Capítulo 7

1.6K 238 14
                                    

 
     O dia se passa, e a noite chega trazendo consigo uma lua cheia perfeita. Sua luz invadia meu quarto através da janela, trazendo um ar gélido e agradável.

- Menina Teresa seus pais a esperam para o Jantar.

- Não me chame de "menina" Magda, quantas vezes terei que repetir isso? - reclamo sentada a frente de minha penteadeira branca.

- Para mim você continua sendo uma menina.

Reviro os olhos com seu comentário.

- Eu sei que foi minha babá por anos, mas acontece que eu cresci, não sei o que ainda faz nesta casa. - termino de colocar meus brincos diante do grande espelho de minha penteadeira.

- Você é uma má agradecida e muito mimada, se eu fosse sua mãe te dava uns bons tabefes menina. - disse com sua voz falha devido a idade.

- Graças a Deus não é, ô mulherzinha chata! - levanto e passo por ela. - Estou bem? - pergunto me referindo ao meu vestido azul com decote em v, era liso e seu cumprimento ia até metade das coxas.

Magda se aproxima de mim e puxa as alças grossas do vestido para cima na tentativa de cobrir um pouco mais meus seios amostra, e havia conseguido.

- Assim está melhor. - me deu um sorriso terno e eu saí do quarto a caminho da sala de jantar.

- Boa noite! - cumprimento e dou um beijo na bochecha da mamãe.

- Boa noite! - papai disse se servindo.

- Boa noite meu amor!

Mamãe estava muito bem. Seus cabelos estavam soltos, cheios de cachos, usava levemente um pó e um batom vermelho bem claro. Seu vestido é na mesma tonalidade. E o salto creme, combinando muito bem com seu tom de pele. No entanto o que mais me chamou atenção foi a troca de olhares entre os dois, estavam querendo uma noite daquelas, agora entendo porque mamãe se produziu toda.

- Está linda mamãe, fazia tempos que não se arrumava tanto. - me pronuncio.

- Obrigada filha. - deu um sorriso singelo para mim. - Como passou o dia?

- Normal, nada novo, contínuo de castigo. - digo me servindo.

- Já disse que não irei tira-la do castigo até que o Senhor decida. - papai deixou claro. - Agiu como uma irresponsável, portanto, ficará de castigo um bom tempo.

Eu não queria estragar a noite dos meus pais, mas o papai está me obrigando a contar sobre a tal Lorena.

- Hoje foi muita correria no hospital, muita gente doente, outras gravemente feridas, foi terrível  - mamãe disse terminando de colocar seu prato.

Pelo visto eles já haviam orado sem mim, menos mal, assim eu não preciso fingir orar junto.

- Eu imagino querida.

- Sabe mãe, sobre o meu dia, hoje mais cedo esteve uma mulher aqui. - disse colocando o meu suco de laranja.

- Que mulher? - perguntou pegando a jarra de suco.

- Eu não lembro bem o nome dela, como ela disse que se chamava papai? - o encarei cinicamente.

Papai me olha estranho e pensa por um instante antes de responder.

- A Lorena esteve aqui. - disse sem quebrar o contato visual comigo.

A expressão da mamãe não foi a das melhores. Eu sabia que aquela mulher tinha algo haver com os dois.

- Ela vai trabalhar lá no hospital, veio pegar uns papéis apenas. - deu uma breve pausa. -  Agora vamos orar ao Senhor para comermos. - disse tranquilamente. Já a mamãe não estava tão tranquila, logo percebi que aquilo havia mexido com ela.

Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora