Capítulo 52 - "Nosso Filho"

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Escrita com: JulianaRamosAzevedo


Victória olhou para Heriberto de modo direto.

VICTÓRIA – Estava bom o puteiro onde você foi? Ou é Alessandra que usa o perfume de vagabunda que ficou entranhado em sua roupa? – queria avançar nele e dar na cara dele, mas se conteve e aguardou a respostas de Heriberto. – Vinte e quatro anos de casados!

HERIBERTO – O bordel era muito sujo, aí eu desisti!– falou mostrando a verdade no olhar. Victória suspirou.

VICTÓRIA – Se fosse limpo estaria lá ate agora! – virou as as costas e começou a pisar duro em direção ao quarto.

HERIBERTO – Não gostei da qualidade. Eu gosto de apertada e era larga demais! – provocou esperando a reação dela.

VICTÓRIA – Talvez você precise procurar mais, de repente você acha! Não será trabalho para você encontrar uma apertada, como não será trabalho para mim encontrar um pau grande e grosso, que não seja torto! Um legítimo tacape que pode fazer uma mulher gemer por horas a noite inteira!– ela fez um gesto com a mão e sorriu fechando os olhos e depois caminhou.

Heriberto correu atrás dela e a pegou pelos braços a grudando na parede deixando ela na ponta dos pés.

VICTÓRIA – Me solta, seu bruto! – ela se moveu deixando as coisas caírem no chão que estavam em suas mãos.

HERIBERTO – Repete o que disse que eu vou encher essa sua bunda de tapa! Repete, Victória, se atreva. – falou raivoso, morto de ciúmes.

VICTÓRIA – Eu disse que assim como você pode achar uma apertadinha, eu posso achar um pauzão! – repetiu empurrando ele. – Vai me machucar, me solta, Heribruto! Me solta!

Victória sabia que o marido não estava para brincadeira e que era capaz mesmo de dar uns tapas nela. Heriberto a pegou no colo e a levou para o sofá e a deitando em seu colo levantando seu vestido.

HERIBERTO – Tem certeza do que disse, Victória?

Victória se debateu com ódio soltando-se dele. Quando ficou de pé, ergueu os olhos e gritou.

VICTÓRIA – Não se atreva a bater em mim, seu bruto! Se encostar essa sua mão em mim para me bater, eu te arrebento, Heriberto! – falou raivosa, uma onça.

HERIBERTO – Não me provoque, Victória! – ele se levantou.

VICTÓRIA – Acho que tenho medo de você, Heriberto? Não tenho! Você devia se envergonhar, depois de tantos anos, um homem velho! Velho! Num bordel com jovens que devem ter a idade de sua filha! – falou zangada, os olhos pegando fogo.

Caminhou para a escada e subiu zangada sabendo que ele viria atrás dela. E ele foi mesmo e ao entrar no quarto falou:

HERIBERTO – Acha que eu vou ficar andando de pau duro por aí só porque minha mulher está de greve? – estava irritado e queria atacar como podia.

VICTÓRIA – Devia pensar por que uma mulher que sempre esteve com as pernas abertas para você está de greve. Repense suas atitudes, Heriberto e o modo como você me trata! Cancún foi só uma gota nesse copo cheio! Você nem deve se lembrar! Mas me jogou na cara que matei o nosso filho! – falou zangada, com rancor no meio do quarto, o vestido molhado e ausência da lingerie piorava a situação diante da excitação dele.

HERIBERTO – Te deixei, sim. Acha fácil um marido ouvir de sua mulher que ela vai a todas as reuniões de trabalho sem calcinha? – estava furioso quando declarava aquilo. – Que desfila por aí ao lado de homens sem calcinha, Victória? – suspirou e passou a mão nos cabelos. – E sobre nosso filho, não foi, Victória? Por um acaso não se lembra quem é que trabalhou como louca mesmo sabendo que não podia? Carregou um moleque de oito anos com uma barriga de cinco? – esbravejou com autoridade.

Você e Eu, Eu e VocêWhere stories live. Discover now