Bônus Miguel

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Era como algo perdido entre a sensualidade e a inocência, assim eu via Teresa Dominick no desenho que havia feito. Ela era mesmo perfeita fisicamente,  entretanto não passa de uma mimadinha, nojenta que tem tudo o que quer e quando quer. Essa menina poderia ser minha filha se tivesse me casado com Sarah, mas graças a Deus não é.

Acaricio o desenho e o quebro ao meio.

- Você é tão insuportável e ridícula como o seu pai. - Jogo os pedaços do quadro no lixo.

Caminho até o balcão e retiro do gelo uma garrafa de whisky. Encho o copo e começo a beber. Do bolso puxo uma foto de Sarah que havia recortado da capa de uma revista.

A algumas semanas atrás havia saido na revista do mês que Sarah e Stefan Dominick fora nomeados os melhores médicos do país. Quem diria que seria tão fácil acha-los.

Vim correndo para cá assim quê soube. A mimadinha da filha deles não pôde deixar de sair também na revista, como se ela também fosse uma médica ou algo no tipo. Quando a escontrei pela primeira vez tive certeza que o destino está ao meu favor.

Devo confessar que vim até aqui para mostrar que ainda amo a Sarah, iria provar para ela e fazer com que se divorcie daquele imbecil, mas se quando me viu mal me cumprimentou, me tratou com frieza... Se eu tentar algo é bem capaz de me desprezar.

No entanto eu posso investir em sua filha para me aproximar.  Caso ela ainda relute em se afastar de mim vou fazer com que pague através de sua filhinha nojenta, ela até que me atrai, mas quem eu amo de verdade e sempre vou amar é a Sarah.

Encarava a foto de Sarah.

O tempo parecia ter parado para ela. Continuava linda como sempre foi.

Sinto meu celular vibrar e o pego imediatamente.

- Alô.

- Miguel? É a Sarah, precisamos conversar.

O que? A Sarah? Ela ligando para mim?

- Sarah? Que surpresa. - Levanto do banco com um sorrisk. Estampado no rosto.

- Onde podemos nos encontrar? - Sua voz parecia áspera demais.

- Me fala o dia e a hora, essa semana não estou trabalhando.

- Não Miguel, tem que ser para agora.

- Mas agora? Tudo bem, pode ser aqui no meu apartamento.

- Me manda o endereço.

Depois de enviar o endereço com tudo nos conformes Sarah desliga sem dar, tchau.

O que será que ela tem para me falar com tanta urgência? E sobre ter aceitado vir ao meu apartamento quase oito horas da noite isso não faz o tipo da Sarah.

Começo a arrumar a sala quando a campainha é tocada. Caminho em passos largos até a porta e me deparo com a mulher da minha vida. Seus cabelos estavam soltos, ondulados até o fim das costas, vestido azul marinho até os pés.... Queria poder analisa-la melhor mas a mesma acaba entrando e saindo do meu campo de visão. Fecho a porta enquanto Sarah para no meio da sala.

- Boa noite! A que devo a honra? - Brinquei fazendo uma reverência.

- Para de palhaçada Miguel, o que pretende? - Seu olhar estava furioso se via com facilidade.

- Como assim o que pretendo? Não estou entendendo. Sente-se por favor. - Apontei para o sofá.

- Eu estou bem aqui. - Me lançou seu olhar de ira.

- Qual o motivo de estar tão brava assim? - Perguntei colocando wisky no copo.

- O que pretende com a minha filha?

- Como assim? Nada... Me acompanha?

- Lógico que não, não bebo. E não se faça de inocente. Manda flores e a desenhou num quadro.

- Ah, então você viu... - Bebericava meu wisky.

- As flores eu fiquei sabendo por  uma empregada da casa que é muito próxima da Teresa. E o quadro, eu vi sua assinatura nele. Era esse seu objetivo não era? Fazer com que eu visse tudo. Porque não foi nem um pouco discreto.

- Sim, esse era meu objetivo, e deu certo, você está aqui comigo. Por favor sente-se, está muito tensa.

- Eu não vim para ficar de Papinho com você. O que eu quero é que fique longe da minha filha. - Ordenava.

- Calma... - Toci. - Eu não sou um dos seus empregados para receber ordens. Eu sou um adulto e sua filha também, ela tem o direito de escolher quem ela quer para a vida dela.

- Você ficou louco Miguel? Ela tem idade de ser sua filha!

Tomava o wisky ignorando sua explicação.

- Para de tomar essa porcaria e me ouve. - Tomou o copo da minha mão o colocando num móvel posto no canto da sala.

- Parando para analisar você temo mesmo gênio da sua filha, porém ela parece uma criança, sem maturidade, já você sabe se controlar muito bem, age com maturidade e usa bem as palavras. Outra já teria me esbofeteado pela minha petulância de querer me envolver com sua filha. Parabéns Sarah, és um exemplo de mulher.

- Para de falar besteira! Parece até um homem sem escrúpulos.

- Sarah... - A empurrou contra a parede. Se via facilmente o medo em seu olhar não era isso que queria causar mas fui obrigado.

- Me solta.  - Tentava se livrar de mim.

- Eu ainda te amo. - Confessei. - Nunca deixei de te amar.

- Eu sou uma mulher casada Miguel. - Me olhava assustada.

- Isso não importa, eu quero estar com você, poder beija-la como quando éramos mais jovens... - Aproximo meus lábios aos dela.

- Me solta!

Me empurrou para longe de si

- Porque você não fica comigo e esquece daquele cara?

-Você só pode estar bêbado! Eu jamais faria isso. O que eu vim fazer aqui foi para mandar se afastar da minha filha, ou terei que tomar atitudes drásticas quanto a isso.

- O que vai fazer? Me denunciar? Sarah não seja boba, eu sou adulto e sua filha também, ela não é nenhuma criança.

- Eu não irei denuncia-lo, mas irei mandar minha filha para fora do pais, se não a deixar em paz...

- Isso é o que veremos.

- Afaste-se porque não irá conseguir nada, nem com a minha filha e menos ainda comigo.

- Isso é o que você pensa Sarah.

- Tchau Miguel, fica com Deus. - Saiu em direção a porta.

- Fica com Deus bosta nenhuma, você vai ser minha mulher Sarah e isso eu te garanto! - Sarah fecha a porta quase no meu nariz.

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Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Место, где живут истории. Откройте их для себя