VI

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- Sendo assim, não o farei esperar mais. - Tayla se levantou, clara e decidida.

Edmond foi ao seu encontro e tomou sua mão para acompanhá-la, novamente os olhares perseguiam o casal. Parece que o grupo todo percebia as faíscas que voavam pelo simples toque das mãos deles, só a Dama das Chamas e o Lobo à Rigor que se recusavam à perceber isso.

Os cochichos entre Alfonso e Francisco eram audíveis, e Tayla odiava isso. Tentava se controlar, pelo menos perto de Oscar. Ela deveria parecer uma dama perto dele, queria impressioná-lo.

De onde surgiu essa admiração toda? Os jornais simplesmente só falavam dele na página de política, como um promissor diplomata, que começou a carreira bem cedo. E Tayla lia os jornais. Em muitas seções ela também via o nome do Conde Hughes, e como ele estava associado ao boxe. Tayla ficava realmente impressionada pela coragem de arriscar sua reputação em clubes de luta. Impressionada, talvez, mas não cativada. Ela se cativava por viagens, e Oscar tinha isso na palma de suas mãos. Sim, a Dama das Chamas tinha alguem que a interessava à alguns anos, e Edmond não estragaria isso. Ele podia ficar com os machucados, os dedos quebrados e as lutas cansativas. Tayla preferia alguem com quem ela pudesse descobrir o mundo.

Eles foram para uma fonte reservada. A bendita fonte que Daisy falou, aquela menina previa futuros, e agora ele tentaria beijá-la. Tayla estava aflita.

- Se acalme, eu sei o que acontece em fontes. Não tentarei beijá-la.

- Se tentasse, seria sem sucesso, tome por aviso o que lhe digo agora.

- Sabe. - disse se sentando na borda seca da fonte. - A maioria das mulheres não resiste e tem que me beijar em menos de dez minutos que passam comigo.

- Devo lhe lembrar que na conversa que tivemos, foi você que mencionou me beijar, e não o contrário. - Tayla aproxima-se do rosto de Edmond, encarando-o.

- Para quem não deseja unir seus lábios nos meus, você está bem perto. - Edmond diz, diminuindo mais ainda a distância entre os dois. - Já foi beijada, Miss York?

- Por quê a pergunta? - Tayla se afasta enquanto Edmond se levanta.

- É uma pergunta simples, já foi beijada ou não? - Edmond provoca-a.

- O quê você ganha sabendo disso? - Tayla se sentia encurralada, ela ia chegando para trás, até que tropeça em um tronco caído. Edmond ri da situação.

- Você está muito aflita e nervosa... Você nunca beijou ninguem, não é? - ele estende a mão para ajudá-la à se levantar, mas ela recusa e se levanta sozinha.

- Não, nunca beijei nenhum cavalheiro sequer. - disse, tirando grama de seu vestido.

As expressões de Edmond mudam, ele tem um semblante estranhamente divertido nos lábios.

- O quê eu faço com você, Miss York? Pelos céus, uma noiva que nunca beijou ninguem? Não posso me casar com você.

- Mas não vai se casar comigo.

- E se houver a necessidade?

- Eu farei qualquer coisa para evitar isso.

- E eu farei qualquer coisa para beijá-la, mesmo que esse matrimônio não seja real. Você virou meu alvo, Miss York, minha conquista. Posso não me casar com você, mas serei o primeiro à beijá-la, isso eu lhe garanto. - falou firme, encarando novamente os verdes olhos de Tayla ganharem as cores do fogo, devido à ira que se instalou na moça.

- O quê o faz pensar que não beijarei outro cavalheiro antes? - Tayla provoca.

- Você tem vinte anos. Com sua beleza e atitude, poderia ter flertado com qualquer rapaz da alta sociedade, porém prefere não sair por aí beijando todos, você tem classe, Tayla. E está esperando seu homem ideal.

Quando Um Conde Se ApaixonaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora