Capítulo 36 - "um chá"

817 62 14
                                    

com: JulianaRamosAzevedo

Victória saiu do quarto e viu Heriberto no corredor.

VICTÓRIA - Estava nos espionando? - investigou ele.

HERIBERTO- Não, estava apenas olhando. - olhou as mãos dela. - Por que não deixa ela terminar o desenho?

VICTÓRIA- Eu o peguei sem perceber, amor. Devolva a ela. -entregou a Heriberto o desenho, ele suspirou. - O que foi, Heriberto? Eu gostei assim e peguei o desenho. Você não aprova nada que eu faço com ela. Você também sempre me criticou. - saiu sem dizer mais nada.

Voltou ao quarto, suspirou com raiva, sentou-se na cama e olhou seu corpo. Há tanto tempo que tinha sido jovem. Era linda, mas naquela tarde não se sentia assim. Heriberto olhou a porta do quarto da filha, entrou e viu Virgínia sentada no chão em volta seus desenhos rasgados.

HERIBERTO - Filha? - se abaixou ao lado dela.

VIRGÍNIA - Sim, pai. - Vivi olhou o pai tinha os olhos chorosos.

HERIBERTO - Meu amor, vem aqui.- abriu os braços e acolheu a filha com todo amor do mundo se acomodando onde ela estava.- O que foi? Está triste com o que?

VIRGÍNIA - Mamãe não entende como eu me sinto... - reclamou triste.

HERIBERTO - Meu amor, você precisa entender a sua mãe, você sabe como a Sandoval é. - ele riu e puxou a filha para beijar muito. Beijou tanto que ela caiu em seu colo.

VIRGÍNIA - Ai pai. - ela riu.

HERIBERTO - Eu te amo tanto minha princesinha, seja feliz. Esquece isso tudo e fica bem com sua mãe. Você sabe como ela é. Victória é assim, dura, mas ama você e seu irmão mais que tudo. - ele suspirou, a esposa era dura e fria na maioria das vezes, mas não tinha dúvida do amor que sentia por eles. - E ama a mim também.

VIRGÍNIA - Eu falo e ela não me ouve, pai. Eu falei um monte de coisa e ela só ouviu o que ela queria. Mas eu não vou falar mais nada! - respirou cansada se aconchegando nele.

HERIBERTO - Minha princesa.- pegou no queixo dela e beijou os cabelos.

VIRGÍNIA - Vai embora, papai, eu quero ficar sozinha. - ela pediu de modo gentil, não magoaria o pai.

HERIBERTO - Tudo bem, meu amor, fique bem sim.

Virgínia assentiu e ficou ali olhando pro nada. Heriberto saiu do quarto e suspirou no corredor. As coisas poderiam ser mais fáceis se elas duas não fossem tão parecidas. Caminhou a passos lentos para enfrentar a fera que o aguardaria no outro quarto.

HERIBERTO - Victória? - chamou amoroso, preocupado com ela quando entrou.

Victória estava deitada na cama virada para a janela em cima dos croquis e desenhos sobre a cama. A expressão de tristeza era de cortar o coração, estava destruída.

HERIBERTO - Amor... - ele falou doce.

Ela continuou em silêncio, triste. Heriberto foi até a cama e começou a tirar todos os desenhos e croquis da cama, até os que estavam debaixo dela. Se deitou a abraçando a esposa. Queria que sentisse o calor dele como a amava.

HERIBERTO - Meu amor...

VICTÓRIA - Minha filha me odeia. Eu fiz tudo errado. - choramingou triste. - Eu amo os dois igual, Heriberto, mas Rafael nunca me diria as coisas que ela me disse. -justificando seu sentimentos.

Você e Eu, Eu e VocêWhere stories live. Discover now