Capítulo 7 - " A Rosa Azul"

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com: JulianaRamosAzevedo

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Na manhã Heriberto e Victória trabalharam como loucos. Queriam se afogar nos afazeres, esquecer a tensão que viviam no casamento e se distanciar daquela rotina enfadonha.

Heriberto estava arrependido e Victória para se esquecer das grosserias do marido foi para casa somente às 21h. Ela não queria jantar com ele. Queria estar sozinha, com seus pensamentos, com seus croquis.

Heriberto passou o dia se remoendo pelas grosserias que tinha feito na noite anterior. Queria uma maneira de se redimir e conhecendo sua mulher como ele conhecia, sabia que ela não cederia fácil.

Ele estava na cozinha quando ela chegou, mas não disse nada. Ela também o viu, mas também não disse. Seguiu para o quarto e se banhou por 40 minutos.

Quando saiu de lá estava de camisola vermelha, perfumada e cheia de vontade de deitar-se e dormir. Esquecer era a palavra dela naquela noite.

Os cabelos estavam soltos, molhados, displicentemente cobrindo o rosto lindo que ela tinha. Não havia uma gota de maquiagem naquela expressão linda. Só ela, só a Vick Deusa da moda.

Estava distraída e um pouco tensa quando deu de cara com o marido ao sair do banheiro.

HERIBERTO – Oi... – falou envergonhado olhando para ela de modo carinhoso.

VICTÓRIA – Boa noite. – não deu confiança e nem olhou para ele.

HERIBERTO – Vamos jantar? – falou educado como ele sempre era, mas estava se esquecendo de demonstrar nos últimos tempos.

VICTÓRIA – Estou sem fome, Heriberto. – não olhou para ele mais uma vez. Caminhou para pegar a lingerie, tinha se esquecido.

Heriberto a segurou de modo delicado pelo braço. Victória o olhou. Os olhos dela continham uma tristeza que ele não gostava de ver ali, mas que ele mesmo tinha colocado.

HERIBERTO – Por favor... – disse suave tocando nela com carinho.

VICTÓRIA – Por que não jantou com nossos filhos? – foi direta, não queria um momento a sós com ele.

HERIBERTO – Por que eu queria jantar com você, meu amor. – desceu a mão para a cintura de Victória de modo delicado. Amava tê-la assim, perto, perfumada, linda.

Ela estremeceu, amava o marido e qualquer toque dele a incendiava. Tê-lo perto era um presente, mesmo quando ele se comportava mal. O que Victória amava e conhecia de Heriberto era aquele jeito educado, carinhoso e cheio de amor... O ogro era uma novidade da rotina.

VICTÓRIA – Estou aborrecida com você. – sentiu que ele se aproximava mais. – Muito aborrecida, Heriberto.

HERIBERTO – Eu sei, me perdoe. – juntou sua testa na dela de modo carinhoso. – Por favor, me perdoe.

VICTÓRIA – Você foi tão grosseiro, Heriberto. – tocou o rosto dele. – Eu não te gosto assim...

HERIBERTO – Por favor, jante comigo e me deixe me desculpar. Se quiser jantamos aqui. – ele falou desculpando-se.

VICTÓRIA – Tudo bem, mas quero jantar aqui, você se importa? – soltou-se dele.

HERIBERTO – Tudo bem. – sorriu, ela estava cedendo. – Só quero jantar e tentar me redimir um pouco por ser grosseiro e idiota.

Você e Eu, Eu e VocêWhere stories live. Discover now