certo. 

Tem que dar.

Deus me dê sorte.

Passo pela recepção novamente e a loira me olha com desprezo e volta a cerrar as unhas. Essa sim merecia ser despedida por tratar os outros com má educação,mas pelo visto, as coisas aqui em Londres é bem diferente .Entro no elevador e subo para o andar de cima, pelo menos tem a sala do dono da empresa aqui no envelope.

Assim que as portas enormes de aço se abrem, saio e com toda sorte que acordei e acabo esbarrando  em alguém. Hoje com certeza não é meu dia de sorte.

— Me desculpe. —  Diz um homem forte um pouco moreno, tão lindo quanto o...Que loucura, porque pensei nele? Tô ficando maluca com isso.

— Ó não precisa eu quem acabei batendo em você. — Falo .

— Que nada, mas a propósito o que uma mulher tão linda faz aqui? — Ele pergunta me deixando sem graça.

— Bom vim confirmar meu contrato, irei trabalhar aqui.Bom eu acho.Depois do que aconteceu creio que será difícil — Falo sem ânimo e ele sorri.

— Não me diga que a briga que houve agora pouco foi com você?— Ele pergunta surpreso.

-Digamos que foi um mal entendido,a recepcionista me tratou mal -falo envergonhada e ele sorrir.

-E você se defendeu,olha que coisa interessante é uma garota forte,vamos nos dar bem por aqui.-ele diz sorrindo. Um belo sorriso branco.Muito simpático na verdade. 

Quando fui falar que precisava ir,a mesma  voz de instantes atrás, chama nossa atenção.

— Senhorita Elizabeth algum problema? Estou esperando a senhorita a dez minutos. — Ele diz com uma voz séria, parecia  bastante irritado o senhor Rodriguez. Me desespero.

— Ó me desculpe é que estava saindo e... — Tento me explicar.

— Bom dia pra você também Max. — O homem com quem esbarrei diz .

— Só se for pra você — Ele diz seco e me olha — Vai continuar de conversa ou vai querer o emprego? — Pergunta grosso .

Engulo seco, por que ele tem que ser tão sério e assustador? e sempre grosso? Saio dos meus devaneios quando noto seus olhos completamente furiosos e impacientes.

— Já vou indo, até mais senhor — digo por fim.

— Carlos Martins— Ele diz e sorri. — Até Liza. — Fala saindo.

Aceno e o senhor Rodriguez abre espaço para que eu entre em sua sala. A cada passo que ele dava eu sentia  medo.Como alguém consegue ser tão mau humorado? Sinto como se estivesse no lugar errado, onde eu nunca deveria ter entrado. Tento não pensar nisso mas é complicado, as indecisões sempre me afetam e isso me deixa atônita .

Ele senta na mesa e indica a cadeira a sua frente para que eu me sente. Faço o que ele mandou e ele não esboça expressão alguma, e mexe em seu celular algumas vezes, até que deixa de lado e me encara.

— Primeira regra: não fique de conversa com os funcionários em horário de trabalho e segundo não faça outro escândalo como esse na empresa, pois não permito funcionário que tem problemas em relação a outros funcionários, espero que tenha sido altamente claro senhorita— Ele diz frio.

— Me desculpe, isso não irá acontecer. — Falo sem jeito.

— Claro que não, você não deseja perder seu emprego — Diz grosso e mexe em alguns papéis em sua mesa.

Quem ele pensa que é? Sei que errei em parar para conversar e também por ter brigado com aquela recepcionista  mas ele não precisa agir assim comigo, afinal estava apenas me defendendo.

— Eu pedi desculpas você não ouviu? — Cala a boca Liza, não vê que o homem a sua frente é esquentado?

— Está me recrutando senhorita? — Ele pergunta sério.

— Não me desculpe, mas então sobre o contrato, vai me aceitar? —pergunto mudando de assunto. Espero que ele não me demita sem ter contratado.

— Não ache que pode me dar ordens, faço o que eu quero e vocês me obedecem e quanto ao contrato, você tem muita sorte, porque eu realmente preciso mas em outro caso estaria demitida— Fala.

Engulo seco.

— Assine esse contrato e peça para Clarisse, lhe levar a sua sala. — Ele diz e me entrega o documento.

— Quem é Clarisse? — Pergunto.

— Minha secretária a qual você a machucou,quem mais seria? —seu tom de voz teve ironia e bufei de raiva.

-Qual parte o senhor não entendeu que eu estava me defendendo? -pergunto irritada.

-Não estou do lado de nenhuma e assim com você ela também terá uma punição-ele dar de ombros.

-Você não pode me punir por algo que não fiz!-falo com raiva.

-Senhorita se não assinar agora esse contrato irei manda-la embora, você escolhe-diz friamente irritado.  Acho que passei dos limites.

-Só quis deixar claro  que ela que me insultou, mais não se preocupe não irei tocar nesse assunto novamente-falo e assino o contrato com raiva.

-Espero que saiba seus direitos aqui, e se surgir algo desta forma me procure mas não faça este tipo de coisa.Essa é uma empresa séria, e muito conhecida, portanto comporte-se-assinto. Ele observa meu currículo.Uma expressão seria. 

Quando ele não foi sério Liza.

— Algum problema? — Pergunto em relação ao currículo.

— Não, por que teria? — Retrucou minha pergunta com um olhar gélido.

— Porque pensei que teria algo errado— Entrego a segunda copia do contrato e fico com a terceira folha e ele a observa e volta à olhar para mim.

— Esta contratada, esteja aqui as 7:00 em ponto. Sem atrasos — Ele aponta a saída e me levanto.

Essa foi por pouco, se eu tivesse falado mais um pouco ele teria me mandado embora. Saio da sala, e olho para a sala dele, vou precisar de muita sorte.

Muita sorte.

Acho que perdi a conta de quanta sorte precisarei ter aqui, se não é isso, só um milagrepra me manter aqui sem arrumar novos problemas.

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