Capítulo 25

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Jhonny decapitou o último animal zumbi, que virou pó, assim como todos os outros.

— Tudo bem, isso aqui foi muito bizarro — disse Melyssa, se referindo àquela estranha batalha.

— Foi mesmo, mas temos que continuar, isso aqui ainda não acabou. — Jhonny tinha um tom sombrio quando as palavras deixaram sua boca.

Era realmente sombrio para os dois pensar que sacrificaram animais, que por acaso já estavam mortos, isso ia contra tudo o que acreditavam e defendiam. Mas como o que estava em questão era a vida de todo um planeta, eles apenas continuaram andando.

Caminharam por entre lama preta e plantas mortas, encontraram mais alguns animais sombrios, mas estes, diferente dos anteriores, estavam completamente alheios à presença deles, então concluíram que talvez fossem simples animais do pântano.

Depois de mais ou menos meia hora de caminhada, encontraram uma caverna.

— Isso deveria estar aqui? — questionou Melyssa.

— Acho que não, mas tenho certeza que o desequilíbrio não está preocupado em fazer sentido.

— É, você tem razão. Podemos simplesmente seguir reto.

De repente, o amuleto no pescoço de Jhonny começou a brilhar.

— Algo me diz que devemos entrar — disse o garoto.

Melyssa engoliu em seco.

— Então vamos nessa.

Eles adentraram a caverna e foram invadidos pela escuridão. Apenas a luz do amuleto os permitia enxergar algo além do completo breu.

A luz do amuleto não era tão potente, então Jhonny tirou o colar e começou a apontar para todas as direções, em busca de alguma coisa. Em um certo momento, um morcego passou voando bem rápido perto do rosto de Jhonny, quase o fazendo cair. Melyssa apenas ria enquanto o garoto praguejava.

— Janelle devia ter vindo — lamentou a garota —, era só ela fazer uma bola de fogo com as mãos e teríamos luz.

— Hope Path precisa dela.

— Vocês estão bem? — ela perguntou.

— Eu não sei — respondeu ele, e seus olhos fitaram onde ele imaginou que ficasse o chão.

— Como não sabe? Posso jurar que vi vocês dando um beijo digno de cinema lá no baile.

— Desde quando é fiscal do namoro alheio?

— Hmm... então ainda é um namoro?

— Melyssa, não enche! — Jhonny disse um pouco mais alto e sua voz ecoou pela caverna.

Então uma voz, ainda mais bizarra do que tudo o que haviam visto naquele dia, disse:

— Ora, ora, o que temos aqui?

Eles não conseguiram ver de quem aquela voz estava vindo, mas não estavam certos de que queriam descobrir.

— Se apresentem e verão se são dignos de encontrar o livro de Natelin, a deusa da primavera.

— Uau! Então quer dizer que teremos desafios e enigmas assim como nos filmes de aventura? — Melyssa se empolgou.

— Isso não parece tão animador na vida real, Mel.

— Aproximem-se, criaturas estranhas! — Nesse momento, algo iluminou a caverna. Pequenas luzes que eles logo reconheceram como vagalumes. Eles até admirariam a paisagem, que era realmente linda com toque dos belos seres, mas a criatura que estava à frente deles tirou toda a atenção do espetáculo luminoso.

Primavera | As 4 Estações [Livro I]Onde histórias criam vida. Descubra agora