Capítulo 33 - "A água"

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com: JulianaRamosAzevedo

Heriberto estava sentado tomando champanhe. Viu o sorriso de Victória. Ele não pensava em nada especial... só na vontade que tinha de ser feliz sempre. Victória olhou de onde estava, o marido andava distante, mais triste e tinha falhado duas vezes com ela na cama naquela semana.

Haviam duas opções. Ou ele estava passando por algo que não queria contar ou aquela distância era sinal de outra mulher. Heriberto terminou sua taça de champanhe e resolveu ir até a piscina. Pegou uma toalha, colocou o calção de banho e nadou. Queria espairecer.

Victória estava sentada lendo um livro e ficou olhando para ele enquanto nadava, parecia longe. Quando parou na borda da piscina olhando para cima, seu olhar se encontrou com o dele. Mas ali naquele momento, ela não identificava seu marido. E ele ficou a observando por segundos e voltou a nadar. Depois saiu da piscina e se sentou ao lado dela.

HERIBERTO – Quer champanhe? Você não está bebendo nada, Victória. – a voz dele era calma.

VICTÓRIA – Não quero beber. Estou com um pouco de dor de estômago. – fez uma expressão tensa.

HERIBERTO – Quer um remédio? Você está se queixando de dor no estômago há duas semanas.– pegou champanhe e bebeu.

VICTÓRIA – Não, Heriberto sempre que me dá remédio, eu vomito. – reclamou dele.

Heriberto bebeu rápido. Ela o observou.

VICTÓRIA – Não anda bebendo demais? – recriminou enquanto olhava o marido.

Ele colocou mais champanhe.

HERIBERTO – Quero relaxar, estou tenso, pareço uma corda de violino.

Victória segurou a mão dele.

VICTÓRIA – Beber não vai ajudar. – falou de modo gentil alisando a mão dele.

HERIBERTO – É mesmo? – ele sorriu.

VICTÓRIA – Sim, quer conversar? – ela o olhava de modo carinhoso, se preocupava com ele.

HERIBERTO – E o que pode me ajudar? – ele riu maldoso.

VICTÓRIA – Deixe de ser tarado. – soltou a mão dele e voltou a seu lugar no assento.

HERIBERTO – Estou preocupado com meus pacientes, Victória! Com meus filhos... – ele suspirou.

VICTÓRIA – Não minta pra mim... – falou olhando o livro que tinha em mão de novo.

HERIBERTO – Com nossa vida.– ele a olhou.– Mentir?

VICTÓRIA – Nossos filhos estão muito bem. Até Virgínia tirou aquelas roupas ridículas. – suspirou. – O que tem nossa vida, Heriberto? O que está errado? – se ajeitou no assento para vê-lo.

HERIBERTO – Victória, só brigamos, você e eu. – ele olhou para frente e falava baixo.

VICTÓRIA – Está sentindo falta de brigar é isso?

Bebeu mais.

VICTÓRIA – Heriberto, há uma semana não brigamos. Uma semana! – ela o olhou e esperou que ele a olhasse também.

HERIBERTO – Um record. – riu.

Victória largou o livro de novo e os óculos.

HERIBERTO – Você deve ter trabalhado tanto que foi por isso que não tivemos tempo nem de brigar. – desdenhou bebendo sua bebida.

Você e Eu, Eu e VocêWhere stories live. Discover now