XXXV

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Os dias passaram para Tayla e Edmond de maneiras muito distintas. Apesar de estar na Itália, um país bem distante de sua terra natal, Tayla estava começando a se acostumar com a presença de sua família, e começava aos poucos a se divertir com elas e esquecer o que deixou na Inglaterra.

Para Edmond, no entanto, os dias se passaram de forma lenta e agonizante. Ele sentia falta da esposa mais do que podia suportar, e mais do que imaginou sentir. Ele sempre esperava que ela cruzasse a porta e não houve um dia sequer que ele não fosse olhar o porto, para observar se a esposa chegava entre os tripulantes. William havia sido muito misterioso quando Edmond lhe perguntou sobre o andamento do caso de Oscar, que tinha cometido um crime ao enganar o amigo sobre as terras no Brasil.

William resolveu que não iria contar nada a Edmond, pois ele já estava preocupado o suficiente com sua cirurgia. Ele sabia que a única pessoa que poderia resolver toda essa bagunça era Tayla, com sua sede de justiça e seus olhos inebriados de vingança. Assim que ela recebesse a carta, colocaria um fim em todo o circo maldoso arquitetado pelas pessoas mais sem coração de Watford. William tinha descoberto tantas mentiras que, pensava estar em um livro de verdade. Edmond sequer sabia que tinham mais pessoas culpadas por sua infelicidade do que Oscar, mas na hora certa, e muito provavelmente depois de Tayla ter arquitetado sua vingança, Edmond finalmente entenderia por que sua vida estava tão caótica e saberia que não tinha filho nenhum e era inocente da traição que fora acusado. 

Depois de algum tempo, Edmond na Inglaterra, vivendo uma vida normal e triste, e Tayla na Itália, tentando viver alegre, para esquecer as dores do passado, a carta de William finalmente chega na casa de campo de sua avó, em Sorano. A correspondência tinha demorado um bocado e Tayla não tinha ideia de que ela chegaria, mas quando viu o local de onde a carta havia saído, pensou em atirá-la ao fogo, pois instantaneamente lembrou da traição de Edmond, e decidiu que não queria ler as palavras dele.

Mas ela parou, quando girou a carta nas mãos para lançar a fogueira, quando leu o nome de Will. William, o advogado de Edmond, tinha lhe enviado uma carta, o que era, no mínimo, curioso. Tayla cortou o envelope e retirou seu conteúdo dentro. A carta era extensa e a letra forte e imponente, como se guardasse todos os segredos do mundo. Tayla não sabia, mas guardava todos os segredos de seu mundo. 

Era uma tarde fresca em Sorano. Tayla se dirigiu até a varanda da mansão com a carta da mão, e iniciou a leitura de seu conteúdo.

Minha cara e estimada Sra. Hughes, 

Perdoe meu atrevimento condessa, mas se está lendo essas primeiras linhas significa que não queimou ou rasgou a carta, o que eu imaginei que faria no momento em que escrevi a dedicatória com seu nome. Me alegra em saber que tenha decidido ler seu conteúdo, pois eu garanto que não irá se arrepender da decisão, embora o que eu vá fizer seja uma das histórias mais tristes das quais lidei em todos os meus anos de advocacia.

Tem certas coisas que eu preciso lhe contar,  e gostaria muito de faze-lo pessoalmente, uma vez que seu espírito jovial e imponente com toda certeza ficaria irado ao saber tudo que direi e eu adoraria testemunhar essa cena enquanto lhe mostro as provas que reuni. 

Eu temo, milady, que a senhora e o conde Hughes estejam terrivelmente enganados com todos os eventos catastróficos que se passaram em suas vidas. Eu envio meus melhores cumprimentos por todas as perdas de vocês. Edmond é um grande amigo e gostaria muito de vê-lo feliz com a mulher que ele ama, e não tenha duvidas de que essa mulher é a senhora, milady.

Mas não estou aqui para falar de amor, e sim de uma teia de mentiras horrendas e descaradas da pior espécie. Eu peço desculpas pelos adjetivos exagerados, mas recebi a ajuda da Srta. Daisy Landrow para revisar o texto dessa carta, e ela adicionou algumas palavras por conta própria. 

Quando Um Conde Se ApaixonaWhere stories live. Discover now