Capítulo 4

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Natasha andava por um campo florido, cheio de belas criaturas, até que tudo começou a morrer e, de repente, o cenário mudou para um ambiente mal iluminado, onde se encontravam velas espalhadas e criaturas horrendas, uma mulher segurou sua mão e disse:

— A culpa é sua!

Sentiu uma lâmina perfurar seu abdome e acordou num sobressalto, assustada.

Levantou-se e descobriu que era apenas um pesadelo e estava atrasada para o seu primeiro dia de aula. Ela estava animada para ir à escola e conhecer os novos colegas, mas não estava nem um pouco animada para ter duas aulas de matemática logo no início do ano letivo.

Mesmo com tantas outras coisas para pensar, ela não conseguia tirar aquele sonho da cabeça, muito menos o rosto daquela mulher, que trazia um ar de dor e revolta. Decidiu trocar mensagens com suas amigas para se distrair.

Ao chegar na Hope School, demorou apenas duas aulas para ela se sentir em sua antiga escola, a aula de matemática era entediante como sempre e alguns alunos dormiam durante a explicação do professor.

— Isso é muito importante para o futuro de vocês, então prestem bastante atenção porque, se não aprenderem agora, nunca poderão entender completamente essa matéria depois disso. Aproveitem as oportunidades que vocês têm agora, a matemática é essencial e está em tudo o que forem fazer — disse o Prof. Carter.

— Ele diz isso em todas as aulas. — disse uma garota que estava sentada ao lado de Natasha, tinha longos cabelos cor de mel ondulados, amarrados em um rabo de cavalo e olhos verdes, muito semelhantes aos de Jhonny, sua pele era clara, mas era pelo menos dois tons mais escura que a dela. Ela era gorda e curvilínea e lhe ofereceu um sorriso simpático.

— Ele parece ser uma boa pessoa, mas a matéria que ele resolveu lecionar não ajuda muito — falou Natasha.

— Pois é, ninguém se importa muito com a aula dele, dizem que videoaula é melhor.

— Que maldade, eu acho que ele ensina bem, só dá muitas voltas desnecessárias. Mas acontece, né? Não podemos dizer que ele não tenta.

— Eu acho que ele está precisando de férias, dizem que ele dá aula aqui há tanto tempo, que há boatos de que ele mora nos fundos da escola e tem um cachorro chamado Toddy.

— Eu acho que esse povo precisa arrumar louça para lavar, porque, tudo bem que pareça que ele não tem vida social, mas supor que ele tenha um cachorro chamado Toddy, eu acho que já é demais.

— É, mas pode ser que seja verdade, porque às vezes é possível ouvir latidos vindos de onde supostamente seria a casa dele.

— Sério isso? Mas e o nome do cachorro?

— Srta. Summers, mal chegou e já está conversando na minha aula? — Estávamos tão entretidas na conversa que mal o vimos se aproximar. — E você, Srta. Buther? Não podia esperar mais de você, já está corrompendo a novata.

— Ah, professor, só estou dando as boas-vindas — disse a garota, com um tom debochado.

— Poupe suas explicações, senão a próxima será para a diretora Freeman. — Depois direcionou-se para Natasha e falou: — Isso vale para você também.

Ela engoliu em seco.

Depois que ele se afastou, sua colega voltou a falar:

— Está vendo? É óbvio que ele não tem família, e talvez Toddy nem exista.

— Parece que você não tem uma boa reputação aqui.

— Você diz isso por causa do que ele falou? Eu sou um amor de pessoa, pena que os professores não acham isso.

Primavera | As 4 Estações [Livro I]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora