De volta para casa.

1.2K 215 34
                                    


Chegando na casa dos meus pais, largo as malas na entrada e corro até eles. Dou um abraço apertado na mamãe sendo retribuída da mesma maneira.

- Me perdoa mamãe...

- É claro meu amor. - Respondeu em lágrimas.

- Eu fui uma egoísta e uma pessoa ruim todo esse tempo. - Reconheço.

- Está tudo bem agora filha - Acariciava meus cabelos.

- Papai... - Corri para lhe dá um abraço.

- O que houve meu bem, aquele infeliz te machucou? - Perguntou procurando algum machucado pelo meu corpo.

- Não pai, eu decidi voltar para casa. - Disse com os olhos marejados.

- Porque decidiu isso?

- Ele não é quem eu pensava que fosse, além disso descobri que eu não o amo, é uma história muito longa... Eu não quero falar sobre isso pai.

- Filha, Deus pode mudar ele se isso for o problema, apenas ore. Vocês já estão casados e tem pouco tempo. Sabe que Deus não aprova separação a não ser por...

- Morte ou adultério. - Continuei. - Eu o flagrei no ato do adultério hoje pai, além disso, eu não o amo, não sinto nada por ele, e eu descobri isso da pior forma. - Disse lembrando de tudo que passei e do abuso que sofri.

- O que ele te fez?

- Nada pai... Só bebia muito, brigava por bobagem... Em fim, isso me fez ver que não era o homem que eu esperava.

- Está bem filha... Estou feliz por estar devolta, minha menina. - Tocou meu nariz e me abraçou.

- Minha menina... - Repeti lembrando de Magda.

- Eu sei o o quanto sente saudades dela filha... - Me libera do abraço. - Não tenho o remédio para curar sua dor, mas Deus sim.

- É, eu sei que sim. - Sorri fraco para ele. - Mamãe, me acompanha até o quarto?

- Claro meu bem. - Pegou as malas que estavam na entrada.

Entramos no quarto e deixamos as malas em cima da cama.

- É, terei muito que arrumar agora. - Disse entre um sorriso e outro.

- Se quiser eu saio. - Mamãe disse sem jeito. - Não, mamãe, fica tá. - Pedi e segurei suas mãos. Nós duas temos muito que conversar.

- Nossa... - O olho da mamãe marejou. - Eu nunca pensei que pudesse ouvir essa palavra da sua boca.

- E nem eu pensava... Sabe, eu aprendi muitas coisas nesse tempo que estive fora, e uma delas foi valorizar você e o meu pai, porque é melhor tê-los aqui comigo, mesmo que seja pouco tempo durante o dia, do que não tê-los. Mamãe eu estou mesmo arrependida de tudo que eu fiz do quanto os fiz sofrer. Deus agora está em primeiro plano na minha vida para nunca mais sair.

- Eu te amo filha. - Disse reprimindo o choro.

- Eu já sei que o Miguel só casou comigo para se aproximar de você.

- Filha, mas eu não...

- Sim mamãe. - A interrompi. - Eu sei que você não teve nada com ele, porque mais do que ninguém eu sei o quanto é apaixonada pelo papai, jamais o trairia.

- Por isso você voltou?

- Também, no todo eu voltei por descobrir o quanto aquele homem é frio e amargurado, mamãe eu nunca amei ele de verdade, foi paixão e atração física, isso acaba com o tempo, e quando acaba percebemos que aquela pessoa não faz sentido estar na nossa vida.

Teresa- Uma Garota Quase Cristã- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora