capítulo 1

31.6K 2.2K 201
                                    

(Moana na foto)

Me chamo Moana Russel, não é um nome muito comum...minha mãe que escolheu, ela me disse ter escolhido ele porque ela sempre amou o mar e eu faria ela lembrar dele e meu nome significa 'oceano'. Minha mãe era mestiça de índio com Branco e seu pai era um índio muito poderoso que se apaixonou por sua mãe branca, ela herdou do pai a maioria das características e só os olhos verdes da mãe, eu herdei só a cor dos seus cabelos que eram lisos e pretos e um pouco do Verde misturado com o castanho dos meus olhos.

Meus pais se amavam muito, infelizmente ela morreu á  4 anos e foi muito difícil para nós superar e meus dois irmãos ainda estão novos, sentiram ainda mais a falta dela. Hoje o Philip está com 7 anos e o Jônatas com 10. Eles são meninos maravilhosos e me vêem como uma mãe, eu me esforço ao máximo com o meu pai para que eles superem e sejam feliz.

Eu estou com 20 anos, já deveria estar casada segundo a cultura daqui do nosso vilarejo que mesmo no século 21 parece que parou no 18, eu odeio isso, queria poder ir embora para uma cidade mais avançada, porém, não posso deixar meu pai e meus irmãos sozinhos, e para piora todos na nossa pequena Vila sabe que eu tenho sangue indígena e a maioria tem preconceito, dizem que eu sou suja igual os selvagens, minha mãe foi muito humilhada por essa gente ignorante, meu pai optou em fazer nossa casa um pouco mais distante da vila e moramos ao lado da floresta longe de tudo, a noite ninguém sai pois é muito escuro e perigoso, aqui têm muitas lendas de animais gigantes que comem caçadores nas noites de lua cheia, mas eu não acredito nessas baboseiras, meu pai que gosta de contar essas histórias.

Aqui na nossa humilde fazenda plantamos e criamos animais, nosso sustento sai todo daqui, e só vamos ao vilarejo para ir a missa ou para comprar roupas. Já terminei meus estudos, ensino os meninos em casa por morramos longe da escola e vivemos bem aqui, só de poder cuidar dos meus irmãos e do meu pai não me importo com marido ou festas e essas coisas que os jovens fazem...falando desse jeito pareço uma velha, mas quem sabe um dia quando eles estiverem maiores eu  encontre minha liberdade e se caso um dia algum homem me aceitar como eu sou, então eu passe a ter minha própria família.

Acabamos de voltar do vilarejo que fica bem no interior do Texas, bem longe da capital, mas a ferrovia ajuda no transporte de alimentos que vêm da capital, o meu pai conseguiu vender quase todo o milho e isso nos rendeu um bom dinheiro, ele até comprou um vestido e uma bota nova para mim, uma bola para os garotos, eu amei meu vestido, não compro roupa com muita frequência, já que ganhamos pouco, e eu não exijo nada do meu pai, mas ele sempre me surpreende com presentes ele é um pai maravilhoso.

Aprende a cozinhar com minha mãe, e faço um pão de dar água na boca, e como voltamos cedo farei pão e uma sopa deliciosa com galinha, meus irmãos adoram.
Minha casa é bem simples é toda feita de madeira e temos 2 quartos o do meu pai e os meninos dormem com ele e o meu. A nossa cozinha têm o fogão, os armários e as prateleiras com os mantimentos,  ela também não é muito grande e nossa sala que só tem um mesa com seis cadeiras, e duas poltronas, tudo muito simples mais cheio de amor.

Terminei de colocar a sopa no fogão e agora vou recolher as roupas do varal.
- Philip!! Jônatas!! Eu vou matar vocês suas pestes! E vou furar essa bola, vão brincar em outro lugar, não estão vendo as roupas limpas aqui!?- Assim que coloquei meus pés para fora recebe uma bolada na cabeça, têm hora que eles me tiram do sério.

- Foi o Jônatas! Desculpa, vamos sair daqui.- Philip me encara assustado e o mais novo e e mais esperto, e também mais apegado a mim.- Eles saem correndo pela Campina de frente para floresta.

- Não vão para o lado da floresta, não viu!!- Eles gritam avisando que não vão.

A floresta pode ser muito perigosa e cheia de animais selvagens, evitamos ir para lá.
Entrei para casa, terminei de preparar o jantar e o pai está regando às plantas e logo vai escurecer...saio para chamar os pestinhas e nem precisei eles vêm correndo e parecem ter visto algo assustador pela cara deles.

- Porque estão correndo desse jeito!? Vocês poderiam cair correndo assim!- Falo assim que eles param na minha frente. Respirando ofegante.

-Nana...eu vi..hum...humm...cachorro gigante, lá na floresta!- Philip é o primeiro a falar quase colocando o coração para fora e ele sempre me chama pelo meu apelido.

-Não era um cachorro seu tonto, era um lobo, como nas histórias do papai!- Jônatas recupera o fôlego e fala dando um peteleco na orelha de Philip.

- Não xingue seu irmão, e o que vocês foram fazer na floresta!? Não ouviram o que eu falei, que aquele lugar é perigoso...vocês mereciam umas boas palmadas, agora vão tomar banho que já vai escurecer e esqueçam essa história de lobo, o pai deveria parar de ficar contando mentiras para vocês...agora estão vendo coisa. - Eles saem correndo para o banheiro e eu volto para sala para preparar a mesa, não temos luz elétrica por morarmos longe do vilarejo, então usamos candeeiros na casa toda e fica bem iluminada mesmo assim.
Estamos todos devidamente limpos e prontos para jantar o pai faz uma pequena oração e eu sirvo eles.

- Mãos de fada como a da sua mãe...está delicioso filha!- Ele sorri para mim, meu pai já está bem cansado e ele aparenta ser bem mais velho e me dói vê-lo trabalhando tanto, eu ó ajudo no que posso, mas ele não gosta que eu faça esforço.

- Pai, hoje vimos um lobo... igual aos que o senhor conta para gente nas suas histórias, ele era enorme! - Jônatas fala empolgado e na mesma hora o nosso pai fica pálido.

-Você têm certeza filho! Não é mais uma de suas brincadeiras, não né?! - Ele parece irritado, mas porque?

- Não pai, o Philip também viu, ele passou rápido para o fundo da floresta.- Jônatas encara Philips pedindo apoio.

-O que é eu já disse para não se afastarem da casa! Aposto que a irmã de vocês já deve ter falando isso umas mil vezes...mas vocês são muito teimosos! Vão ficar essa semana sem a bola como castigo!- Ele fala irritado, os meninos imploram, mas meu pai nem liga para reclamação deles.

-Agora vão dormir, amanhã temos muito trabalho e vocês vão me ajudar com algo útil! - O pai sai da mesa me dá um beijo na testa e leva os dois para o quarto, eu guardo tudo na cozinha e entro para meu quarto que têm uma cama de solteiro e um guarda roupa pequeno, uma penteadeira que ganhei da minha mãe.

Eu sempre leio antes de dormir e gosto muito de romance, acho lindo as histórias de amor das princesas e sonho um dia talvez encontra um homem tão bom quanto um Príncipe, já que casar com um Príncipe é impossível, pois não passo de uma plebéia.

Assim que termino de ler apago o candeeiro e me deito, ouço um uivo que me dá arrepios. Será que os meninos tinham razão? Mas a lua cheia é amanhã e não hoje, achei que eles só uivassem na lua cheia, pelo visto me enganei.

Fecho os olhos e me permito dorme, deixa o lobo seguir seu caminho.

Obrigada por lerem, continuem pois tem muita coisa para acontecer. Bjs e deixe sua estrelinha.😘

Livro 1 "família Garou " Protegida pelo Alfa Sanguinário.Concluída Where stories live. Discover now