Capítulo 8

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São quase oito horas e a Clara ainda não chegou. Talvez esteja com algum problema em casa.

- Menina Sarah, sua amiga está na sala. - Magda entrou no quarto

- Mas eu não mandei ela entrar no quarto? - Levanto da cama.

- Ela quis entrar mas eu não permitir. - Relatou com franzindo a testa.

- Porque? - Arqueei as sobrancelhas.

- Ela foi muito mal educada e tem um palavreado que Deus do céu. Menina o seu pai sabe que anda com esse tipo de companhia?

- Não se mete Magda, é claro que ele sabe. Mande ela subir.

- Mas menina...

- Eu já mandei Magda! Tá surda ou o quê?

- Está bem. - De repente sua expressão se entristeceu.

- Tá, tá... Me desculpa pelo que eu disse. Mas vai lá antes que eu fale coisa pior. - Disse e a mesma saiu do quarto.

Pego meu notebook e começo a ver as fotos da minha formatura. Eu já sai daquele inferno chamado escola, mas estou indecisa em qual faculdade entrar e o que quero cursar. Meu pai gostaria que eu fosse médica como ele e a mamãe, mas eu odeio hospitais e ver pessoas doentes. Mamãe sugeriu direito, mas não é meu forte defender pessoas. Eu não sei mesmo o que fazer, talvez Ana me ajude a escolher.

- Cheguei. - Ana entra no quarto.

- Ana o que está dando em você? O que disse a Magda?

- Quem é Magda? Ah aquela velha que me atendeu? Ela é uma chata.

- Olha como fala dela tá bom! Ela é a minha babá.

- Babá? Você tem uma babá? Já vi que gente rica é cheia de frescura mesmo.

- Cala a boca Ana, o que tá dando em você garota? Eu não sou fresca e nem essas nojentinhas que você é acostumada a ver. A Magda cuidou de mim quando criança porque meus pais ralavam no trabalho. Ou acha que tudo isso aqui caiu do céu? Não, não pense que meus pais nasceram podres de ricos, eles lutaram para conseguir. Então vai despejar suas merdas em outro lugar!

- Nossa... Tudo isso para defender a empregada?

- Eu defendo sim. Porque ela não fez mal nenhum pra você trata-la mal, e não venha me dizer que não a tratou mal, porque eu te conheço e conheço ela também.

- Tá bom. Você tem razão. DESCULPA. - Enfatizou o "desculpa" - Você é muito sortuda mesmo. - Olhou em volta.

- Você mora em um palácio. Já eu, eu moro em um condomínio podre com aluguel absurdo e pais que brigam 24 horas. - Disse sentando na cama cabisbaixa.

- Eu sinto muito, mas eu não tenho culpa nenhuma disso Anna.

- Eu sei. Mas a vida é assim não é? Uns nascem rico outros nascem pobres, que Deus mais injusto.

- Deus não é injusto Ana. Ele é muito justo e por isso existe pobres e ricos. - Papai entrou no quarto nos dando um belo susto. - Se todos fossem ricos e tivessem de tudo iam querer Pizar uns aos outros, competir quem podia mais e quem tinha mais dinheiro, iam esquecer de Deus já que tinham tudo. Se todos fossem ricos o mundo estaria pior. Quanta gente que não tem dinheiro mas é cheio de ganância, ambição... O que aconteceria se fossem ricos? Eu não quero nem pensar.

Ana se calou no mesmo instante.

- Era isso que ia dizer a ela papai. - Disse sem jeito.

-Então pastor, o senhor senhores está dizendo que minha familia é gananciosa e ambiciosa, e por isso somos pobres?

Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang