XIX

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De súbito, Edmond tomou a boca de Tayla para um beijo. Ela assustada, deu um pulo para trás, mas logo correspondeu. Os dois beijavam-se até perder o folêgo que tinham. Ele acariciava seus cabelos e ela segurava seu pescoço. Os dois pareciam tão apaixonados e envolvidos.

Tayla sorri.

É diante dessa cena que a mocinha Hughes acorda com uma cutucada em seu braço. Ela estava sonhando com os beijos de Edmond e ela não gostava disso. Aquele sentimento estava tomando ela cada vez mais e agora a perturbava até em seus sonhos.

Para a sua surpresa, quando Tayla (que se encontrava de barriga para cima deitada em sua grande cama) se vira, ela encontra um conde Hughes bem a vontade a limpar seus óculos, sem camisa, com calças de algodão.

Tem um relógio em seu bolso que marca sete horas da manhã: Edmond podia ser mais irritante? Tayla pensou. Sete horas da manhã, ele veio para acordá-la.

Ao observar que o conde estava sem camisa como na vez que o viu lutar, ela se perde em pensamentos acaba esquecendo do tempo enquanto olha para ele.

- Eu faço críquete e box, você sabe. Esse é o motivo do meu físico ao qual você não para de encarar, querida esposa. - Edmond diz com um sorriso divertido nos lábios.

- Eu não estava encarando você. - Tayla mente. - Acabei de acordar e meus olhos continuam levemente fechados, mal sei para onde estou olhando.

- Vou fingir que acredito. - Edmond diz, terminando de limpar seus óculos e logo em seguida colocando-os e se movendo pelo quarto de Tayla, até um móvel de madeira, onde se encontrava um papel. - Você estava sonhando comigo?

- Qual foi a pergunta? - Tayla ironiza, um pouco suspresa com o questionamento.

- Você estava sorrindo enquanto dormia. É claro como o dia que estava sonhando comigo. - ele solta uma risada enquanto lê o papel. Aquele óculos era uma aquisição nova, tinha chegado a um mês, mas ficava incrívelmente bem nele.

- Edmond, se você por um acaso aparecer em meu sono, deixará de ser sonho para se tornar pesadelo. - Tayla rebate, enquanto se levanta da cama. - Pode por favor me dizer por que me acordou ás sete da manhã? - Tayla pergunta, mandona, com a mão na cintura.

- Ora ora. - Edmond diz ao observar Tayla de cima a baixo. Ela estava tão cansada na noite anterior que esqueceu de colocar uma camisola, tirando seu vestido e ficando apenas de corselete e anáguas. Ela então percebe como estava e se cobre com o lençol da cama.

- Se concentre por favor e pare de olhar para mim! - Tayla ordena, irritada.

- Impossíve...

- Edmond! - Tayla o corta.

- Nossa viagem é hoje mesmo. - ele diz, voltando-se para o papel. - Devemos estar no porto por volta de dez horas. Eu sugiro que comece a arrumar suas roupas agora mesmo. Sugiro também que coloque em seu baú vestidos leves e que possam ser facilmente lavados. Vamos entrar em uma fazenda e em florestas, com direto a safári pela Província do Grão- Pará. Vamos encontrar animais, nativos e tudo mais.

Tayla apenas concorda e Edmond logo se retira do quarto. Tayla faz sua higiene matinal em sua banheira sozinha (pois dispensava criados) e Edmond faz sua higiene pessoal em seu quarto.

Para evitar o mal odor, os vitorianos mergulhavam panos em vinagre e esfregam em suas axilas. O banho da manhã, incluía uma água quente e relaxante em uma grande banheira de porcelana com detalhes florais pintados a mão. Os sabonetes vitorianos tinham como principal componente o ácido carbólico, que garantia à pele um cheiro de recém-banho tomado. Os dentes eram limpos por escovas duras de madeira e por dentifrícios que podiam ser preparados na própria casa ou comprados na cidade. Edmond termina sua higiene enquanto Tayla que já havia terminado a cinco minutos, termina também de arrumar o seu baú e coloca seu vestido de dia a dia: uma musselina lilás, um sapato branco e o colar verde que ganhou de presente. Por último, ela borrifa seu perfume de lavanda.

Quando Um Conde Se ApaixonaWhere stories live. Discover now