Capítulo 24

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Não gostava do que meu pai me obrigou a fazer todos os dias, no entanto, evangelizar com Estêvão ao meu lado será perfeito.

Tínhamos acabado de evangelizar para um hospital inteiro, conhecemos pessoas com diferentes problemas, pessoas sedentas de Cristo como disse Estêvão a alguns minutos atrás, os jovens estavam convictos que aquelas pessoas sairiam curadas. E eu, bom, eu não tinha tanta certeza assim. As vezes sinto que Deus verdadeiramente vive, e as vezes sinto que é só coisa da minha cabeça, que ele não passa de um personagem criado pelo homem.

Emily, Estêvão, Ana Clara, vovó e João conversavam com uma garotinha que aparentava ter de três á quatro anos de idade, me aproximei de seu leito ouvindo Estêvão falar de Deus para aquele sersinho inocente. É nossa última visita de hoje.

Queria pôde ter o poder de curar ela, me entristesse seu estado. Emily segura uma de suas mãozinhas, Estêvão e Ana Clara oram e João juntamente com a vovó intercedem também em oração. Apesar da pouca idade a garotinha já tinha sofrido muito segundo a enfermeira.

Parei ao seu lado para orar e olha-la melhor. Tinha cabelos tão dourados e sedosos que dava vontade de passar a mão e fazê-lhe carinho, sua pele era tão branca como a minha, seus traços eram leves e ao mesmo tempo marcantes e seus olhos grandes e azuis, a garotinha olhava a cada um de nós com uma expressão chorosa no rosto.

Talvez estivesse assustada ou sentia dor. A enfermeira nos comunicou que a menina tem anemia profunda, que só um milagre de Deus poderia salva-la.

Como eu queria que Deus me usasse para curar ela. Entretanto minha fé nele é mínima, ou talvez eu não queira acreditar mesmo sabendo de sua existência.

"Ó Deus, cura essa menina, ela é tão inocente." - Pedia. Não sabia Ao certo, mas o que mais queria nesse momento era que Deus me ouvisse e curasse ela. Que ele a curasse me provando de uma vez sua existência e poder. "Eu quero uma segunda prova Deus, se existe mesmo e tem poder então cura essa menina agora." -Pedia em pensamentos. "Irei dar-lhe cinco minutos para curar ela de uma vez. E se ela for curada acreditarei em ti."

Comecei a olhar para o relógio que estava na parede do quarto e para a menina, revessava os olhares enquanto Estêvão, Emily e João oravam.

"Já se passaram dois minutos Deus. Anda, mostra o teu poder."

Olhava para a menina, para o relógio, e para Estêvão que orava fervorosamente.

"Falta apenas um minuto."

Fixei meus olhos na menina esperando uma reação positiva dela mas nada aconteceu, cinco minutos se passaram e Deus não me deu nenhuma prova. "Como você é burra Teresa. Até parece que Deus existe. Se ele existisse mesmo essa garotinha inocente não estaria aqui sofrendo tanto, as pessoas não estariam passando fome nas ruas, não pediriam esmolas, os bebesinhos não morreriam em aborto..."

- O MUNDO NÃO ESTARIA COMO ESTÁ. - deixei escapolir um pensamento e todos se voltaram para mim me olhando estranho.

- Eu... Eu pensei alto, me desculpem. - Justifiquei meu ato e todos se voltaram para a menina novamente.

"Deus, você não existe, não me provou isso, portanto para mim você não passa de um personagem inventado, e se um dia provar para mim que existe então te odiarei por fazer tantas vidas sofrerem dessa maneira."

Limpei a lágrima que rolava no meu rosto e me aproximei da garotinha.

"Como eu queria que você ficasse boa... Não merece isso."

- Vamos Teresa? - Ana Clara me chamava. -Acabou o horário de visita.

- Eu estou indo.- Disse segurando a mão da menina enquanto os outros saiam do quarto.

Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Where stories live. Discover now